quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

#96 - Pessoas, Cidade, Bicicleta -

Há muito a comemorar, historicamente, pois enquanto fenômeno social global o movimento pela bicicleta tem alcançado proporções inimagináveis e em uma velocidade vertiginosa, graças, em parte, às mídias sociais. Mais ainda, o caráter de humanização do cotidiano, das cidades e das relações, por conta da experiência única proporcionada sobre a bicicleta, surpreende até aos mais experientes. Nada tem mais compatibilidade com a mobilidade humana do que a bicicleta. E na mobilidade humana, nada consegue transformar mais seu usuário em uma pessoa melhor do que a bicicleta.

foto arquivo pessoal : Paulo P. Netto

A escolha das pessoas pela bicicleta é uma ação plena de sabedoria, porém, passa, muito especialmente, pela prática, pela experiência. Não existe teoria sem prática.
Quando se pensa em mobilidade por bicicleta, afeta-se substancialmente pessoas, tanto as que pedalam quanto as que ainda não. Sabe, é um caso daqueles que Vandré tão bem decantou: “...quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”
Ainda que se trate de um veículo, a priori, individual, a vida em bicicleta é a experiência de sociabilidade e coletividade do século XXI.
De todos os veículos que se elevaram à categoria de meios de transporte, a bicicleta é a que está mais perto da dimensão do pedestre, seja pela posição de pedalar, seja pela velocidade empregada e pelo volume de espaço ocupado.
A combinação (pessoas, cidade, bicicleta), vai muito mais além dos benefícios individuais aos ciclistas (melhor saúde, aumento da estima, bem-estar em alta, diminuição da ociosidade, integração social, economia). Alcança proporções globais quando se tem em mente a “pegada de carbono”, principalmente pela diminuição da dependência de combustíveis fósseis.
Falando-se em sustentabilidade, não se pode esquecer que a chave para ela, em realidade, é a humanização do desenvolvimento humano. Uma invenção tão fantástica quanto a bicicleta promove uma das mais democráticas formas de humanizar: os deslocamentos, a produção cultural, a integração social, a qualificação econômica, etc.
Temos visto e lido por diferentes e credenciadas fontes e canais que cidades que estão zoneando e restringindo seu centro urbano para veículos a propulsão humana e pedestres estão ganhando em qualidade de vida acumulada, em benefícios à saúde dos usuários a pequeno e médio prazo, conseguindo aumentar a consumação nos espaços comerciais promovida pela alta rotatividade de clientes.
O modelo vigente de consumo baseado no automóvel, no individualismo exacerbado e na acumulação de direitos de uns sobre os dos demais, garante a insustentabilidade do próprio modelo, seu colapso e a imobilidade posta nas cidades de qualquer tamanho. Já a escolha pela bicicleta garante, de imediato, a crescente onda de bem-estar que possibilita as transformações sociais almejadas e tão bem-vindas.
Que segredo era este, tão bem guardado em nossas infâncias, que soube esperar o momento mais oportuno para emergir no presente enquanto resposta mais do que suficiente para as atuais e futuras problemáticas socioculturais, socioeconômicas e socioambientais?
Que artefato, objeto, ferramenta, veículo, enfim, poderia ser mais promissor para a mobilidade?
Se a sua resposta, ao fim, assim como a minha, for a bicicleta, fechamos esta leitura de acordo e com um sorriso consciente de quem pedala!
Fonte: Revista Bicicleta por Therbio Felipe M. Cezar, adaptado por Paulo P. Netto

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

# 95 - Coragem para abrir espaço para as bicicletas.

Foi em Paris, em 1862, que a história registrou pela primeira vez um prefeito preocupado em construir caminhos para separar velocípedes e bicicletas de carruagens e charretes nos parques da cidade.

