Quando falamos da necessidade de
implantar espaços seguros para a bicicleta e colocar o pedestre como referência
no planejamento, fazemos uma declaração de amor à cidade. A bicicleta é um
vetor de ocupação do espaço que trará as pessoas às ruas, facilitará às novas
gerações a descoberta da história da cidade, da geografia, dos rios e da vida
urbana como um todo.
Deixar o carro para as verdadeiras
necessidades é crucial. Precisamos entender isso e garantir as prioridades já
estabelecidas pela lei da mobilidade urbana: prioridade do não motorizado sobre
o motorizado; do coletivo sobre o individual.
Pensando isso em termos de nossa
cidade de Pedro Leopoldo, inserir as bicicletas nas vias lentas é o caminho
natural para criar uma rede de acesso à cidade, integrando aos poucos a
bicicleta com o próprio transporte coletivo, com bicicletários nos terminais,
com as futuras bicicletas compartilhadas e com as redes cicloviárias dos
bairros. Precisamos urgentemente tornar a bicicleta uma opção segura para a
população de Pedro Leopoldo. Criar essas estruturas irá induzir o uso de um
modal que favorece a autonomia, a saúde e a ocupação cidadã do espaço público;
melhora o trânsito e o ar que respiramos; dessa forma, deve ser entendido como
política transversal de mobilidade, saúde, segurança e meio ambiente.
O mais importante disso tudo talvez
seja a discussão que se coloca sobre a mortandade no trânsito no Brasil.
Precisamos reafirmar a discussão sobre morte zero no trânsito e, para que isso
não seja apenas uma utopia, precisamos de políticas públicas que acalmem o
trânsito nas cidades. A Via Calma é exemplo de ação que fortalece essa
discussão. Isso não é apenas sobre bicicletas, é sobre uma nova forma de nos
relacionarmos com a cidade.
Devolver
a cidade aos seus habitantes é um desafio que trás obrigatoriamente ao
debate a readequação dos espaços urbanos e a reavaliação da matriz viária. A
conhecida bicicleta recupera seu espaço, sequestrado pela cultura
automobilística trazendo um efetivo aumento da qualidade de vida pessoal e comunitária, além de
eficiente meio de locomoção.
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