segunda-feira, 28 de outubro de 2013

32- Nós Somos a Mobilidade

Você já pensou em como suas escolhas e atitudes influenciam na dinâmica da cidade em que você vive?
Há um consenso de que o trânsito nas cidades brasileiras está mais complicado a cada dia. O assunto aparece em todas as rodas de conversa. Mas o que cada um de nós está fazendo para mudar essa realidade?
A mobilidade urbana, o modo e a velocidade com que nos deslocamos, determina uma parcela significativa de nossas vidas. No caso específico de nossa cidade, Pedro Leopoldo, na hora de sair de casa de manhã para o trabalho, na hora do almoço ou ao fim do expediente, são os momentos de maior concentração de veículos em nossas ruas as quais não estão suportando mais a quantidade em circulação e em breve com o contínuo aumento do número de veículos, (média de 140 por mês),  não teremos mais condições seguras e tranqüilas de transitar na cidade. Todos os dias da semana serão iguais aos sábados pela manhã ( e você já notou como fica nossa cidade aos sábados pela manhã?)
Rua Comendador Antonio Alves aos sábados pela manhã.

Assim direta ou indiretamente considerando o meio de deslocamento, a distância e o tempo que vamos levar em nossos deslocamentos teremos que pensar, refletir e escolher o melhor meio de transporte que devemos utilizar naquele momento, a fim de podermos contribuir com a dinâmica da cidade em que vivemos. E os resultados poderão ser vistos nas ruas das cidades, todos os dias.

 Sendo assim, por que não fazer uma escolha diferente da que hoje a grande maioria faz , utilizando exclusivamente o carro. Conforme pesquisas realizadas por mim e alguns colaboradores com 3 segmentos da comunidade, ( na rede social – facebook- em um estabelecimento escolar- e com a população em geral nas ruas-, em todos elas obtivemos um resultado bem próximo, nos mostrando que temos uma grande demanda pelo uso da bicicleta como meio de transporte, a qual está reprimida pelo excesso de carros em circulação, o que afugenta 68% das pessoas que utilizariam mais a bicicleta nos seus deslocamentos cotidiano pelo centro da cidade.



Andar a pé e usar a bicicleta podem ser ótimas opções para driblar o estresse. Optando por uma dessas alternativas, além de melhorar sua saúde e a dos outros, diminuindo a fumaça e o barulho, você conhece melhor sua cidade. Quem caminha sabe que, mesmo repetindo o trajeto, há sempre um detalhe novo que não havia sido percebido antes.


O transporte coletivo também é uma opção válida: um ônibus ocupa o espaço equivalente a três carros e leva pelo menos dez vezes mais pessoas. Além disso, utilizar o transporte público contribui significativamente para a redução de congestionamentos e da emissão de gases poluentes. Outra alternativa são as caronas. Você já reparou, quando espera o sinal abrir para atravessar uma rua, em quantos carros passam com apenas uma pessoa dentro? E se metade deles fosse ou desse uma carona para o vizinho ou colega de trabalho?

Uma cidade é o reflexo de sua população. São pequenas atitudes individuais que, se somadas e compartilhadas, podem resultar em mudanças grandes. A mobilidade urbana é uma questão de planejamento urbano e políticas de governo, mas também de consciência e escolha pessoal de cada um de nós.

Aqui vai um recado para a atual administração pública de nossa cidade. A primeira de muitas sugestões que darei para que tenhamos mais pessoas utilizando a bicicleta e menos o carro e também  educar a todos para uma convivência harmoniosa no trânsito e o respeito das leis de trânsito e de um modal pelo outro: - seguir o exemplo que muitas cidades brasileiras estão seguindo ou seja; implementar ciclofaixas temporárias em  grande trecho (a ser definido) nos finais de semana e feriados nacionais, onde as pessoas passariam a utilizá-las para fazer suas pequenas compras, passeio, visitar amigos, etc... e assim aos poucos irem se acostumando a pedalar em convivência com os carros em  faixas exclusivas  para as bicicletas.
Ciclofaixa temporária todos os domingos e feriados, uma solução para a educação prática do trânsito.
 Mais uma vez, obrigado a todos e em especial a ti Pai por mais uma postagem.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

31 - A Reconquista do Espaço Público para as Pessoas.