Hoje,  preocupado com segurança e alternativas para vencer distâncias e diminuir o estresse na nossa cidade, cá estamos nós às voltas com a necessidade de harmonizar a convivência e a circulação entre carros, ônibus,  e as 18 mil bicicletas –e seus usuários por PL.
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No nosso caso, os trajetos serão em futuras ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e vias partilhadas com pedestres.
Sou estudioso do tema e apaixonado por ele. Como cidadão cicloativista, estou lutando a fim de conscientisar população e administração para a necessidade e premência de utilizarmos mais a bicicleta no dia a dia em nossa cidade. Não é preciso descorrer aqui o bem e a utilidade que nos trará, pois mais badalada que está hoje em dia, a bicicleta, na mídia, impossível.
Implantar e reproduzir ciclovias, principalmente nos  centros urbanos, requer políticas viárias consistentes e adequadas. Exige diálogo com a comunidade e, acima de tudo, planejamento sério e consciência de que se trata de um processo complexo e gradual. Isso requer coragem para abrir espaço.
Lembro-me bem das duas primeiras ciclovias implantadas na cidade em administrações passadas que infelizmente não tiveram continuidade em mandatos subsequentes e hoje estão abandonadas e sub utilizadas.
Esse artigo e outros já escritos, servem para conscientisar ciclistas e condutores de veículos que ocupam as vias públicas sobre seu papel e suas responsabilidades no trânsito.
A segurança é a principal preocupação presente ao longo de dezenas de artigos já publicados. Tudo isso para proteger vidas, não apenas do ciclista, mas a do pedestre, e estabelecer maior tranquilidade a todos os condutores de veículos.
O Dia Mundial sem Carro,(celebrado em 22 de setembro por todo o mundo) é ambicioso no seu escopo de bem conscientisar a população mundial da necessidade de diminuir-se a emissão de CO2.
Queremos com isto,  garantir a tranquilidade de todos que saem para trabalhar, praticar esporte, fazer pequenas compras ou entregas ou simplesmente para passear pela cidade.
Nesse contexto, o reforço na fiscalização e a realização de campanhas e programas educacionais são vitais.
Esta luta não é só minha , já temos, apenas nas capitais, mais de 2.000 km de ciclovias. Vejo com alegria a proliferação, ainda que tímida, porém estimulante.
Juntos, vamos lutar para diminuir os acidentes e tornar melhor e mais solidária a convivência nas nossas cidades.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

# 94 - A bicicleta já não é o veículo alternativo, e sim, o carro.

foto arquivo pessoal; Paulo P. Netto
A escolha das pessoas pela bicicleta é uma ação plena de sabedoria.
Quando se pensa em mobilidade por bicicleta, afeta-se substancialmente pessoas,
tanto as que pedalam quanto as que ainda não. Sabe, é um caso daqueles que Vandré
tão bem decantou: “...quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”, e como bem ensina
Zé Lobo em suas palestras Brasil adentro e afora, quem ainda não se deu conta de que
a bicicleta já não é o veículo alternativo, e sim, o carro, esta pessoa ainda se encontra
no século XX.
Ainda que se trate de um veículo, a priori, individual, a vida em bicicleta é a experiência de sociabilidade e coletividade do século XXI, a qual se coloca integralmente contrária ao egoísmo universalista do automóvel.

De todos os veículos que se elevaram à categoria de meios de transporte, a bicicleta é a que está mais perto da dimensão do pedestre, seja pela posição de pedalar, seja pela velocidade empregada e pelo volume de espaço ocupado.
A combinação perfeita vai muito mais além dos benefícios individuais aos ciclistas (melhor saúde, aumento da estima, bem-estar em alta, diminuição da ociosidade, integração social, economia). Alcança proporções globais quando se tem em mente a “pegada de carbono” (que é a medida do impacto das atividades humanas sobre as emissões de gases do efeito estufa).

Falando-se em sustentabilidade, não se pode esquecer que a chave para ela, é a humanização do desenvolvimento humano. Uma invenção tão fantástica quanto a bicicleta promove uma das mais democráticas formas de humanizar o fazer humano.

Temos visto e lido por diferentes e credenciadas fontes e canais que cidades que estão zoneando e
restringindo seu centro urbano para veículos a propulsão humana e pedestres estão ganhando em
qualidade de vida acumulada, em benefícios à saúde dos usuários a pequeno e médio prazo, conseguindo
aumentar a consumação nos espaços comerciais promovida pela alta rotatividade de clientes.

