segunda-feira, 26 de maio de 2014

# 62 - A CULPA NOSSA DE CADA DIA.


Nós, humanos, somos especialistas em colocar a culpa nos outros ou em alguma coisa.   
É difícil para cada um aceitar que faz algo errado ou que é parte do problema.
O ciclista leva uma fina e culpa o motorista por desrespeito. O motorista culpa o governo porque não tem ciclovia. O Sistema Nacional de Trânsito pode "culpar" a própria população, alegando nunca ter recebido um pedido por escrito para que fosse construída uma ciclovia naquele local. A população rebate a culpa pela falta de fiscalização. Por culpa das facilidades para se comprar um carro, os governantes veem as ruas se encherem de carros e se sentem pressionados a construir mais e mais rodovias. Essas facilidades são tidas como "necessidades" do crescimento econômico, que resulta na diminuição da desigualdade social com a ascensão da classe média, à qual há quem também confira a culpa, e por aí vai.
Somos complexos. Temos a capacidade de construir automóveis que andam a centenas de quilômetros por hora e vão de 0 a 100 km/h em pouquíssimos segundos, depois temos que fazer leis que proíbam ultrapassar certo limite de velocidade.
Fazendo uma analogia e sem culpar ninguém, isso é o mesmo que vender armas e depois prender quem atirar em alguém.
No caso do trânsito, inicialmente o homem apenas caminhava. Em seguida, começou a utilizar veículos com rodas. Depois, automotores. Hoje, mesmo de avião, o homem está sempre com pressa. Se tivéssemos parado a "evolução" na bicicleta, seríamos felizes sem saber, então, procuraríamos angustiados e ansiosos uma maneira de nos locomover mais rápidos - o que de fato aconteceu.
Parece que só tomamos consciência dos efeitos negativos do que fazemos quando sentimos na pele. Uma companhia aérea americana, por exemplo, estava passando por um problema que incomodava muito seus clientes: o extravio de bagagens. Ela já havia dado advertências, feito reuniões, vistorias, mas nada adiantava. Até que alguém teve a seguinte ideia: convocar os gerentes responsáveis pelo setor de bagagens para um encontro fora de suas cidades e propositalmente extraviar as suas bagagens. Depois de passar dois dias apenas com a roupa do corpo, eles tomaram medidas e resolveram boa parte do problema. Temos casos de sucesso de cidades que incentivaram a bicicleta e o transporte público e melhoraram a mobilidade urbana depois de sofrer com a invasão do automóvel, mas nós aqui de Pedro Leopoldo infelizmente só vamos entender isso quando o nosso trânsito parar.
Isso demonstra certo individualismo que reina em nossa sociedade. Eu só entendo dos problemas que me afetam. Para entender o outro, tenho que passar pelo que ele passou. Perdemos a capacidade de nos colocar no lugar do outro. Aprendemos a buscar o nosso bem-estar e não conseguimos abrir mão dele para um momento de conforto ou satisfação do outro. Falamos demais, culpamos demais, e não paramos para ouvir, o que seria um grande avanço na convivência. Carecemos de empatia.
Temos que reconhecer que quem já opta pela bicicleta e luta por esta causa está à frente dos demais, é até menos culpado, desde que respeite e saiba ouvir quem ainda não entendeu a grandeza desse ato. Mas não há ninguém perfeito e para um bom convívio social, parar de julgar e achar culpados para tudo seria um bom começo. Assumamos a culpa nossa de cada dia

Grato Senhor, por mais esse.
  Fonte:  Revista Bicicleta por Anderson Ricardo Schörner












segunda-feira, 19 de maio de 2014

#61 - A MOBILIDADE URBANA DE PEDRO LEOPOLDO - EU GOSTARIA DE MUDAR ISSO.


Quem pedala em Pedro Leopoldo sempre soube que a área central da cidade é perfeita para os deslocamentos em bicicleta. Um microcosmo em que tudo está disponível a apenas algumas pedaladas. O supermercado, a farmácia, a escola, o escritório, o banco, o consultório dentário e médico, o açougue, a rodoviária, a papelaria etc.etc...
Uma pequena cidade auto suficiente em muita coisa e com fácil acesso a outras vizinhanças.

