Desde Junho de 2011, quando me aposentei definitivamente e passei a utilizar mais a bicicleta em meus deslocamentos pela cidade. Percebí que Pedro Leopoldo já não oferecia muita segurança para pedalar devido à grande quantidade de veículos em circulação.
"O
futuro do transporte urbano depende de soluções inovadoras que funcionem em
contextos locais" - David Leipziger, especialista da rede EMBARQ.
Inspirado em infraestruturas ciclísticas que tenho oportunidade de utilizar na cidade de Erlangen na Alemanha, percebi que poderia introduzir aqui em Pedro Leopoldo alguma coisa semelhante.
Em abril de 2012, fiz uma pesquisa junto à população de Pedro Leopoldo onde 69% dos entrevistados responderam que usariam mais a bicicleta e menos o carro, caso Pedro Leopoldo tivesse ciclovias, pois assim se sentiriam mais seguros em pedalar.
Isto me incentivou bastante a participar dessa luta por melhores condições para o pedestre e para o ciclista em Pedro Leopoldo. Tentei de toda maneira possível alertar e chamar a atenção de ambos, administradores e cidadãos para o que nos espera em breve em termos de aumento de fluxo de veículos em nossa cidade com o crescimento vertiginoso do setor norte da Grande Belo Horizonte...
Decedi então escrever 68 posts até agora, onde em muitos deles apresento sugestões que ao meu ver poderiam ser usadas aqui na cidade para melhorar a tão abaladada mobilidade urbana e esse é um deles.
Um
exemplo disso será o serviço de mini-ônibus de Pedro Leopoldo que não irá resolver todos os problemas de mobilidade da cidade, mas nos ensinará uma
lição fundamental: o caminho para a mobilidade urbana sustentável é diferente
para cada cidade.
Um veículo elegante, com ar-condicionado, te busca na porta de cada PL (Parking Lot - Estacionamento). Os assentos reclinam para seu conforto. Você puxa a cortina para evitar o brilho do sol. Quando está perto do seu destino, você avisa o motorista pra te deixar no ponto mais próximo do mesmo.
Algo
parecido com esse trajeto quase perfeito existirá, mas num lugar onde muita gente
poderia nem imaginar - Pedro Leopoldo-, cidade componente da região
metropolitana de Belo Horizonte no estado de MG, Brasil. Mini-onibus,
coletivos que operam em rotas pré-determinadas, só pelo
hipercentro, substituindo as viagens que antes os condutores de automóveis faziam em seus veículos. Estes veículos não irão resolver cada e todo problema de
mobilidade urbana sustentável, mas eles ensinam uma lição fundamental: o
caminho para a mobilidade urbana sustentável é diferente para cada cidade, e
soluções de sucesso vão ao encontro de
necessidades pessoais dos residentes.
PENSE LOCAL, AJA LOCAL – CRIAÇÃO DE PLs –(Parking lots – estacionamentos)
No
pensar local e agir local, creio ser plenamente possível, após as modificações
acontecidas no trânsito, no redesenho da
malha rodoviária e cicloviária de
nossa cidade, com a justa redução do número de vagas para estacionar veículos
motorizados no hipercentro e com as modificações que beneficiarão também com
justiça aos pedestres e ciclistas tornando nossas vias mais democráticas na sua
utilização pelos diversos modais existentes, a criação destes PLs.
O QUE
SÃO ESTES PLs?
Com o hiper centro totalmente plano e de dimensões acanhadas o mesmo é perfeitamente caminhável e ciclável, não justificando o uso do automóvel para a maioria das viagens pelo mesmo. Assim, criaremos os PLs que são espaços destinados ao estacionamento de veículos vindos de uma outra cidade ou, de um outro bairro que antes se dirigiam ao hiper centro e lá ficavam estacionados nas vias para que seu condutor execute tarefas diárias ou caminhe ao trabalho. Estas viagens serão substituídas por viagens de veículos coletivo (o mini-ônibus) com capacidade de até 36 pessoas (sentadas e em pé), reduzindo assim enormemente o número de veículos em circulação e estacionados no hiper centro.