O modelo vigente de consumo baseado no automóvel, no individualismo exacerbado e na acumulação de direitos de uns sobre os dos demais, garante a insustentabilidade do próprio modelo, seu colapso e a imobilidade posta nas cidades de qualquer tamanho. Já a escolha pela bicicleta garante, de imediato, a crescente onda de bem-estar que possibilita as transformações sociais almejadas e tão bem-vindas.

Que segredo era este, tão bem guardado em nossas infâncias, que soube esperar o momento mais oportuno para emergir no presente enquanto resposta mais do que suficiente para as atuais e futuras problemáticas socioculturais, socioeconômicas e socioambientais?

Que artefato, objeto, ferramenta, veículo, enfim, poderia ser mais promissor para a mobilidade?
Se a sua resposta, ao fim, assim como a minha, for a bicicleta, fechamos esta leitura de acordo e com um sorriso consciente de quem pedala!


artigo modificado do original de:Therbio Felipe M. Ceza

terça-feira, 3 de novembro de 2015

#93 - Maioria das pessoas preferem a bike para ir trabalhar.

Pesquisa feita em Belo Horizonte e outras cinco capitais mostra que sonho das pessoas é morar a 20 minutos a pé ou de bike do trabalho

Morar a 20 minutos a pé ou de bicicleta do trabalho e de um parque. Esse é um sonho de muitas pessoas que vivem nas principais capitais do país, de acordo com uma pesquisa sobre mobilidade urbana que foi apresentada em São Paulo.
Das mil pessoas que responderam ao questionário, 82% disseram preferir viver em uma cidade compacta, onde o uso do carro seria praticamente desnecessário.
As entrevistas foram realizadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Salvador.
Os resultados ainda indicam que o comércio de rua está em alta na preferência popular. Na cidade ideal, 55% das pessoas optariam por fazer compras em lojas e mercearias dentro do bairro.
“Para as pessoas, os shoppings e grandes centros comerciais estão mais atrelados ao lazer”, explica José Mello, Superintendente de Pesquisa e Inovação da Liberty Seguros, empresa que está repetindo pelo segundo ano a enquete.

Já, moradores de Pedro Leopoldo, têm estas condições que 82% das pessoas disseram preferir, (morar a 20 minutos a pé ou de bicicleta do trabalho e demais locais) mas infelizmente, não conseguem enxergar isto e  aderir à caminhada e à bicicleta para fazer tais deslocamentos.
Que pena, não é mesmo? Pois estão perdendo a oportunidade de terem uma vida mais saudável, com menos poluição sonora e do ar, menos estresse no deslocamento pela cidade, com ganho na saúde quando se caminha ou se pedala.

Porém não culpo somente aos moradores, mas também às  administrações municipais que não planejaram  a infraestrutura para o pedestre, para os ciclistas e para o transporte coletivo e preferiram seguir o modelo rodoviarista individual, o qual como estamos sentindo hoje, está falido, só trazendo coisas ruins para todos.

VISÃO DE FUTURO

Tivemos alguns anos atrás na cidade, administrações municipais que num lampejo de inteligência tiveram uma visão de futuro e foram construídas  2 ciclovias e uma pista de caminhada compartilhada com a bicicleta em nosso município.
Hoje, infelizmente, só esta última se encontra em bom estado de conservação, ao passo que as duas primeiras estão entregues ao abandono total e assim não estão sendo utilizadas para a finalidade para que foram construídas.

O PRIMEIRO PASSO À MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE

Parece que este lampejo, também está fazendo parte da atual administração, que finalmente em meados de 2015, implantaram o primeiro passo no sentido de dar preferência ao pedestre e melhorar a acessibilidade no município, com a implementação de faixas elevadas. Esperamos que outros passos sejam dados em prol da mobilidade ativa e da acessibilidade, pois o modelo rodoviarista individual, já não mais atende às cidades sustentáveis.



