sexta-feira, 26 de abril de 2013

6- Respondendo as perguntas da postagem anterior.

Todos os municípios deveriam considerar a existência das bicicletas e incluí-las em seus planos e projetos.
Toda cidade precisa de plano cicloviário e reservar recursos para melhorias e investimento nesta área que está inteiramente ligada à qualidade de vida das pessoas, à saúde ao lazer e ao meio ambiente. Ou então, elaborar projeto de acordo com a nova lei de mobilidade urbana Lei no.12.587/12 que tramitou 17 anos no Congresso Nacional e foi aprovada em Janeiro de 2012 e só recentemente está sendo divulgada.

Entre as principais conquistas da nova legislação estão: a priorização dos modos não motorizados sobre o transporte individual motorizado, o planejamento urbano da cidade, a integração de políticas de planejamento e  de mobilidade nas cidades.

A nova lei determina que municípios com mais de 20 mil habitantes devem elaborar, até janeiro de 2015, seus planos de Mobilidade Urbana integrados e compatíveis com os respectivos planos diretores. As cidades que não os apresentarem no prazo determinado ficarão impedidas de receber recursos federais destinados à mobilidade urbana. 

Fica aqui o meu recado para os administradores de nossa cidade que se abraçarem a ideia não terão dispêndio de verbas municipais para melhorar de uma vez a mobilidade urbana e torná-la sustentável também, contribuindo assim para um planeta menos poluído e uma cidade mais humanizada, voltada para as pessoas.  

Muitas cidades em muitos países mundo afora, já visualizaram e se conscientizaram disto e se tornaram "Cidades de Mobilidade Urbana Sustentável". Até mesmo algumas cidades brasileiras já começam a dar os primeiros passos neste sentido independente do seu tamanho, são elas; Rio de Janeiro, Florianópolis, Rio Branco, Aracaju, Sorocaba, Santos, Curitiba, Toledo e a campeã em numero de bicicletas por habitante, Cáceres que possui 130.000 bicicletas para uma população de 90.000 pessoas.

Vias para as bicicletas

Muito se tem falado sobre ciclovia, ciclofaixa, vias compartilhadas... Mas qual a diferença? Para aqueles que ainda não sabem aqui está a explicação, acompanhada de fotos.
Ciclofaixa.
Quando há apenas uma faixa pintada no chão, sem separação física de qualquer tipo.
Indicada para vias onde o trânsito motorizado é menos veloz. É muito mais barata que a ciclovia, pois utiliza a estrutura viária existente.


Ciclofaixa na cidade alemã de Erlangen desenhada na via e na calçada.
Ciclovia.
Espaço separado para o fluxo de bicicletas. Ou seja, há uma separação física isolando os ciclistas dos demais veículos e ou dos pedestres.
Esta separação pode ser através de meio fio, ou outro tipo de isolamento fixo. A ciclovia é mais indicada para avenidas e vias expressas, pois protege o ciclista do tráfego rápido e intenso.

Ciclovia destacada dos carros e dos pedestres
Espaço compartilhado
O tráfego de bicicletas pode ser compartilhado tanto com carros quanto com pedestres. Pela lei, quando
não houver ciclovia ou ciclofaixa, a via pode ser compartilhada(art.58 do Código de Trânsito Brasileiro).
Ou seja bicicletas e carros podem e devem ocupar o mesmo espaço viário. Os veículos maiores devem prezar pela segurança dos menores (art. 29 #2o.) respeitando sua presença na via, seu direito de utilizá-la e a distância mínima de 1.5m ao ultrapassar as bicicletas (art. 201), diminuindo a velocidade ao fazer a ultrapassagem ( art. 220 item XIII).
Mesmo tudo isto estando na lei, muitas pessoas ainda acreditam que a bicicleta não tem direito de utilizar
a rua. E são essas pessoas que colocam o ciclista em risco, passando perto demais, buzinando e até mesmo
prensando o ciclista contra a calçada.
É preciso entender que a rua é de todos, e que o espaço público deve ser compartilhado, e que as bicicletas
também transportam pessoas que têm família, amigos e filhos.

Espaço compartilhado também na cidade alemã de Erlangen.
Agora vamos  às perguntas da postagem anterior.
É lógico que ninguém deseja uma situação de imobilidade para a sua cidade e para os seus habitantes e o terror dos engarrafamentos de trânsitos tão comuns nas grandes cidades brasileiras de norte a sul.

