Vivemos em uma sociedade, que ainda precisa
reconhecer os benefícios universais da bicicleta, e implementar de maneira
consistente medidas de valorização do uso da mesma.
O ciclista urbano, aquele que escolheu a
bicicleta por opção, sabe que ela é instrumento fundamental para a readequação
urbana. A bicicleta já é conhecida pelo seu potencial, mas quem busca
promovê-la ainda tem um longo caminho a percorrer na formatação do discurso.
Ciclovias, carrovias, ferrovias, vias de
pedestres, corredores de ônibus, pistas de skate. Qualquer um desses elementos
só faz sentido quando se costura no tecido urbano.
Dentro dessa lógica, uma cidade saudável tem dois
elementos principais; o espaço de circulação e o de permanência, sendo que
esses dois elementos se dividem entre públicos e privados. Ruas e calçadas são
espaços públicos de circulação, um estacionamento de um supermercado é um
espaço privado de circulação. Uma praça é local de permanência (ou visitação)
pública, um centro de compras é um equivalente privado.
Tornar nossa cidade melhor é pensar além dos
espaços segregados, é compartilhar as ruas, é criar espaços agradáveis para
permanência, é pensar nas necessidades humanas acima de todas as outras. O
conceito é bastante simples ainda que possa parecer de difícil implementação. A
realidade é que por meios dos incentivos certos, os primeiros passos podem ser
dados.
Trazer pessoas para circular nas ruas é
fundamental, e para isso é preciso que o espaço de circulação humana seja
seguro e agradável. Infra estrutura adequada implica em mais pessoas que optam
por ir à pé, de bicicleta, patins, skates, etc. Serão essas pessoas que ao
mesmo tempo irão requalificar o espaço e atacar o que hoje costuma ser um dos
impedimentos para a circulação em meios de transporte ativos, o excesso de
tráfego motorizado em nossa pequena cidade.
Para incentivar pessoas a percorrerem distâncias
curtas em meios de transporte ativos e não poluentes é necessário melhorar a
infra estrutura de circulação. Ainda assim, sei que nem todos poderão resolver
todas as suas necessidades fazendo uso só do transporte não poluente, mas que o
façam somente quando não for possível outro meio de locomoção. Esta pessoa
estará ajudando em muito a todos, ao meio ambiente e também a si mesmo.
O caminho é longo, mas através de opções
individuais inteligentes pelo meio de transporte mais adequado para cada
percurso e pressão junto ao poder público para melhorias na infra estrutura de
circulação humana e do transporte público estaremos no caminho certo para uma
cidade melhor.
Pedro Leopoldo tem uma grande vantagem sobre as
grandes cidades. Nós moradores, temos tudo que precisamos para nossas
necessidades diárias, à uma distancia perfeitamente caminhavel ou pedalavel.
Principalmente para aquelas pessoas que moram na área central ou nos bairros
mais próximos ao centro. Infelizmente também não possuímos um transporte
coletivo decente ainda, o que às vezes incentiva a população a usar o transporte
individual motorizado. Como já mostrei em postagem anterior a maior distancia
percorrendo em linha reta de norte a sul na área central e plana de Pedro
Leopoldo é de 2km e a maior de leste a oeste é de 900m.
São distancias perfeitamente caminhaveis ou pedalaveis. Não se justifica então o uso
excessivo do automóvel para deslocamentos de moradores na área central e
bairros mais próximos a esta. Repensemos... e que tal utilizarmos mais
transporte ativo não poluente ou coletivo para estes deslocamentos?
Farei aqui uma pergunta e gostaria de saber a
resposta de cada um com sinceridade.
Com uma estrutura melhor de passeio, de ciclovia,
ciclofaixa e de transporte coletivo, você que usa seu automóvel frequentemente
em suas viagens pelo centro da cidade, você diminuiria o uso do mesmo?
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