Natural portanto que em meio a tantas ruas sem espaço para mais carros, o morador  e também os prestadores de serviço saberem que a bicicleta e o caminhar são as melhores soluções. Para facilitar a vida de quem mora e circula pela área central, apresentamos um plano cicloviário para a atual administração e para as futuras, pois o plano tem que ser sempre acompanhado e atualizado no decorrer dos anos.
-Ruas com velocidade máxima de 30 Km/h, número mágico que facilita a fluidez e segurança das pessoas.-
A conquista  consolidada,  Pedro Leopoldo será mais do que um exemplo piloto, será  uma demonstração real de como podem ser os deslocamentos no futuro. O projeto implementado por firma especializada, estará aí para quem quiser consultá-lo.


Mais do que um plano, as Zonas 30 de Pedro Leopoldo são o símbolo máximo de respeito à circulação das pessoas. Serão consideradas parte da malha cicloviária, afinal a sinalização irá deixar claro a todos que os veículos automotores serão permitidos e cidadãos em bicicleta  e caminhando serão os convidados especiais, portanto com a preferência deles.
As Zonas 30 são o acesso à porta das pessoas, ruas residenciais que recebem tratamento especial para garantir segurança e fluidez na mobilidade, sem destruir a vizinhança.
A esperança é que,Pedro Leopoldo passe a ser a cidade mais completa do estado quando se falar em infraestrutura ciclística e caminhavel e que sirva de inspiração para toda Minas Gerais.


E o que é um Plano de Mobilidade Urbana senão a resposta a essa busca de uma cidade melhor?
Dentre tantos planos existentes, surge o grande desafio de engajar a população e seus atuais dirigentes e também os futuros, na discussão da cidade que se quer e resgatar os espaços públicos para as pessoas.

Porém, como elaborar um Plano de Mobilidade Urbana em uma cidade  sem que haja, além da participação popular, a visão do Prefeito para uma busca de ações integradas junto aos governos estaduais e federais? E além disto, tem que haver a discussão e a aprovação de proposituras, com novos conceitos em prol do pedestre, do ciclista e do transporte coletivo nos planos diretores, de mobilidade, de uso e ocupação do solo e de urbanismo. 

A cidade deverá ser redesenhada e, a aprovação do Plano Municipal de Mobilidade Urbana será o marco do  governo do município que o adotar e puser em prática.


O que todos desejam é caminhar por espaços públicos uniformes e seguros, pedalar por ciclovias integradas às principais vias de acesso e áreas de lazer, dispor de para ciclos e bicicletários seguros nos pontos de transbordo e de grande fluxo de serviços e comércios, transporte coletivo confortável, regular e com tarifa justa e integrada nos sistemas municipal e intermunicipal, informações e transparência.

Enfim, o que se quer é uma cidade acessível com ordem e respeito ao cidadão e à coisa pública.
A técnica, a participação popular e a coragem dos atuais e dos próximos governantes em adotar medidas de impacto, priorizando os deslocamentos dos pedestres, ciclistas e usuários do transporte público, bem como a humanização e segurança nos espaços que são de todos, proporcionarão às gerações futuras, cidades sustentáveis, organizadas, racionalizadas e amigáveis.

A população deverá ser a guardiã do plano para que não haja descontinuidade na sua execução.
É hora de começar, de resgatar, não só os espaços públicos para as pessoas, mas a vida em comunidade!


Não queremos que com o discurso:"A imobilidade dos governantes não permite que a mobilidade da cidade seja pensada, planejada e executada," seja uma realidade.


Obrigado Senhor.













segunda-feira, 12 de maio de 2014

# 60 - PEDRO LEOPOLDO É UMA CIDADE CICLÁVEL?

Infelizmente a cultura brasileira do uso da bicicleta como modal de transporte ainda é incipiente e isto influi negativamente na visão futurista de nossos administradores municipais.

