O que estamos esperando?
Precisamos mudar o rumo da mobilidade urbana em
nossa cidade. Precisamos voltar a priorizar os pedestres e ciclistas e ter um
trânsito mais humano.
O transporte coletivo precisa ser mais
atrativo, confortável e seguro. É necessário investimentos em abrigos e terminais, ciclovias, ciclorrotas,
e redução das tarifas no transporte público e respeito dos motoristas às faixas
de pedestres, à sinalização.
Tudo isso torna a caminhabilidade mais
agradável e segura, chamando as pessoas para as ruas, fazendo destas uma
extensão das praças, (parques ??) e de nossos lares.
O
cotidiano e a bicicleta
A demanda reprimida de ciclistas
ainda tem um número considerável. A disputa de espaço com os automóveis, a
falta de planejamento, e a alta velocidade dos motoristas (autos e
motocicletas), geram medo, receio e insegurança nos ciclistas, desestimulando o
uso da bicicleta. Os motoristas ainda veem os ciclistas como um estorvo nas
vias. Não percebem que um ciclista é um carro a menos, que quanto mais pessoas
saírem a pedalar, mais espaços nas vias terão àqueles que realmente necessitam
dos automóveis para se deslocarem.
Os ciclistas, assim como os
pedestres, ainda fazem parte da invisibilidade. Não são vistos pelos motoristas
e pelos gestores. Ou estes não os querem ver? Nossos gestores ainda priorizam
os automóveis na mobilidade. Para eles, a mobilidade urbana são mais pontes,
novas ruas, alargamentos de vias, obras voltadas para o automóvel. Estamos em
uma inversão de prioridades. Está descrito no Código de Trânsito Brasileiro: a
prioridade é do pedestre, em seguida do ciclista, transporte público, depois
automóveis. A sociedade precisa exigir a responsabilidade do poder público em
um trânsito mais seguro, conforme os parágrafos 2º e 3º do Art. 1 do CTB:
Mas afinal, o que querem os ciclistas?
Os ciclistas querem uma cidade
mais humana, com segurança e espaço para a locomoção.
Querem uma cidade em
que as pessoas são felizes porque há espaço para caminhar, para pedalar, para
utilizar o transporte coletivo com eficiência e qualidade. Querem uma cidade
para as pessoas. Afinal, a bicicleta é sustentável e gera saúde.
Querem priorização do espaço urbano
para os pedestres, ciclistas e transporte público porque é fundamental para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Querem medidas para a redução da
velocidade dos automóveis acompanhada por medidas que priorizam o pedestre e
ciclista .(Traffic Calming)
Conclusão
A mobilidade humana torna a cidade
mais agradável e consequentemente as pessoas mais felizes, e abrange as várias
formas de locomoção, respeitando as prioridades. A sociedade precisa cobrar dos
gestores e fazer valer estas prioridades. A participação política da sociedade
precisa se fazer presente. É necessário que todos façam sua parte. A pressão
sobre os gestores por parte de uma, duas ou cinco pessoas que lutam por melhores condições de
se deslocar de bicicleta, conhecidos como ciclochatos (pois são sempre os
mesmos), torna o desenrolar das ações muito demoradas. Na Holanda foi assim, a
população se mobilizou, foram para as ruas, e hoje é o país com as melhores
referências na mobilidade por bicicleta.
Então o que estamos esperando, Srs. e
Sras. Cidadãos do bem? Vamos à luta se quisermos uma cidade melhor, mais humana
e sobretudo, mais sustentável para nós e para os que nos sucederão.
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