Existe sim uma saída sustentável para a situação que estamos prevendo e que certamente acontecerá porque os incentivos à compra de carros não param de ser oferecidos aos consumidores brasileiros.
Vários países da Europa e alguns da América do Sul conseguiram esta saída e estão nos mostrando que é possível sim, desde que todos cedam um pouco e compartilhem as vias com os diversos modais de deslocamento e que se conscientizem que no planejamento tradicional de transporte, o foco era a fluidez, mas agora, no planejamento da mobilidade urbana, o foco são as pessoas, o transporte não motorizado, o transporte coletivo e a democracia participativa das vias, e não mais 100% para o automóvel. 

Também há pessoas alertas para o problema e pensando em uma solução para o mesmo aqui na cidade. Esse que lhes escreve, tentando conscientizar o povo e os administradores de Pedro Leopoldo para - se assim decidirem - abraçar as ideias que aos poucos irei postando nesse blog.


Para vocês acompanharem o que está sendo feito em outras cidades brasileiras em termos de mobilidade urbana e plano cicloviário.

Agradeço a  todos pela leitura.
Rogo a Deus que me ilumine mais uma vez e também aos especialistas, para que possam encontrar uma solução para a nossa querida cidade.




sexta-feira, 19 de abril de 2013

5- Motivos que inibem o uso da bicicleta em PL.

Na opinião da maioria das pessoas que gostariam de usar a bicicleta com mais frequência e não a utilizam, é por falta de uma infraestrutura que proporcione ao ciclista condição segura para transitar na cidade, conforme pesquisa realizada junto à população em março de 2013.
Onde do total de pessoas entrevistadas, 46% utilizam o carro para as suas tarefas diárias, 21% utilizam a bicicleta, 17% utilizam a caminhada, 10% utilizam o transporte coletivo, e 6% utilizam a motocicleta. 
Dos 46% que utilizam o carro, 68% usariam mais a bicicleta e menos o carro, caso existisse estrutura cicloviária na cidade. Pelos números apresentados, conclui-se que: há uma forte demanda pelo uso da bicicleta, a qual está reprimida pelo receio ao carro.

Depois que aposentei em agosto de 2012, uso a bicicleta como principal meio de transporte todos os dias,(antes utilizava só nos fins de semana) seja me locomovendo para lecionar aulas de inglês, seja para pequenas compras, para ir ao banco, para visitar amigos, passear pela cidade, como exercício físico(prescrição médica). Pedalo uma média de 9 km diário e 243 km mensal pois somente em 3 dias por mês não pedalo.

Foi a melhor coisa que fiz. Hoje sou menos estressado, mais produtivo e criativo e, meu condicionamento físico e saúde só melhoram. Indico para todos.

Reconheço que não é fácil usar a bicicleta tranquilamente aqui em PL porque é como se elas infelizmente, não existissem, pois não existem vias voltadas para o uso da mesma como meio de transporte.

Em Pedro Leopoldo, o trânsito na via principal em determinadas horas é intenso, e à medida que for intensificando mais, maior será o número de pessoas  que irá migrar para meios de transportes "mais seguro" e deixará a bicicleta. Isto é fato, pois o aumento de veículo motorizado na cidade, cresceu a uma taxa de 10% ao ano a partir de 2007 até 2012 (fonte Denatran),alcançando atualmente um total de 25.300 veículos motorizados, que em breve serão muito maior que a capacidade de nossas vias e aí é que gostaria de saber como iremos resolver o problemão. Srs. administradores acordem e pensem no futuro próximo antes que seja tarde. Estou aqui como voluntário para ajudar no que for possível.

Isto é muito triste porque mais poluída e doente ficará a nossa cidade (lembram de automópolis?), gerando uma carga de estresse enorme nas pessoas que por ela circulam, tanto faz se de automóvel, a pé, de ônibus, de moto ou de bicicleta.


Agora eu pergunto: É isto que queremos para a nossa cidade, para os nossos filhos, netos e bisnetos?
Há uma saída para esta situação?
Há pessoas alertas, pensando em uma solução para a imobilidade que em breve se instalará aqui?

Na próxima postagem tentarei responder as perguntas aqui formuladas. Aceito sugestões  de respostas às perguntas nos comentários.

Quem utiliza a bicicleta tem a oportunidade de se comunicar mais e ser mais social.


A integração é maior e  o convívio mais saudável, pois se desfruta mais da natureza.