Texto de: Eduardo Geraque da Folha de S.Paulo e  Paulo Pereira Netto.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

# 92 - A bicicleta na vida da Alemanha.

É difícil resumir os meses que passei na Alemanha em um único post. Foram tantas situações, tantas histórias, tantos lugares que poderia escrever um livro sobre minha experiência neste país, que se mostrou surpreendentemente belo e acolhedor, apesar de não saber falar bem o alemão.

Percorri aproximadamente um total de 550 quilômetros,  de bicicleta. E dezenas de viagens de trem, ônibus, metro, bondes e dezenas de kms  a pé.
Pedalar pela Alemanha é assim: normal. Sem precisar brigar. Sem capacete. Sem militância e com segurança. Simplesmente normal, como caminhar. Aqui todo mundo pedala. Não importa a idade, a religião ou o que diz a previsão do tempo.
As cidades são lotadas de paraciclos, e os paraciclos são lotado​​s de bikes.
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É gente treinando, passeando, indo trabalhar, levando os filhos na escola, indo ao mercado. Tem de tudo e tem todo tipo de bike. Cidades funcionais, belas e que não sabem o que é engarrafamento. Entendo que o índice demográfico contribui para isso, mas de qualquer forma, é surpreendente observar o quanto a bicicleta está presente na vida do alemão.


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Civilidade e segurança
É um nível de civilidade e educação que surpreende qualquer brasileiro, mesmo os bem educados.

Aprendizado

Estou só de passagem, um observador  que passa, invisível, pela rotina alheia. A Alemanha é muito mais do que eu esperava. É muito mais do que chucrutes e cervejas. Mais que belos rios,  campos e parques bem cuidados.  A Alemanha é uma aula de cidadania e educação. Onde o coletivo SEMPRE tem prioridade sobre o individual. Onde há respeito sem pressa. Confiança sem malícia. Qualidade de vida sem ostentação. E principalmente, onde todo bairro tem mais de um parquinho infantil para a garotada se divertir e, jamais um igual ao outro, sempre apresentando algo diferente para aguçar a curiosidade e a mente infantil e juvenil.
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Foto: arquivo pessoal
Fico pensando no quanto somos “frutos do meio”. Por que conseguimos nos comportar de forma tão civilizada, tão educada, quando o ambiente favorece? Aí está a força do exemplo. Será que meu comportamento continuará sendo de tranquilidade, tolerância educação e generosidade quando voltar a pedalar pelas ruas agressivas de Pedro Leopoldo? Espero que sim. Espero que eu possa levar comigo tudo que  aprendi nestas 7 visitas de 2 meses cada e convivência que fiz, desde 2009. Não racionalmente, mas no instinto. Nas reações que temos quando não há tempo para pensar e analisar.
Pois saber é fácil. Difícil é fazer a transição entre o saber e o ser!
Esta é a diferença que vejo aqui. Os conceitos de cidadania e espaço público não são conceitos. Eles estão no DNA das pessoas. Elas não precisam de tempo para pensar antes de agir. Elas agem simplesmente. E é belo de assistir.
O carro que vem na via e vai fazer uma conversão à direita, breca ao invés de acelerar, quando nota que o ciclista ou o pedestre se aproximam de um cruzamento. Todo e qualquer veículo para quando há um pedestre querendo atravessar. Se você está entrando ou descendo de um coletivo  e demora por estar conduzindo uma criança no carrinho  ou  para tirar a bike do ônibus, ninguém acha ruim, nem o motorista, que é o primeiro a se oferecer para ajudar. Acima das regras,  acima de tudo isso existe o respeito e a real capacidade de se colocar no lugar do outro.
E aí, os mais cínicos podem dizer: “gostou tanto, muda então!”
Não estou fazendo comparações, sei que somos consequência de nossas histórias e cada país tem a sua. Mas gosto de pensar que, para nós, brasileiros, é apenas uma questão de tempo. Que estamos no caminho certo e que nossa pátria, um dia, oferecerá a mesma dignidade e qualidade de vida para todos os seus cidadãos! E que eu consiga, de alguma forma, mudar e dividir tudo que estou absorvendo. Porque a mudança nunca está no outro, mas deve acontecer dentro de cada um de nós.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