A visão tradicional da cidade 
Os problemas enfrentados diariamente pelas pessoas ao se locomoverem nas cidades,é fruto de uma visão errônea de que a cidade pode se expandir continuamente, e desconsideram-se os custos de implantação da infraestrutura necessária para dar suporte ao atual padrão de mobilidade, centrado no automóvel, cujos efeitos negativos são distribuídos por toda a sociedade, inclusive entre aqueles que não possuem carro.
Atualmente, podemos identificar vertentes opostas nos modelos de planejamento urbano.
Algumas delas promovem um estilo de vida cada vez mais individualizado, ao priorizarem o uso dos transportes particulares restringindo, gradualmente o convívio social.



Outras vertentes se baseiam no incentivo aos meios não motorizados de transporte, na construção de passeios públicos, na incorporação da bicicleta e na garantia de acessibilidade às oportunidades que a cidade oferece. Esse último conjunto de medidas, que já é uma realidade em várias cidades do mundo, melhora enormemente as condições de convívio urbano e traz benefícios diretos para a qualidade do meio ambiente local e global.

Calçadão na cidade promove o convívio social e a melhoria do meio ambiente.


Parque público onde encontra-se amigos, um sol,um bate papo,uma leitura e um namoro.
Um parquinho onde entreter os pequeninos com segurança.

Uma cidade voltada para as pessoas é aquela onde a qualidade de vida está em primeiro lugar,onde faz-se a reconquista do espaço urbano tomado pelo transporte individual e as pessoas são respeitadas e têm várias opções de lazer, de locomoção e convivência social. 

Pouco a pouco, os impactos ambientais, econômicos e sociais causados pelo atual modelo de transporte têm forçado algumas cidades a rever suas prioridades, de modo que diversas cidades passaram a adotar medidas de moderação de trânsito (traffic calming), no intuito de tornar as vias urbanas compatíveis com diferentes modos de transporte e de possibilitar a utilização do espaço público não só como local de circulação mas de convivência urbana.


Pouco a pouco também, diversas cidades  mundo afora, estão reconquistando seus espaços públicos com a implementação de melhores calçadas e ciclovias e reduzindo as áreas ocupadas por estacionamentos, a fim de que estes voltem a ser habitáveis ou possam acolher atividades públicas.




Nos locais onde têm sido implementado esses projetos, observa-se que as pessoas tendem a responder positivamente e até com entusiasmo à oportunidade de caminhar, andar de bicicleta e participar da vida pública no espaço coletivo.

Um dos objetivos primordiais do planejamento urbano, e mais especificamente do planejamento de transportes, deve ser a busca pela qualidade de vida nas cidades, para que os habitantes realmente vivam os espaços urbanos, e não apenas passem por eles.
Pena que o Brasil em sua maioria, não perceba isto e as cidades ainda estejam só voltadas para o beneficiamento ao automóvel, não se pensando em meios alternativos de locomoção e convivência social.

Grato a todos e a ti Pai por mais uma postagem.

Bibliografia consultada: Instituto de Energia e Meio Ambiente.


