Engajar a população nos
projetos é muito mais do que apenas informá-la, mais do que informar, é preciso engajar. Uma confusão comum
mundo afora é imaginar que informar é a mesma coisa que engajar ou, ainda, que
a simples informação é capaz de criar o complexo senso de pertencimento
De uma forma bastante simplificada, podemos dizer que ninguém sabe
melhor o que quer para sua vida do que os próprios envolvidos, nesse caso, a
comunidade
Pouco provavelmente
algum urbanista vai conseguir decidir sozinho, ou mesmo em grupo, no conforto
do escritório, vários quilômetros distante,
o que é melhor para as pessoas que moram/usam/visitam o lugar em questão
De uma forma mais clara,
podemos dizer que existe dois tipos de processo mais comuns: aquele claramente top-down,(de cima para
baixo) onde não se pretende nenhum tipo de relação com a comunidade, no melhor
estilo “Nós sabemos o que é melhor para vocês”. Depois temos o modelo onde se
faz o que “se quer” e depois submete-se a uma audiência pública, com
ferramentas de interface precárias, e com nenhuma disposição para ouvir
opiniões contrárias, que na verdade não passa de um “Nós sabemos o que é melhor
para vocês” disfarçado de participação. Uma ideia compartilhada
internacionalmente é que um cidadão só se sente engajado quando tem a
certeza de que sua ideia, mesmo não escolhida, será levada em conta. Qualquer
coisa diferente disso é tudo, menos colaboração.
Engajar a comunidade é uma mudança de mindset.(mentalidade) É
preciso despir-se do ego, da vaidade. Esse novo mindset, compreende que o
conhecimento é coletivo, compartilhado, construído mais das diferenças do que
das semelhanças.
Começa-se com uma visão, que lugar queremos. Essa visão,
compartilhada e cocriada, deve ser alimentada por diferentes plataformas,
digitais e físicas, compreensíveis para a população. Afinal, deseja-se de fato
saber o que as pessoas pensam. Essa visão compartilhada é feita antes de
qualquer masterplan ou projeto, ela é o argumento inicial, resultado da
investigação dos panoramas afetivos e simbólicos do lugar. Ou seja, ao invés de
planilhas, teremos elementos representativos de caráter humano, de números para
ideias, ou pelo menos ideias que venham antes dos números e dos desenhos:
ideias coletivas.
Este post foi escrito por Caio Esteves. e adaptado por Paulo P. Netto.
Caio é arquiteto e urbanista, pós- graduado em branding. Fundador da Places for Us.
Caio é arquiteto e urbanista, pós- graduado em branding. Fundador da Places for Us.
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