#91 - ENTENDA O QUE É CICLOATIVISMO

Sustentabilidade e cidadania: entenda o que é cicloativismo

Além de pedalarem, os cicloativistas lutam pelo direito de optar pela utilização da bike como meio de locomoção, levantando reflexões sobre questões ligadas ao urbanismo e ao meio ambiente


Sustentabilidade e cidadania: entenda o que é cicloativismo
Foto: serzhanja
Andar de bicicleta é um prazer, além de um ótimo exercício. Pedalar nas  cidades ainda ajuda o meio ambiente, já que as bicicletas são um meio de transporte limpo, que não emite gases poluentes, além de diminuir a quantidade de carros nas ruas, facilitando a mobilidade. Nos caóticos ambientes urbanos, porém, usar a bike como meio de transporte não é exatamente uma escolha fácil, tanto pela falta de estrutura adequada quanto pela mentalidade e comportamento geral dos motoristas.
É para tornar este cenário mais favorável às pedaladas que entram em ação os chamados cicloativistas. Eles defendem os direitos de quem escolhe se locomover sobre as bikes, além de levantarem reflexões sobre o urbanismo e como isso afeta a mobilidade e o meio ambiente de uma localidade.
Os primeiros movimentos mais organizados em prol de direitos e incentivos ao uso de bicicletas surgiram na Holanda, entre as décadas de 1970 e 1980 (mas por lá já existiam grupos que se dedicavam a defender a ampliação do uso das bicicletas desde o final do século XIX). Outros países europeus, como a Inglaterra e a Dinamarca também viram se proliferar, na década de 1970, movimentos de ciclistas com um viés político e de contestação, que questionava os modelos urbanos e a forma como isso afetava a mobilidade e dificultava o uso das bikes.
Não por acaso, atualmente, as cidades consideradas as mais amigáveis para os ciclistas ficam justamente nesta região do mundo. São elas: Copenhague, na Dinamarca; Amsterdã, na Holanda; Barcelona, na Espanha e Berlim e Munique, na Alemanha. Também se destacam cidades na América do Norte como São Francisco, Portland, Boulder e Davis, nos EUA e Ottawa, no Canadá.
No Brasil a discussão é crescente e ganhou força principalmente nos últimos dez anos. Em São Paulo, maior cidade do país, já se tornou relativamente comum ver pessoas utilizando as bikes para ir ao trabalho diariamente, algumas ciclovias já facilitam o acesso e vias especiais para o lazer também lotam nos fins de semana. Não há dúvidas, porém, de que a cidade precisa passar por uma forte mudança para efetivamente oferecer segurança aos seus ciclistas. 
Mesmo com os irrefutáveis argumentos – de que o uso das bicicletas poderia ajudar a diminuir o trânsito, facilitar a mobilidade e ainda reduzir a poluição – uma camada da população ainda é resistente a deixar de lado uma cultura que valoriza a utilização de veículos automotivos como meio de transporte. Este cenário se repete em praticamente todas as grandes, médias e mesmo pequenas cidades brasileiras  deixando bem claro que, por aqui, os cicloativistas ainda terão muito trabalho pela frente.

