Artigo
modificado do original, publicado em 23\03 – Revista Bicicleta – Roberto
Furtado.
Quem utiliza a
bicicleta no cotidiano, certamente terá uma grande identificação com este tema.
Já tem algum tempo que a bicicleta ganha atenção com veículo de deslocamento
urbano em muitos estados do Brasil e no exterior. Aqui no país do improviso e
do caos no trânsito, novas políticas deveriam surgir para que a mobilidade
urbana por bicicleta fosse visivelmente crescente. Uma cidade cuja mobilidade
possui qualidade e eficiência traz frutos positivos para a sociedade. Mais
bicicletas nas ruas, com a devida segurança em foco, haveria menos
engarrafamentos, com um sistema de transporte coletivo menos saturado em
horário de pico, e outros tantos de uma conduta geral mais coerente. Esta
melhoria envolve todas as classes sociais, então, percebe-se a importância da
bicicleta como proposta de mobilidade para a sociedade.
Para que a bicicleta seja uma opção a mais para o
trânsito, será preciso que duas questões andem combinadas de forma
satisfatória. É preciso que as vias comportem os ciclistas de forma segura,
seja pela educação dos condutores e pedestres ou por espaços adequados para a
finalidade ciclística.
A mobilidade
não se restringe às vias! Muitas vezes o ciclista dispões do interesse em
utilizar a bicicleta como veículo, mas chegando ao destino encontra outro
problema. Onde estacionar a bicicleta? Possuir um local adequado para acomodar
a magrela e ir ao encontro do real objetivo parece ser outro grande desafio do
ciclista. A solução é bem mais simples que a própria mobilidade, no entanto,
este é um assunto completamente esquecido. Rara são as empresas e instituições,
públicas ou privadas, que oferecem algum tipo de estacionamento para a
bicicleta. Os bicicletários, quando existem, em sua maioria são ineficientes ou
inseguros.
É preciso
criar alternativas viáveis para uso da bicicleta. Estas alternativas geram
facilidades na mobilidade urbana de ciclistas, que por sua vez resultam em
outros benefícios que se estendem à toda sociedade. As opções de locação de
bicicletas com pontos distribuídos por toda cidade, bicicletários de qualidade
e ciclovias seguras, formam uma “trama” que viabiliza o uso deste veículo.
Algumas empresas compreendem o valor
de um estacionamento seguro. Um estacionamento de bicicletas, com direito a
segurança, coberto para evitar que a bicicleta fique exposta ao clima enquanto
aguarda o retorno do seu usuário.
Precisamos
destacar que a bicicleta simboliza uma sociedade sadia, pois se traduz em um
carro a menos no estacionamento de determinado ambiente! A bicicleta representa
estacionamentos menores, menos lotados! Representa ruas de fluxo mais livre,
representa um cidadão com mais saúde, um ar menos poluído e também menos ruído.
Este papel de
alimentar a mobilidade urbana com conceitos saudáveis é feito por cada um de
nós. Nós, ciclistas, motociclistas, condutores de automóveis, passageiros de
coletivos, dentre outros, podemos de alguma forma viabilizar o crescimento de
ciclistas porque ao fim, todos nós ganharemos.
A socialização
da bicicleta é representada por vias receptivas e bons bicicletários. Enquanto
formos resistentes a isto a bicicleta ficará intimidada. A oportunidade de
contaminar uns aos outros, com a ideia que favorece a todos, continuará
“engavetada” como proposta que jamais se concretiza. Sejamos sensatos,
precisamos dela, tanto quanto um menino precisa para ser feliz. Esse pensamento
é uma garantia de um futuro promissor, com rodas raiadas, bicicletários lotados
e ruas quase vazias de automóveis.
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