A questão cicloviária em qualquer cidade brasileira é muito frágil. Não temos planejamento urbano, e a integração das vias é fundamental. A partir de Abril de 2012 temos a Política Nacional de Mobilidade Urbana, lei 12.587/12 que obriga municípios com mais de 20 mil habitantes a priorizar os transportes não-motorizados e também diz que a lei municipal pode ser mais restritiva do que a nacional. O que aconteceu em Pedro Leopoldo é que quando se fez o Plano Diretor em administrações passadas não se incluiu um Plano Cicloviário, apesar de há muito tempo a cidade ter a cultura do uso da bicicleta como modal de transporte, lazer e esporte. O momento para que isto seja corrigido será quando da confecção do novo plano diretor que está prestes a acontecer. Nós cidadãos pedro leopoldense, não podemos deixar de incluir no mesmo um plano cicloviário de qualidade, pois só sendo de qualidade irá ser útil e utilizável e não apenas para "Inglês ver".

Compartilhamento de vias com 30 km/h é vital

Locais com estrutura  para estacionar bicicletas é imprescindível
















A seguir, respondo algumas perguntas que provavelmente muitos de vocês seguidores do meu blog gostariam de me fazer, as quais também creio irá esclarecer melhor a utilidade de se mudar de hábito em prol de uma cidade e uma vida melhor.

Por que a malha cicloviária  não pega no Brasil?
P. Netto — Porque Infelizmente não existe um modelo nacional de planejamento cicloviário. Em diversos países da Europa, existem modelos de como se deve construir uma cidade ciclável. Aqui, estamos meio século longe disso. 
Pedro Leopoldo é uma das poucas cidades mineiras  que tem a sua área central totalmente plana e de curta distancias, o que dispensa o uso do automóvel. Em algumas cidades brasileiras temos um modelo de malha cicloviária que nem o ciclista, nem o motorista de carro e, nem o pedestre entendem. Não há uma integração das vias. Em Pedro Leopoldo, por exemplo, há duas ciclovias que foram construídas há mais de 16 anos e desde então devido à falta de manutenção e sinalização estão totalmente abandonadas. Isso não pode acontecer, tem que ter informação, o ciclista tem que entender o sentido da via. O condutor da bicicleta tem que ser informado da mesma forma que o do carro é por meio de sinalizações viárias próprias.
Malha Ciclovaria (Erlangen -Alemanha). Todas as vias são interligadas e sinalizadas horizontal e verticalmente      
 traços vermelhos: ciclovias, ciclofaixas.

Qual a diferença de uma cidade ciclável e uma cidade com ciclovias?

P.Netto - Para responder a essa pergunta vou fazer uma rápida descrição de uma cidade Alemã   onde todo ano visito e convivo de 2 a 3 meses, utilizando toda forma de transporte alternativo,principalmente a bicicleta.
A cidade ciclável pode ter várias formas de planejamento. Em Erlangen  cidade  Alemã com 105 mil habitantes, definiram que todas as  avenidas tenham velocidade máxima de 50 km/h e nestas avenidas as ciclofaixas são nas calçadas.
Nas vias transversais com menor volume de carros, e com sinalização adequada e com uma velocidade máxima de 30 km/h estas vias são compartilhadas.
Em vias  com muito volume de carros, coloca-se ciclofaixas. Veja as fotos abaixo.


Avenidas velocidade máxima 50 km/h - ciclofaixas na calçada.
Devidamente sinalizada para pedestre e bicicleta.



Vias transversais com pouco volume de trânsito, sinalizadas adequadamente, são compartilhadas onde
os automóveis e as bicicletas compartilham o mesmo espaço com preferência para as bikes.
Vias com maior volume de carros, utilizam-se ciclofaixas, cada modal utiliza a faixa a ele destinado.
No Brasil, as ruas com velocidade máxima de 40 km/h têm que ter ciclovias, senão o ciclista é atropelado. As pessoas não sabem o que querem aqui, e a ausência de um plano nacional atrapalha a integração com o trânsito.  A leitura da bicicleta como um sistema de transporte e o ciclista como parte do trânsito é que faria a cidade se tornar ciclável. Uma cidade ciclável é mais amiga do pedestre e do transporte coletivo. 