sábado, 15 de agosto de 2015

# 90 - Mobilidade dos Excluídos.

Foto arquivo pessoal

As cidades do Brasil privilegiam a fluidez dos veículos automotores, sendo que as rotas dos pedestres e dos ciclistas não são delineadas, muito menos sinalizadas.
Os pedestres e os ciclistas, excluídos da mobilidade urbana, sem infraestrutura como calçadas, ciclovias, ciclofaixas, sinalização e respeito enquanto cidadãos, caem na marginalidade e a palavra “marginal” tem a mesma semântica de “ilegal”.
Tudo isso é consequência da exclusão dos modais “a pé” e “de bicicleta” no planejamento urbano de nossas cidades. Pedestres e ciclistas são excluídos, são “o resto”, portanto marginalizados e daí caem na ilegalidade. Cidadão sem direitos é consequentemente um cidadão sem deveres.
Portanto, embora errada a atitude da população em não respeitar a sinalização de trânsito, é importante entendermos que essa desobediência civil é uma evidência de que está passada a hora de se mudar o conceito do uso do espaço público de nossa cidade.
Falta educação, mas falta adequação também.
Veja a discrepância!
Os veículos particulares que paralisam a cidade, são responsáveis por 70% da poluição do ar, atropelam e matam  pessoas  e geram um custo social enorme. Mesmo assim a política pública não estimula o transporte público, e concentra seus investimentos em novas avenidas e viadutos que, muitas vezes, não permitem sequer a passagem de pedestres, de ciclistas ou mesmo de ônibus.
Nunca em minha vida vi aqui na cidade um fiscal  sequer advertir algum motorista que, ao virar à direita, tenha desrespeitado o cidadão na faixa de pedestre. Muito pelo contrário, a atitude dessa autoridade de trânsito em geral é de acelerar essa conversão para melhorar a fluidez dos veículos.
Esse modelo está tão enraizado como “normal” na população, que todos os pedestres atravessam as ruas com medo, correndo, acuados e “saindo logo da frente”, atitudes de excluídos.
Veja bem: eu estou focando os pedestres, pois caminhar é a forma mais natural de se locomover, imagine então pedalar! Se o pedestre é excluído, o ciclista é ainda mais.
A única forma de mudar esse cenário é vivenciar o problema. Assim, antes de condenar a atitude “ilegal” dos pedestres e dos ciclistas, é necessário experimentar “in loco” a mobilidade urbana dos excluídos.

Esses “excluídos” são a maioria da população aqui em Pedro Leopoldo , uma vez que 70% dos deslocamentos urbanos são feitos a pé, de bicicleta e de transporte coletivo.
O principal equipamento urbano que um pedestre necessita são calçadas e estas são da alçada do dono do terreno, ou seja, enquanto investe-se um zilhão de dinheiro na estrutura para os que vão de carro e muito pouco para o transporte público, o estado cruza os braços para as calçadas e nem se dá ao luxo de fiscalizá-las.
Para finalizar, não há esperanças de respeito aos ciclistas por uma sociedade que não respeita os seus pedestres!
Fontes: Revista Bicicleta e este que lhe escreve: Paulo Pereira Netto

sexta-feira, 24 de julho de 2015

# 89 SABEDORIA SOBRE DUAS RODAS



Por que será que encontramos tantas pessoas de idade avançada usando bicicletas? A bicicleta não contrasta com a terceira idade?
A bicicleta é um veículo mais antigo do que o carro e a motocicleta, os dois principais tipos de veículos motorizados que hoje dominam as ruas de nossas cidades. Depois do barco a remo, a bicicleta é a ferramenta mais antiga da história da humanidade para transportar a si mesmo usando as próprias forças.
Mas apesar de ser antiga, apesar do aparecimento de tecnologias para dispensar o uso dos músculos, apesar da depreciação ideológica sofrida nas últimas décadas, apesar de ser perigoso utilizá-la em muitas vias públicas, a bicicleta continua sendo usada pelos seres humanos, inclusive por anciãos.

Parece óbvio que isso só acontece porque a bicicleta é um veículo não apenas útil, mas, em muitos casos, vantajoso. E, para referendar isso, devemos lembrar que estamos tratando, aqui, de pessoas experientes, de pessoas que avaliam e tomam decisões.
Algumas delas possuem outros meios de transporte – têm carro ou dispõem de transporte coletivo -, mas optam por pedalar, pelo menos de vez em quando. Já outras não podem contar com nada mais além dela – e, neste caso, podemos dizer: que bom que podem contar com ela para não ficarem confinadas em casa!
Seja por opção ou por necessidade, a bicicleta serve adequadamente aos indivíduos, sem provocar efeitos colaterais para a vida comunitária. Desde sua invenção, é um meio virtuoso para fazer exercícios físicos, para gastar energia, para movimentar-se, para romper o sedentarismo, atividades unanimemente consideradas necessárias para quem se aposenta. Desde que se popularizou, é um meio eficaz de transportar-se e de transportar coisas, de acessar todos os cantos da cidade, de cumprir as funções sociais, funções que mesmo os vovôs e vovós possuem.
Muitos idosos ainda se propõem a mais. É cada vez mais comum a participação de pessoas com mais de 60 anos nos grupos de pedalada e até praticando o cicloturismo. As pedaladas em grupo são geralmente longas (em comparação com os deslocamentos corriqueiros), não raro ultrapassando 20 km, em ritmo mais intenso que os de passeio e de transporte, mas mesmo assim são cumpridas com tranquilidade até por sexagenários. O cicloturismo também não é exatamente uma moleza — as viagens podem durar até vários dias, incluindo trajetos com morros e estradas de terra, mas tais desafios são estimulantes para os vividos.
Infraestrutura de qualidade, acalmamento do trânsito e educação para a humanização do trânsito não são luxos dispensáveis. São demonstrações de respeito àqueles que chegaram onde todos nós chegaremos, ou queremos chegar.
Fonte: Revista Bicicleta
Autor: André Geraldo Soares