COMO FUNCIONARÃO OS PLs.
Os PLs se situarão próximos a cada entrada da cidade e também próximos as entrada dos bairros ao hipercentro, os quais serão dotados de
espaço e estruturas para estacionamento de veículos motorizados. Além disso em cada um deles haverá uma estação para aluguel de bicicletas
e um bicicletário para que os condutores que moram nos bairros e queiram deixar suas próprias bicicletas
estacionadas nestes PLs assim o façam, utilizando-as quando necessário ao invés de
alugar uma outra.
Os mini-ônibus passarão a
cada 15 minutos por estes PLs em horários de pico e a cada 30 minutos em
horários fora do pico. As passagens de ônibus serão adquiridas em locais
previamente divulgados e nos próprios PLs. O motorista não recebe dinheiro,
somente os tickets de passagem.
Demais detalhes do funcionamento, dos tipos de tickets e da rota serão em breve apresentados à população para maior discussão. Com esta e outras ações já planejadas, a administração da cidade que abraçar a ideia estará dando um passo importante para uma considerável melhoria na mobilidade urbana do setor central e em anos seguintes poderá partir para os demais bairros da cidade.
As fotos mostram como estão
projetados os calçadões nas áreas redesenhadas da Comendador Antonio
Alves.
Fotos para ilustração.
Serão espaços de convivências e não mais de passagem somente. Resgatando a cultura do caminhar e pedalar da cidade de Pedro Leopoldo.
Serão espaços de convivências e não mais de passagem somente. Resgatando a cultura do caminhar e pedalar da cidade de Pedro Leopoldo.
Vias,e passeios recuperados e implantação de ciclovias em grande parte da Comendador Antonio Alves, devolve o prazer e a segurança de pedalar e caminhar pelo centro da cidade, o que havia desaparecido com o desenho anterior da via que só beneficiava os veículos motorizados.
Fotos para ilustração.
Fotos de ciclovias para ilustração.
Para aqueles que estão acostumados a seguir os meus posts sabem que este é o fechamento de uma série de posts perfeitamente aplicáveis ao nosso caso.. Não é uma simples ação que nos levará a isto mas uma soma delas que exigirá esforço, sacrifício, dedicação e abdicação de velhos hábitos que estão enraizados em nossa cultura. Para aqueles que leram o posto no 02 quando disse que:
Para evitarmos este caos, acredito que só um pacto salva.-
Por exemplo como se resolve o deslocamento de diversos fluxos de gente e de veículos por um mesmo ponto?Organiza-se um cruzamento, criam-se regras e sinalizações, instalam-se semáforos e faixas. E a partir daí cada um concorda-pelo menos em teoria- em esperar a sua vez antes de avançar. Isto chama-se um pacto. Onde regras foram estabelecidas e ensinadas a todos os envolvidos.As grandes cidades, e também as médias chegaram a um ponto em que o simples ir e vir tem ficado a cada dia mais impraticável. Para piorar as pequenas tendem a seguir o mesmo modelo - infelizmente-.O trânsito e a mobilidade já ocupam o topo das insatisfações do cidadão. Mas, assim como em um simples cruzamento, a solução não partirá apenas de um lado da via. Todos os envolvidos precisam participar de um acordo para que se chegue a um termo comum, em prol da (re)construção dos centros urbanos pelas pessoas e para as pessoas.A questão envolve, além do cidadão- que antes de tudo é um pedestre-, o poder público, o mercado imobiliário, os planejadores urbanos, os órgãos de trânsito, os motoristas, os ciclistas e também as empresas. Qual é a responsabilidade de cada um desses atores e setores? E que tipo de contribuição podem oferecer? O que estão dispostos a empenhar em benefício de uma solução coletiva? O quanto sabem esperar a sua vez de avançar?É impossível falar de mobilidade sem discutir o espaço urbano, e que a cidade é um simples complexo.
Obrigado Senhor por mais este.
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