Na década de 70, na Holanda, aproximadamente 4 mil pessoas morreram no trânsito. No ano passado, morreram 22 pessoas o ano todo. Para os cofres públicos, cada pessoa acidentada no Brasil custa cerca de R$ 950.000,00 entre ambulância, internação etc. Então calcule o impacto na economia se tivéssemos menos acidentes. A cidade ciclável tem que ter um desenho claro, que seja entendido por todos, não apenas pelo ciclista.

Pedro Leopoldo tem como fazer um plano ciclável?

P.Netto - Pedro Leopoldo, tem como fazer um plano ciclável sim. Não fizeram ainda  porque faltou interesse ou capacidade. Ainda não perceberam como isso é importante para a economia, o que se concretiza em falta de vontade política. Com ciclovias, você tem pessoas mais saudáveis, menos sedentárias e, por consequência, menos doentes. Há um impacto  absurdo de bom na economia. A Alemanha não é rica ou desenvolvida por causa da bicicleta, mas, com certeza, a questão da mobilidade integrada tem sua participação nos indicadores sociais e econômicos. Não é só uma questão ecológica, é econômica também. Por aqui e no Brasil, infelizmente ainda não existe a visão do benefício por parte dos gestores.

Toda a cidade de Pedro Leopoldo pode ser ciclável? 


P.Netto — Com certeza que não, pois há bairros com  lombadas muito fortes, por exemplo a Vila Magalhães e o Bairro Sto Antonio (Cascavel). Mas  pelo  fato de não ter lombadas em sua área central, Pedro Leopoldo é uma cidade  com uma grande vocação para ser ciclável. Pois no caso de alguns bairros onde há lombadas moderadas, as pessoas se adaptam. Se o clima é chuvoso, usa-se capa de chuva. Se é muito quente, usa-se roupa mais confortável. Se tem ladeira, compra-se uma bike mais leve ou elétrica, muda-se a rota. O raciocínio muda, a leitura muda. Nas lombadas dos bairros São Geraldo, e dos que compõem a região norte, por exemplo, tem gente que usa a bicicleta por necessidade, mesmo sem ter as condições ideais. Investir em ciclovias só vai ajudar a melhorar a cidade e diminuir acidentes. Não tem prejuízos, só lucros.
É comum governos demonstrarem resistência pa investir em ciclovias?
P. Netto — A questão é a falta de visão para dar continuidade a uma política que é boa para a população. E falta a população cobrar também. As revoltas que se iniciaram em junho passado eram contra a cidade que se tem. Eram por um bom desenho urbano, uma cidade organizada, um transporte coletivo de melhor qualidade.

O que é ser ciclista hoje em Pedro Leopoldo?

P.Netto - É ser contraventor. É dar um jeitinho, é andar na contramão é atrapalhar o trânsito, é ser excluído do espaço urbano, é não ter local onde estacionar a sua bicicleta corretamente, deixando-a no meio-fio atrapalhando ao automóvel estacionar ou ao pedestre transitar. Se a cidade inclui essa parte( estrutura cicloviária correta), o ciclista é incluído. As cidades brasileiras, só servem à burguesia, pois foram organizadas para a burguesia. O ideal é que o pedestre e o ciclista fossem respeitados, conforme determina o CTB.