segunda-feira, 8 de junho de 2015

#88 - A CRIANÇA, A BICICLETA E O ESPAÇO PÚBLICO




Um bike anjo aqui em minha cidade.
De vez em quando, me emociono quando pedalando pela cidade vejo crianças acompanhadas de seus pais passar feliz pedalando sua bicicleta.
Alguém mais cético pode perguntar: e daí? Crianças andam de bicicleta em qualquer lugar do mundo. Tem sido assim há mais de cem anos, ainda mais acompanhados. Mas é que de uns anos para cá no Brasil não é bem assim e aqui em Pedro Leopoldo também. Nas últimas décadas, as bicicletas foram rareando nas ruas da cidade. As que sobraram quase sempre são montadas por adultos, sobreviventes do trânsito conturbado e caótico.
Aos meninos(crianças) sobraram os quintais -ou, mais frequentemente, os quartos. E os videogames. A trilha sonora do espaço público deixou de ser composta por gritinhos agudos e passadas em correria. Há mais de dez anos, só o que se ouve pelas calçadas é o vruuuuum dos motores fumacentos. Tornou-se muito raro ver uma criança em uma bicicleta - a não ser nas periferias pouco urbanizadas ou em praças  muito bem vigiados ou cercados por grades.
Lembro quando essa mudança começou.  Lembro que já havia no final dos anos 90 um certo clamor por "tirar as crianças das ruas". A rua, naquela época, começou a ser vista como um lugar perigoso, uma influência ruim. As grades e os muros subiram,   a sensação de insegurança cresceu e os pais passaram a achar normal manter os filhos fechados em casa ou protegidos pelos muros dos condomínios. E, sem que nos déssemos conta, começamos a achar muitíssimo esquisito pensar diferente disso. Um pai que soltasse seu filho para brincar passou a ser visto como um louco desvairado - mesmo sabendo que a falta de contato com a rua prejudica o desenvolvimento cognitivo de uma criança.
Agora parece que o pêndulo em algumas cidades brasileira começou a voltar. Nesses dias de hoje, é comum receber convites para festas infantis em praças. Vejo em toda parte comunidades se apropriando de espaços públicos e criando lugares agradáveis onde antes só havia aridez. E aí, de repente, a cidade se enche de ciclovias (São Paulo, Rio de Janeiro e outras). E foi em uma delas que vi uma foto de um menino passar de bicicleta, no centro da cidade. E aí me emocionei, e quis estar  junto com o menino aproveitando aquele delicioso  momento em uma bicicleta.

Adaptado do texto de : Denis Russo Burgierman

quinta-feira, 14 de maio de 2015

# 87 - Que presente temos a dar para a Pedro Leopoldo do futuro?

QUE CAMINHO ESCOLHER


 


Ontem Pedro Leopoldo completou 91 anos. Como será a cidade daqui a 9 anos, quando completará seu primeiro centenário?