Grato pela leitura, mais uma vez.

Que Deus continue a me iluminar para que eu possa contribuir e ajudar a todos que aqui vivem.
Amém.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

4- Decisões: Mudança de Hábito.

Quando vi e li essa frase: "DE BIKE É MELHOR", perguntei a mim mesmo; é verdadeira essa afirmação?
Bem, com certeza os ciclistas dirão que sim, já os que amam o automóvel dirão que não, e aqueles que não utilizam nem a bicicleta e nem o automóvel, dirão que à pé é mais gostoso, mais saudável, mais econômico e mais divertido.

O fato é que cada um tem a sua preferência e o seu hábito de locomover-se  e eu  respeito. Nos dias de hoje, como foi citado em postagem anterior, a maioria prefere o automóvel à qualquer outro meio de se locomover. Quero deixar bem claro aqui, que não sou contra o automóvel, mas sim contra o seu uso indiscriminado. E isto vem tornando o transito de todas as cidades brasileiras caótico pois provoca; aumento de poluição tanto do ar quanto sonora, aumento de acidentes graves, aumento de obesidade para o seu condutor, piorando a saúde do mesmo e de todos devido a emissão de CO2 também.

Vivemos em uma sociedade que cultivou o hábito de ver o automóvel como um simbolo de status, ignorando o papel de outros modais de deslocamento na mobilidade urbana.
Cada um dos outros modais tem um papel importante, quando se trata de mobilidade urbana sustentável.
A caminhada assim como a bicicleta, proporcionam a quem faz uso delas para o seu deslocamento diário, uma grande melhora na qualidade de vida, não poluindo, promovendo a inclusão social, minimizando custos de mobilidade, melhorando a saúde tanto física quanto mental, das pessoas.

E na cidade onde moramos, que em sua área central é toda plana e de dimensão pequena é ideal para esses dois tipos de modais de deslocamento. E por que então as pessoas utilizam tanto o automóvel para o deslocamento na área central?
Em minha opinião, porque o automóvel traz status, e a ideia de utilizar a bicicleta está ligada à pobreza. 
Mas se pedalar traz tantos benefícios, por que então as pessoas não utilizam mais a bicicleta como meio de transporte, já que a área central como disse, é plana e de dimensões acanhadas?

Sim é triste perceber que muitas bicicletas estão enferrujando na garagem de casa, pelo receio que se tem de sofrer um acidente nas vias repletas de carros, motos e caminhões.
Me lembro bem que Pedro Leopoldo sempre foi conhecida em toda Minas Gerais como a cidade das bicicletas. Eu, por exemplo quando aqui cheguei, vindo de Niterói, para fixar residencia e trabalhar na Fábrica de Tecidos em 1975, usava diariamente a bicicleta para me deslocar até o trabalho. Depois vieram os filhos(3) e eles também se deslocavam para a escola em suas bicicletas acompanhados pelo pai, ensinando-os a se comportar no transito a fim de evitar algum acidente.


Para nós ciclistas, no início quando aprendemos a pedalar era o prazer... lembra? Aposto que sim. Quando aprendemos a equilibrar sobre as duas rodas de uma bicicleta que ganhamos de nossos pais ou do Papai Noel.
Depois, crescemos e a bicicleta vira tantas outras coisas na nossa vida: meio de transporte, recomendação médica, instrumento de trabalho, hobby, atividade esportiva... etc.
Essa máquina maravilhosa do século 19 tem a capacidade de se encaixar em todo tipo de gente: rico ou pobre, homem ou mulher, velho ou criança, que nos dias de hoje, estão com pouca ou nenhuma segurança em pedalar por uma cidade tão propícia a isto.

Temos que resgatar o antigo hábito de pedalar, não só como prazer mas também para realizarmos algumas atividades cotidianas aumentando o número de pessoas pedalando e diminuindo o de pessoas dirigindo e poluindo o ar, melhorando assim, o fluxo no já tão problemático transito de Pedro Leopoldo.


Convido-o a assistir mais um vídeo e deixar o seu comentário sobre o artigo.



Obrigado mais uma vez e até a próxima postagem.
Que Deus nos guie e nos confie a sabedoria de conseguirmos o nosso objetivo.
Amém.

sábado, 6 de abril de 2013

3- Um Passo de Cada Vez.

Como aprendi com os meus mestres, tudo o que é novo deve ser transmitido às pessoas com alguns conceitos bem definidos, para que elas percebam a validade do mesmo e assim o aprovem e o utilizem. 