A construção de ciclovias é cara? Qual o preço de um km de ciclovia?
P. Netto — Bem isto depende muito do desenho urbano e do tamanho da cidade. Acredito que para o nosso caso de Pedro Leopoldo que cada quilômetro custe em torno de  R$ 50 mil.(falo aqui em construção de ciclovias com qualidade, com sinalizações corretas, verticais, horizontais e de dimensões padrões mínimas). Com R$ 1 milhão, daria para construir 20 quilômetros.  Se o prefeito entender isso como mobilidade e ganho social, ele muda a cidade em quatro anos. É possível mudar no período de uma gestão pelo tamanho da nossa cidade. São dois anos para trabalhar sobre projeto, licitação etc., e dois anos para implantar. Talvez não se faça 20 quilômetros, mas se fizer 15 quilômetros já seria muito bom. É totalmente viável, mas há falta de visão. Ainda tratam bicicleta como brinquedo de criança. Será por que então Holanda, Alemanha,  Dinamarca, Áustria, Estados Unidos, Suécia, Japão e muitos outros países  implantam estrutura cicloviária?

Você já apresentou as suas sugestões aos atuais administradores público?
P.Netto -- Sim, mas meu conhecimento e convencimento na época em que conversei com o executivo de nossa cidade não era tão grande quanto  hoje. Não tive forças para mostrar como isso era importante, talvez por isto não os convenci. A infraestrutura cicloviária tem que fazer parte do processo urbano de uma cidade nos dias atuais pois com tantos veículos motorizados e um transporte público deficiente, uma rede cicloviária seria além de necessária, também de uma grande utilidade.  Então decidi partir para a conscientização da população criando esse blog e uma página no Facebook (UMA NOVA CIDADE), pois se houver usuários conscientizados, naturalmente existirá pressão por um sistema melhor ainda.


Obrigado Senhor, por mais esse.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

