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Quantas pessoas você acha que perderam suas vidas ou ficaram com
sequelas devido aos acidentes ou sinistros no trânsito de Pedro Leopoldo nos últimos 10
anos?
A
resposta é; não sabemos.
E
quantas pessoas você entende ser "aceitável" de morrerem no trânsito
ou de se acidentarem? Uma? Dez? Cem? E se essa uma for um ou uma parente sua? E se dessas dez alguns forem os seus melhores amigos e amigas?
O que por aí se chama de acidente, na verdade, é uma consequência direta
da forma como nossas cidades foram projetadas: para a circulação de automóveis,
caminhões, motocicletas e ônibus em altas velocidades. Velocidades, estas,
incompatíveis com a vida humana.
Já que
não se tem estatística daqui de PL, mostro a de BH, para fazermos algumas
considerações. Nos dez anos entre 2008 e 2017, nada menos que 1.214 pedestres,
como você e eu, perderam suas vidas no trânsito de BH, você sabia disto?
Deste
total, 19 tinham menos de 4 anos; 15 menos de 9 anos; 29 menos de 14 anos; e 25
menos de 19 anos. Foram, ao todo, 88 bebês, crianças e adolescentes que tiveram
uma vida inteira interditada.
Por
outro lado, do total de 1.214 pedestres mortos, 499 delas tinha idade superior
a 60 anos. A razão? A nossa Beagá não foi pensada e construída para que pessoas
idosas usufruam dela, quer seja para questões escolares (sim, idosos podem
estudar!), de trabalho, saúde e, claro, lazer.
Uma
cidade que desrespeita as pessoas idosas é uma cidade que desrespeita o seu
próprio futuro, em especial num país em que as pessoas vivem mais e mais (com
diferenças significativas com relação à raça e classe).
Para pararmos
de matar nossas crianças, idosos e também jovens e adultos, precisamos repensar
por completo que cidade é essa que vivemos, que cidade queremos viver amanhã,
daqui 10, 20, 30, 50 anos.
Segundo
relatório da Organização Mundial de Saúde, sem uma ação urgente, as mortes no
trânsito continuarão aumentando, resultando em 2,4 milhões de mortes a cada ano
até 2030 em todo o mundo.
O
Banco Mundial estimou que países que não investem em segurança viária, e o
Brasil está entre eles, podem perder algo entre 7% e 22% de potencial
crescimento do PIB per capita em dois anos devido a mortes e invalidez causada
por colisões de trânsito.
É
fundamental que todas e todos compreendam que essa rotina de centenas de mortes
anuais no trânsito pode ser evitada!
Podemos
- e devemos (!!!) fazer mais por nós mesmos, pelos nossos próximos, por nossa
PL e BH.
*Todos
os dados de morte no trânsito têm como fonte o Tabnet do DataSUS.
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