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

30 - Como Incorporar a Bicicleta na Cidade

“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível. A persistência é o menor caminho do êxito.” — Charlie Chaplin

Motivado pelo discurso de Charlie Chaplin, continuarei a divulgar pouco a pouco meus esforços no sentido de tornar a cidade onde vivo uma cidade mais sustentável, mais humana, mais voltada para as pessoas e mais amiga da bicicleta, resgatando o que outrora era maioria em circulação na cidade e que pouco a pouco sem que percebêssemos foi sendo substituído pelo automóvel e transformando a cidade um mar de veículos motorizados, barulhentos, poluentes e anti social.

 
foto: arquivo Geraldo Leão

A nossa outrora pacata P.Leopoldo,
 onde a bicicleta era o meio de transporte mais usado para todos os fins, passeio, trabalho, compras, visitas etc. hoje, cede lugar aos veículos que expulsam-nas de seu habitat natural ( as vias), tratando-as como intrusas, atrapalhando o caminho do automóvel, que impaciente tem pressa de chegar a um local e lá ficar estacionado durante horas a ocupar um espaço que de direito é de todos e não só dele, atrapalhando quem deseja se locomover em segurança e também chegar a seu destino de uma forma saudável, silenciosa  não poluente, social e comunicativa.

COMO INCORPORAR NOVAMENTE A BICICLETA EM PEDRO LEOPOLDO.
A fim de que a incorporação se torne permanente, sugiro aos poderes legislativo e executivo a criação de um projeto de  lei de iniciativa popular que institui a bicicleta como modal de transporte regular na cidade. O mesmo está tendo suporte popular mediante a assinatura de uma petição.

A seguir com ajuda de bibliografia fornecida pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente, listo os motivos que levam  cidades a criarem uma estrutura cicloviária.
Cidades de países desenvolvidos, por exemplo, tradicionalmente justificam a implantação de planos cicloviários com base na questão ambiental e no uso excessivo do automóvel. Nesses casos, a bicicleta tem um papel de elemento estruturador, e não de mero ator coadjuvante. Além disso, a bicicleta contribui para a revitalização dos centros degradados.

A incorporação das bicicletas na cidade deve fazer parte de uma política de mobilidade urbana que considere o desenvolvimento dos meios não motorizados de transporte, a fim de promover a inclusão social, a redução da poluição e a melhoria da saúde pública, contribuindo assim para a construção de cidades sustentáveis, o que é um direito estabelecido no Estatuto da Cidade ( Lei Federal 10.257/2001).

A incorporação da bicicleta no sistema de mobilidade urbana precisa ser planejada, respeitando-se as características locais, e se dá através das seguintes ações:

1- Implantar infraestrutura
  • Construção de ciclovias
  • Construção de ciclofaixas
  • Implantação de ciclorotas
  • Conexão dos trechos de ciclovias já existentes
  • Integração com o sistema de transporte coletivo
  • Implantação de bicicletários e infraestrutura de apoio em estações e terminais de transporte.
2- Promover a micro acessibilidade
  • Promoção do uso da bicicleta nas escolas de bairros, por meio da construção de ciclovias, ciclofaixas, ciclorotas e bicicletários.
3- Promover a segurança

Semáforo e sinalização para as bicicletas e pedestres


  • Desenvolver programas de educação para ciclistas e motoristas
  • Implantar sinalização de trânsito específica
Permitir em algumas vias o contra fluxo para as bicicletas,tornando seu deslocamento mais rápido.


4- Estimular o uso
  • Implantação de ciclofaixas móveis
  • Desenvolvimento de campanhas de valorização e estímulo ao uso da bicicleta
  • Desenvolvimento de ações facilitadoras ( aluguel de bicicleta,)
  • Por princípio, todas as ruas da cidade de Pedro Leopoldo são cicláveis. O que, então, é necessário para consolidar a bicicleta como um meio de transporte na cidade?
  • Não considerar o automóvel como única forma de deslocamento
  • Dividir o espaço público de uma maneira mais justa e democrática
  • Priorizar a bicicleta e o pedestre em todos os projetos viários
  • Implantar redes de ciclovias e suas infraestruturas auxiliares (bicicletários, sinalização etc.)

Desenhar e planejar o sistema viário de maneira que o uso da bicicleta e do passeio público seja mais seguro e atrativo.

A ti Pai, agradeço mais uma vez por tudo.

Bibliografia: Instituto de Energia e  Meio Ambiente