# 59 - SERÁ QUE PEDRO LEOPOLDO NÃO É MAIS A MESMA?

Os problemas urbanos que afligem o Pedro Leopoldense começaram a atrair a atenção de um número maior de cidadãos pesquisadores e jornalistas locais,que há décadas só tinham elogios para fazer à aconchegante cidade natal do respeitável e notável médium Chico Xavier.
Credito da Imagem : Revista Impacto.
Um artigo publicado no mês de julho/agosto  de 2013 na revista Impacto, ainda faz menção à cidade como uma das poucas que ainda conserva a cultura do ciclismo para transporte,como uma forma de locomoção na cidade, com uma alta frequência  apesar do grande   número de veículos motorizados em circulação e à falta de uma infraestrutura cicloviária.  Apesar de dar espaço apenas aos elogios para  a cidade, o texto gira em torno de uma constatação que já é quase unanimidade: Pedro Leopoldo está perdendo  a capacidade de andar de bicicleta, como fazia em épocas passadas nos idos de 1960 à 2000.
Essa discussão não é nova, e  ganhou força a partir do ano de 2005, quando o boom da compra de automóveis atingiu a nossa cidade e em 2012 atingiu a 25.814 veículos motorizados (habitantes/veículo motorizado=2,4) havendo um crescimento na frota de 97% em apenas 8 anos, o que pôs em questionamento os benefícios das gestões municipais no item mobilidade urbana, porque as coisas começaram a mudar com o incentivo do governo federal à compra do automóvel e ao aumento do poder aquisitivo da população à partir de 2005.
Também em fins de 2011,  um grupo de estudantes de pós-graduação em Arquitetura Urbana da Universidade de Minas Gerais esteve em Pedro Leopoldo  para pesquisar o local. Espantaram-se com a violência e com a incapacidade das administrações em inovar nas soluções para o transporte público, que optaram pelo: “deixa estar para ver como ficará”, uma visão e pensamento  de 50 anos atrás.
Visão local
O  autor deste texto, mantém as críticas ao esteriótipo de urbanismo adotado por todos os governantes municipais. Segundo ele, a gestão municipal é movida por interesses privados e empresariais, embora houvesse contribuições positivas para a cidade, como as pontes da rua José Hilário, da Rua Santos ligando o centro aos bairros Santa Rita e São José e as  ciclovias que ligavam a região norte ao centro e  o bairro Santa Rita ao bairro Dr.Lund.
O planejamento urbano sendo  inexistente, não houve a manutenção das ciclovias citadas, desperdiçando-se o dinheiro gasto na construção das mesmas, além de provocar um desconforto enorme e um não serviço aos que têm necessidade de utilizá-las para o deslocamento até ao trabalho.  A área periférica, dentro e fora do município, sempre sofreu da precariedade da moradia, do saneamento, do comprometimento ambiental da escassez e da qualidade do transporte coletivo.
Na avaliação do autor desse texto, os gestores de Pedro Leopoldo, se preocuparam apenas em dar respostas rápidas à população, sem planejar o futuro. Muitas das ações feitas no passado foram impostas e não agradaram ao povo na época, como a construção da ponte que leva a “lugar algum”.
Pedro Leopoldo ainda é uma referência?  -  Talvez
Credito Revista Impacto
Credito Revista Impacto
Digo que é uma falácia afirmar que Pedro Leopoldo  deixou de ser uma "referência”, apesar de tudo. Essa é uma visão equivocada, como se as conquistas não tivessem sido reais. Pedro Leopoldo ainda é uma referência na utilização da bicicleta como meio de transporte, fato também comprovado pelos jornalistas que fizeram a reportagem na cidade citada no início desse texto.
Uma coisa é bem certa, não adianta responsabilizar só os prefeitos pelos problemas no transporte público quando há um programa federal de incentivo à aquisição do automóvel próprio.
E, agora, a cidade parece querer abandonar seu sistema exemplar de transporte por bicicleta pois devido à falta de infraestrutura, não tem como voltar a ter a qualidade e a segurança de antes. Para os cidadãos pedro leopoldense a falta de um projeto, de um planejamento de mobilidade urbana: “é uma tragédia”. Mas eu asseguro que não fico apenas apontando os erros. Sempre me coloco à disposição, e já fiz sugestões à atual administração. Sou Pedro Leopoldense de coração, e acho que a responsabilidade sobre a cidade recai sobre todos nós.
Sim - Prefiro ter um horizonte a buscar
Para o autor desse texto, Pedro Leopoldo será sempre uma cidade modelo. "Ela atingiu determinados níveis de excelência e foi a cidade que criou o que hoje é conhecido como  [Cidade com cultura da Bicicleta).  Entende que citações como a do texto da revista Impacto, servem para alimentar o desejo de melhora. Prefiro ter sempre um horizonte a buscar do que já ter ultrapassado um nível e ficar achando que não há mais nada a fazer. E como diz o nosso amigo Chico Xavier: "A melhoria do mundo, começa em cada um de nós".
Digo que a responsabilidade sobre a cidade não recai apenas sobre o poder público. Dependemos de como os pedro leopoldenses levam sua vida, seus negócios, seus compromissos com a cidade.
PEDRO LEOPOLDO  precisa de gestores que não tenham medo de ser politicamente incorretos. Que façam ciclovias, melhorem as calçadas, recuperem as ciclovias há muito abandonadas por exemplo, pois há uma  real demanda, e não apenas para agradar, para parecer bonzinho.
A cidade que diz ter mais de 08 quilômetros de ciclovia as tem esburacadas e truncadas, com total falta de sinalização, e com orçamento zerado pelos prefeitos há pelo menos doze anos consecutivos. Gasta-se mais com café no gabinete do que com estrutura cicloviária.
Sobre a saturação do sistema de transporte, pouco há para falar, pois quem se estressa nos congestionamentos se estressaria bem menos se não fosse tão dependente do automóvel, deixando-os para usá-lo só  em dias de muito  frio ou chuva, porque não cabe em  pensamento algum alguém deixar de utilizar a bicicleta ou a caminhada no centro de uma cidade com topografia toda plana e de curtas distâncias, para usar o automóvel.

Ampliar até o infinito a capacidade viária para acomodar mais e mais carros já não é mais uma alternativa. É impossível fazer com que toda a população de uma cidade use seu automóvel para deslocamentos simultâneos. Além disso, há prejuízos ambientais, como a poluição, e até mais custos que são absorvidos pelo poder público. De outro lado, faltam criatividade e engenhosidade para implantar um bom sistema de mobilidade urbana e com soluções que ajudem de fato a população.

Obrigado Senhor, por mais este.