sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

# 111 Os caminhos para uma cidade melhor.





Vivemos em uma sociedade, que ainda precisa reconhecer os benefícios universais da bicicleta, e implementar de maneira consistente medidas de valorização do uso da mesma.
O ciclista urbano, aquele que escolheu a bicicleta por opção, sabe que ela é instrumento fundamental para a readequação urbana. A bicicleta já é conhecida pelo seu potencial, mas quem busca promovê-la ainda tem um longo caminho a percorrer na formatação do discurso.
Ciclovias, carrovias, ferrovias, vias de pedestres, corredores de ônibus, pistas de skate. Qualquer um desses elementos só faz sentido quando se costura no tecido urbano.
Dentro dessa lógica, uma cidade saudável tem dois elementos principais; o espaço de circulação e o de permanência, sendo que esses dois elementos se dividem entre públicos e privados. Ruas e calçadas são espaços públicos de circulação, um estacionamento de um supermercado é um espaço privado de circulação. Uma praça é local de permanência (ou visitação) pública, um centro de compras é um equivalente privado.
Tornar nossa cidade melhor é pensar além dos espaços segregados, é compartilhar as ruas, é criar espaços agradáveis para permanência, é pensar nas necessidades humanas acima de todas as outras. O conceito é bastante simples ainda que possa parecer de difícil implementação. A realidade é que por meios dos incentivos certos, os primeiros passos podem ser dados.
Trazer pessoas para circular nas ruas é fundamental, e para isso é preciso que o espaço de circulação humana seja seguro e agradável. Infra estrutura adequada implica em mais pessoas que optam por ir à pé, de bicicleta, patins, skates, etc. Serão essas pessoas que ao mesmo tempo irão requalificar o espaço e atacar o que hoje costuma ser um dos impedimentos para a circulação em meios de transporte ativos, o excesso de tráfego motorizado em nossa pequena cidade.
Para incentivar pessoas a percorrerem distâncias curtas em meios de transporte ativos e não poluentes é necessário melhorar a infra estrutura de circulação. Ainda assim, sei que nem todos poderão resolver todas as suas necessidades fazendo uso só do transporte não poluente, mas que o façam somente quando não for possível outro meio de locomoção. Esta pessoa estará ajudando em muito a todos, ao meio ambiente e também a si mesmo.
O caminho é longo, mas através de opções individuais inteligentes pelo meio de transporte mais adequado para cada percurso e pressão junto ao poder público para melhorias na infra estrutura de circulação humana e do transporte público estaremos no caminho certo para uma cidade melhor.
Pedro Leopoldo tem uma grande vantagem sobre as grandes cidades. Nós moradores, temos tudo que precisamos para nossas necessidades diárias, à uma distancia perfeitamente caminhavel ou pedalavel. Principalmente para aquelas pessoas que moram na área central ou nos bairros mais próximos ao centro. Infelizmente também não possuímos um transporte coletivo decente ainda, o que às vezes incentiva a população a usar o transporte individual motorizado. Como já mostrei em postagem anterior a maior distancia percorrendo em linha reta de norte a sul na área central e plana de Pedro Leopoldo é de 2km e a maior de leste a oeste é de 900m.
São distancias perfeitamente caminhaveis  ou pedalaveis. Não se justifica então o uso excessivo do automóvel para deslocamentos de moradores na área central e bairros mais próximos a esta. Repensemos... e que tal utilizarmos mais transporte ativo não poluente ou coletivo para estes deslocamentos?
Farei aqui uma pergunta e gostaria de saber a resposta de cada um com sinceridade.
Com uma estrutura melhor de passeio, de ciclovia, ciclofaixa e de transporte coletivo, você que usa seu automóvel frequentemente em suas viagens pelo centro da cidade, você diminuiria o uso do mesmo?


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