Os problemas urbanos que afligem o Pedro Leopoldense começaram a atrair a atenção de um número maior de cidadãos pesquisadores e jornalistas locais,que há décadas só tinham elogios para fazer à aconchegante cidade natal do respeitável e notável médium Chico Xavier.
Credito da Imagem : Revista Impacto. |
Um artigo publicado no mês de julho/agosto de 2013 na revista Impacto, ainda faz menção à cidade como uma das poucas que ainda conserva a cultura do ciclismo para transporte,como uma forma de locomoção na cidade, com uma alta frequência apesar do grande número de veículos motorizados em circulação e à falta de uma infraestrutura cicloviária. Apesar de dar espaço apenas aos elogios para a cidade, o texto gira em torno de uma constatação que já é quase unanimidade: Pedro Leopoldo está perdendo a capacidade de andar de bicicleta, como fazia em épocas passadas nos idos de 1960 à 2000.
Essa discussão não é nova, e ganhou força a partir do ano de 2005, quando o boom da compra de automóveis atingiu a nossa cidade e em 2012 atingiu a 25.814 veículos motorizados (habitantes/veículo motorizado=2,4) havendo um crescimento na frota de 97% em apenas 8 anos, o que pôs em questionamento os benefícios das gestões municipais no item mobilidade urbana, porque as coisas começaram a mudar com o incentivo do governo federal à compra do automóvel e ao aumento do poder aquisitivo da população à partir de 2005.
Também em fins de 2011, um grupo de estudantes de pós-graduação em Arquitetura Urbana da Universidade de Minas Gerais esteve em Pedro Leopoldo para pesquisar o local. Espantaram-se com a violência e com a incapacidade das administrações em inovar nas soluções para o transporte público, que optaram pelo: “deixa estar para ver como ficará”, uma visão e pensamento de 50 anos atrás.
Visão local
O autor deste texto, mantém as críticas ao esteriótipo de urbanismo adotado por todos os governantes municipais. Segundo ele, a gestão municipal é movida por interesses privados e empresariais, embora houvesse contribuições positivas para a cidade, como as pontes da rua José Hilário, da Rua Santos ligando o centro aos bairros Santa Rita e São José e as ciclovias que ligavam a região norte ao centro e o bairro Santa Rita ao bairro Dr.Lund.
O planejamento urbano sendo inexistente, não houve a manutenção das ciclovias citadas, desperdiçando-se o dinheiro gasto na construção das mesmas, além de provocar um desconforto enorme e um não serviço aos que têm necessidade de utilizá-las para o deslocamento até ao trabalho. A área periférica, dentro e fora do município, sempre sofreu da precariedade da moradia, do saneamento, do comprometimento ambiental da escassez e da qualidade do transporte coletivo.
Na avaliação do autor desse texto, os gestores de Pedro Leopoldo, se preocuparam apenas em dar respostas rápidas à população, sem planejar o futuro. Muitas das ações feitas no passado foram impostas e não agradaram ao povo na época, como a construção da ponte que leva a “lugar algum”.
Pedro Leopoldo ainda é uma referência? - TalvezCredito Revista Impacto |
Credito Revista Impacto |
Digo que é uma falácia afirmar que Pedro Leopoldo deixou de ser uma "referência”, apesar de tudo. Essa é uma visão equivocada, como se as conquistas não tivessem sido reais. Pedro Leopoldo ainda é uma referência na utilização da bicicleta como meio de transporte, fato também comprovado pelos jornalistas que fizeram a reportagem na cidade citada no início desse texto.
Uma coisa é bem certa, não adianta responsabilizar só os prefeitos pelos problemas no transporte público quando há um programa federal de incentivo à aquisição do automóvel próprio.
E, agora, a cidade parece querer abandonar seu sistema exemplar de transporte por bicicleta pois devido à falta de infraestrutura, não tem como voltar a ter a qualidade e a segurança de antes. Para os cidadãos pedro leopoldense a falta de um projeto, de um planejamento de mobilidade urbana: “é uma tragédia”. Mas eu asseguro que não fico apenas apontando os erros. Sempre me coloco à disposição, e já fiz sugestões à atual administração. Sou Pedro Leopoldense de coração, e acho que a responsabilidade sobre a cidade recai sobre todos nós.
Sim - Prefiro ter um horizonte a buscar
Para o autor desse texto, Pedro Leopoldo será sempre uma cidade modelo. "Ela atingiu determinados níveis de excelência e foi a cidade que criou o que hoje é conhecido como [Cidade com cultura da Bicicleta). Entende que citações como a do texto da revista Impacto, servem para alimentar o desejo de melhora. Prefiro ter sempre um horizonte a buscar do que já ter ultrapassado um nível e ficar achando que não há mais nada a fazer. E como diz o nosso amigo Chico Xavier: "A melhoria do mundo, começa em cada um de nós".
Digo que a responsabilidade sobre a cidade não recai apenas sobre o poder público. Dependemos de como os pedro leopoldenses levam sua vida, seus negócios, seus compromissos com a cidade.
Digo que a responsabilidade sobre a cidade não recai apenas sobre o poder público. Dependemos de como os pedro leopoldenses levam sua vida, seus negócios, seus compromissos com a cidade.
PEDRO LEOPOLDO precisa de gestores que não tenham medo de ser politicamente incorretos. Que façam ciclovias, melhorem as calçadas, recuperem as ciclovias há muito abandonadas por exemplo, pois há uma real demanda, e não apenas para agradar, para parecer bonzinho.
A cidade que diz ter mais de 08 quilômetros de ciclovia as tem esburacadas e truncadas, com total falta de sinalização, e com orçamento zerado pelos prefeitos há pelo menos doze anos consecutivos. Gasta-se mais com café no gabinete do que com estrutura cicloviária.
Sobre a saturação do sistema de transporte, pouco há para falar, pois quem se estressa nos congestionamentos se estressaria bem menos se não fosse tão dependente do automóvel, deixando-os para usá-lo só em dias de muito frio ou chuva, porque não cabe em pensamento algum alguém deixar de utilizar a bicicleta ou a caminhada no centro de uma cidade com topografia toda plana e de curtas distâncias, para usar o automóvel.
Ampliar até o infinito a capacidade viária para acomodar mais e mais carros já não é mais uma alternativa. É impossível fazer com que toda a população de uma cidade use seu automóvel para deslocamentos simultâneos. Além disso, há prejuízos ambientais, como a poluição, e até mais custos que são absorvidos pelo poder público. De outro lado, faltam criatividade e engenhosidade para implantar um bom sistema de mobilidade urbana e com soluções que ajudem de fato a população.
Obrigado Senhor, por mais este.
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