Ciclorrotas são vias calmas
Eis um tema recorrente que precisávamos dispensar um tempo para
refletir: o que é uma ciclorrota.
No Brasil, temos o equivocado costume de usar palavras que não
correspondem ao significado que queremos dar a um pensamento. É o caso do termo
sustentabilidade, por exemplo, que usamos para tudo mas poucas são as pessoas
que realmente sabem o que significa. Temos presenciado o uso indevido do termo
“ciclorrotas”, o que leva a interpretações ainda mais distantes da realidade e
que podem, até mesmo, inviabilizar uma experiência de pedalada.
Ciclorrotas não são caminhos
turísticos nem cicloturísticos
Ciclorrotas não são caminhos turísticos
nem cicloturísticos. Da mesma forma, ciclorrotas não são
segregações físicas de traçado. Ciclorrotas são infraestruturas cicloviárias
definidas por caminhos calmos e com pouco tráfego automotor, já existentes e
usados comumente por ciclistas. Estes caminhos são devidamente mais seguros que
os demais, onde os ciclistas possam andar na via, que é o seu lugar de direito.
E, invariavelmente, as ciclorrotas são caminhos compartilhados com indicações
de tráfego calmo que informem aos condutores de veículos automotores que há
ciclistas na via, e por consequência, há risco à vida.
Muitas vezes, as ciclorrotas interligam eixos de outras ciclo-estrurutas maiores, como ciclovias e ciclo-faixas. Funcionam, quase que um atalho no espaço-tempo da urbe que viabilize a ciclomobilidade.
A sinalização de tais atalhos urbanos podem, e devem,
ser sinalizadas horizontal e verticalmente, informando todos os sujeitos do
trânsito, inclusive pedestres. Além das placas e sinais luminosos de
comunicação ativa, o uso de sharrows e bikeboxes complementam a
identificação destes trechos como de presença e preferência de ciclistas, e
amplificam a segurança na via.
São traçados compartilháveis onde o ciclista está na via por
direito, valendo-se do traffic calming.
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