Assim, juntamente com o que  será apresentado e ensinado às crianças, adolescentes e jovens nas escolas, creio ser necessária também uma campanha abrangente na mídia, direcionada ao público adulto,a fim de conscientizá-los de seu papel como pedestre, ciclista ou motorista. Se cada um aprender a se colocar no lugar do outro, haverá certamente mais compreensão, respeito e colaboração com os padrões de comportamento que se fazem necessários*.

Ao mesmo tempo então em que se (re)educa e (re)ensina a população, sobre MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL é necessário convidar cada Pedro Leopoldense que utiliza o automóvel como seu único meio de transporte, a reavaliar esse uso, considerando a possibilidade de se utilizar também outro meio de locomoção ao invés do carro. Essa mudança de comportamento certamente contribuirá para uma melhoria na qualidade de vida de toda a população da qual ele também faz parte.

É lógico que sempre haverá aqueles que não irão concordar ou terão dificuldade em entender ou em aceitar o NOVO, (porque como sempre ouvi dizer: "o novo assusta") principalmente se a sua vontade individual for preterida em razão da coletiva. Como diz o ditado: "é impossível agradar a gregos e troianos".Se conseguirmos a adesão da maioria, a missão estará cumprida e os demais,a partir da convivência com o NOVO, reconhecerão o engano e passarão a apoiá-lo também.

As propostas que tenho de mudanças no transito de Pedro Leopoldo, e no (re)desenho urbano da cidade, a meu ver, só trarão mais satisfação, facilidade e a alegria de se conviver em uma NOVA CIDADE,voltada para o interesse e necessidade dos  seus habitantes, para o convívio social (o aumento da mobilidade a pé ou de bicicleta expõe mais as pessoas, incentivando assim maior convivência, já que as pessoas se verão mais, se cumprimentarão mais, sorrirão mais umas para as outras).

A cidade com certeza ficará mais bonita, menos poluída e permitirá mais fácil locomoção, lembrando muito a PEDRO LEOPOLDO de outrora, onde a convivência em sua área central era prazerosa e saudável. Quem não se lembra da época dos footings na Comendador Antonio Alves, em frente ao Cine Central? Logicamente só aqueles com mais de 50. Mas aqueles que não são dessa época, perguntem aos seus pais ou avos e eles lhe contarão como era.

Isso sem falar no aumento da segurança, o que encorajará pais a deixarem seus filhos se socializarem mais, não se isolando tanto dentro de casa diante de um aparelho de TV ou  de um computador.

As melhorias, portanto, serão visíveis e benéficas, o que trará natural adesão daqueles que a principio se mostraram reticentes com as novas ideias.




*Alguns exemplos de padrões de comportamento

Por parte do pedestre
Sempre atravessar as ruas nas faixas para pedestres.
Respeitar o sinal de transito nos cruzamentos em que existirem.

Por parte do ciclista
Seja educado, e dê prioridade ao pedestre.
Obedeça as leis de transito, obedecendo os semáforos e mantendo-se à direita e na mão da direção.
Sempre sinalize suas intenções ao mudar de direção.
Não faça zig-zag, procure pedalar mantendo uma linha reta.              
Aprenda a ouvir o transito, não fazendo uso de aparelho sonoro.

Por parte do motociclista
Tenham paciência no transito e obedeçam a velocidade máxima permitida.
O pedestre e o ciclista tem prioridade sobre a motocicleta.
Conduza sua moto de acordo com a velocidade do transito, sem querer ultrapassar a qualquer custo. 

Por parte do motorista
Lembre-se que o pedestre, o ciclista e o motociclista, têm prioridade sobre o automóvel, segundo o CTB.(Código Brasileiro de Transito).
Seja amigo destes e tenha paciência no transito, só assim a convivência se tornará amigável e benéfica para todos.
Ao ultrapassar o ciclista, o faça mantendo-se a uma distancia mínima de 1,50m e sem acelerar, pois um susto no ciclista pode gerar desequilíbrio do mesmo e um acidente grave.
Respeite o pedestre e dê prioridade aqueles que fazem a travessia da via na faixas a eles destinadas.


Muitíssimo grato pela leitura  e por assistirem ao vídeo. Até a próxima.
Agradeço Pai por mais esse trabalho e que consigamos conscientizar a população da minha cidade para o NOVO.