Na condição de representante dos ciclistas de Pedro Leopoldo faço um manifesto , na intenção de chamar a atenção da administração pública que até o momento parece ignorar a importância da bicicleta no contexto urbano.
Existimos, mas
não nos veem. Não importa onde moramos, mas somos muitos e cada vez em número
maior. No mais das vezes, se moramos longe, não foi por escolha, mas por pura
necessidade, e o transporte público cada vez mais caro, economizamos ao pedalar.
Nem sempre fazemos os trajetos mais seguros, mas os
que ligam nossas moradias com os locais de trabalho, percorrendo distâncias que
podem ser até de mais de 8 quilômetros apenas para bater o ponto às 4 horas da
manhã ou às 22 horas, para turnos de 8, ou 12 horas. Somos alguns de nós que
fazemos o pão vendido cedo nas padarias...que vigiamos ou construímos, muitos
estabelecimentos e residências...
Nossos caminhos são os possíveis, não os desejados. Nossos bairros, possuem nenhuma estrutura cicloviaria e assim, corremos o risco de morrermos atropelados ou ficarmos com sequelas. Somos Invisíveis durante a vida, Invisibilizados na morte. Dividimos espaço com caminhões, com ônibus e automóveis. Convivemos com a precariedade de forma permanente. Às vezes, tão calejados, acostumamos a ela. Às vezes, tão sofridos, acreditamos que seja assim mesmo.
A pouca estrutura cicloviária que tínhamos há alguns
anos atrás, não temos mais, devido a nenhuma manutenção. Somos tão Invisibilizados
que não há qualquer discussão sobre isso.
Ninguém lembra de nós em nenhuma reunião. Nas poucas ciclovias que foram feitas o
cimento se desfaz, os buracos aparecem, o mato cresce e obstáculos diversos
surgem a cada dia, e as mesmas não se ligam às centralidades às quais nos
dirigimos, pois as ligações necessárias não foram feitas. Os caminhos para
bicicletas desaparecem E carros e caminhões invadem o nosso espaço.
E nada se discute sobre isso.
Como sempre, isso não ocupa as discussões, pois não somos ouvidos e nem vistos.
Para muitos não existimos.
Somos nós que nos nossos caminhos, dividimos espaço
com os motorizados, uma vez que ciclovias não foram construídas. Somos nós que
pedalamos pelos bairros, onde não há
ciclovias, mas há pistas rápidas e quase sempre sem acostamentos. Somos nós que
pedalamos muito até chegar no centro da cidade ou em algum bairro distante do
nosso. E por mais que gritemos, ninguém nos ouve. Ninguém quer nos ver. Ninguém
se importa. Não
valemos nada? É isso? Nossas vidas não valem nada pois
somos humildes ciclistas? Não valem
nada, apenas por que usamos o transporte mais barato e menos danoso?
Somos menos
cidadãos por consumirmos menos, por utilizarmos a bicicleta para nos locomover?
Não, senhores, somos cidadãos como todos os demais. E
assim devemos ser lembrados nas políticas públicas de mobilidade. Nossas vidas, importam Sim!
Por isto estamos aqui, na certeza que o nosso bjetivo seja alcançado pois
é de vital importância a reestruturação
do espaço viário de nosso município, para a implantação de infraestruturas para
as bicicletas conforme determina, a lei Federal de Mobilidade Urbana, 12.587/12, que instituiu a Política Nacional de
Mobilidade Urbana.
Um estudo feito pela administração
pública de PL, no ano de 2015, por
empresa especializada, também contempla a implantação de ciclovias no município.
Então, que se revitalizem as ligações para a estrutura cicloviária outrora existente, e que se
construam novas, para conectar todo o município, dando alternativa aos que
assim desejarem, de utilizar a bicicleta como seu meio de transporte,
economizando tempo, dinheiro e ganhando saúde.
Portanto, poder público de Pedro
Leopoldo, abra os olhos e nos enxergue, tire os tampões dos ouvidos e nos ouça!
Nossas vidas importam sim! Nós somos muito necessários para o desenvolvimento
e sustentabilidade do município, pois se o transporte em duas rodas não fosse
tão importante, Como explicar a atual
demanda pela bicicleta no Brasil e no
Mundo? - .
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