domingo, 26 de junho de 2016

# 104 - O que queremos.


O que estamos esperando?

Precisamos mudar o rumo da mobilidade urbana em nossa cidade. Precisamos voltar a priorizar os pedestres e ciclistas e ter um trânsito mais humano.
Vivemos sofrendo com o excesso de veículos em nossas vias principais. A falta de investimentos em modos de transportes sustentáveis e em melhores calçadas para os pedestres e espaços condizentes para os ciclistas agravam a situação.
O transporte coletivo precisa ser mais atrativo, confortável e seguro. É necessário investimentos em  abrigos e terminais, ciclovias, ciclorrotas, e redução das tarifas no transporte público e respeito dos motoristas às faixas de pedestres, à sinalização.
Tudo isso torna a caminhabilidade mais agradável e segura, chamando as pessoas para as ruas, fazendo destas uma extensão das praças, (parques ??) e de nossos lares.

O cotidiano e a bicicleta
A demanda reprimida de ciclistas ainda tem um número considerável. A disputa de espaço com os automóveis, a falta de planejamento, e a alta velocidade dos motoristas (autos e motocicletas), geram medo, receio e insegurança nos ciclistas, desestimulando o uso da bicicleta. Os motoristas ainda veem os ciclistas como um estorvo nas vias. Não percebem que um ciclista é um carro a menos, que quanto mais pessoas saírem a pedalar, mais espaços nas vias terão àqueles que realmente necessitam dos automóveis para se deslocarem.
Os ciclistas, assim como os pedestres, ainda fazem parte da invisibilidade. Não são vistos pelos motoristas e pelos gestores. Ou estes não os querem ver? Nossos gestores ainda priorizam os automóveis na mobilidade. Para eles, a mobilidade urbana são mais pontes, novas ruas, alargamentos de vias, obras voltadas para o automóvel. Estamos em uma inversão de prioridades. Está descrito no Código de Trânsito Brasileiro: a prioridade é do pedestre, em seguida do ciclista, transporte público, depois automóveis. A sociedade precisa exigir a responsabilidade do poder público em um trânsito mais seguro, conforme os parágrafos 2º e 3º do Art. 1 do CTB:
Mas afinal, o que querem os ciclistas?
Os ciclistas querem uma cidade mais humana, com segurança e espaço para a locomoção. 
Querem uma cidade em que as pessoas são felizes porque há espaço para caminhar, para pedalar, para utilizar o transporte coletivo com eficiência e qualidade. Querem uma cidade para as pessoas. Afinal, a bicicleta é sustentável e gera saúde.
Querem priorização do espaço urbano para os pedestres, ciclistas e transporte público porque é fundamental para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Querem medidas para a redução da velocidade dos automóveis acompanhada por medidas que priorizam o pedestre e ciclista .(Traffic Calming)
Conclusão
A mobilidade humana torna a cidade mais agradável e consequentemente as pessoas mais felizes, e abrange as várias formas de locomoção, respeitando as prioridades. A sociedade precisa cobrar dos gestores e fazer valer estas prioridades. A participação política da sociedade precisa se fazer presente. É necessário que todos façam sua parte. A pressão sobre os gestores por parte de uma, duas ou cinco  pessoas que lutam por melhores condições de se deslocar de bicicleta, conhecidos como ciclochatos (pois são sempre os mesmos), torna o desenrolar das ações muito demoradas. Na Holanda foi assim, a população se mobilizou, foram para as ruas, e hoje é o país com as melhores referências na mobilidade por bicicleta.
Então o que estamos esperando, Srs. e Sras. Cidadãos do bem? Vamos à luta se quisermos uma cidade melhor, mais humana e sobretudo, mais sustentável para nós e para os que nos sucederão.


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