Observando os desafios que enfrentamos hoje, um dos cenários é, sem dúvida, catastrófico. Uma cidade sem segurança pública, pouco arborizada, e produzindo cada vez mais lixo. Na paisagem, muita poluição do ar, mais asfalto e concreto,  ponte que leva a lugar nenhum, péssimas calçadas, inexistência de parques e ciclovias para os muitos ciclistas da cidade que já foi a cidade das bicicletas poderem transitar em segurança e sem poluir.
E as pessoas, claro, cada vez mais imobilizadas e trancadas: em casas e apartamentos , no carro, no trabalho, no shopping. Como em um filme de ficção, será um salve-se  quem puder.


Mas também é possível vislumbrar um cenário otimista onde, na comemoração dos 100 anos de Pedro Leopoldo, podemos ter uma cidade em que o espaço público seja o elemento estruturador, que contará com uma rede de transporte coletivo de alta qualidade, com múltiplos modais, garantindo total liberdade de ir e vir para toda a população... Os espaços privados individuais talvez se tornem ainda menores, mas estarão disponíveis para todos, e a oferta e a qualidade do espaço público e sua utilização democrática serão máximas.


Além disso, graças à recuperação dos mananciais da cidade e da mudança no modelo de gestão e consumo da água, todos os pedroleopoldenses,  poderão usufruir desse recurso. A produção de lixo também será mínima, tanto pela alta capacidade de reciclagem e reaproveitamento quanto pela diminuição do consumo.


Mas o que separa a catástrofe da utopia? Não tenho dúvidas de que a inércia pode nos levar à catástrofe. Deixar tudo como está, não enfrentar os desafios que já estão colocados hoje, não promover as mudanças necessárias pode significar que estamos construindo para as próximas gerações uma cidade completamente inóspita.


A utopia, por sua vez, não deve ser entendida como algo impossível. A construção diária da utopia é o que pode nos levar a uma guinada. Mas apenas isso não é suficiente.Outra dimensão fundamental é a da mudança cultural, e esta, me parece, já começou a acontecer.


São muitos os movimentos em Pedro Leopoldo hoje que reclamam maior participação nas definições e decisões de políticas públicas para a cidade, que atuam nos bairros, que reivindicam moradia adequada, áreas públicas, mais praças,  parques, ciclovias e espaços culturais. Que não aguentam mais o desconforto, a desigualdade e a violência no trânsito e por isso cobram mais eficiência e qualidade no transporte público, mais e melhores espaços para ciclistas e pedestres.


Fortalecer essa cultura na construção da utopia, hoje, é o melhor presente que temos a dar para a Pedro Leopoldo do futuro.

domingo, 19 de abril de 2015

#86 - SÓ UM PACTO SALVA.





Caros leitores, muitos países já despertaram para o imenso problema da mobilidade urbana sustentável que estamos enfrentando e já estão agindo no sentido de solucioná-lo. E nós brasileiros, e mais particularmente Pedro Leopoldenses o que estamos fazendo?

Vejo  ações da comunidade na tentativa de alertar e solicitar de ambos os poderes, alguma ação já que o aumento de veículos motorizados em circulação na cidade, está na média de 140 veículos por mês, e o crescimento do setor norte da região metropolitana de Belo Horizonte e a verticalização em nossa cidade está em ritmo acelerado, o que só incrementará mais ainda esse aumento de veículos em circulação, trazendo com isto o caos para a nossa cidade e seus consequentes problemas, já do conhecimento de todos.

Para evitarmos este caos, acredito que só um pacto salva. Onde regras são estabelecidas e ensinadas a todos os envolvidos.
As grandes cidades, e  as médias chegaram a um ponto em que o simples ir e vir tem ficado a cada dia mais impraticável. Para piorar as pequenas tendem a seguir o mesmo modelo - infelizmente-.

O trânsito e a mobilidade já ocupam o topo das insatisfações do cidadão em nossa pequena Pedro Leopoldo.  Todos os envolvidos precisam participar de um acordo para que se chegue a um termo comum, em prol da (re)construção dos centros urbanos pelas pessoas e para as pessoas.

A questão envolve, além do cidadão- que antes de tudo é um pedestre-, o poder público, o mercado imobiliário, os planejadores urbanos, os órgãos de trânsito, os motoristas, os ciclistas e também as empresas.
Qual é a responsabilidade de cada um desses atores e setores? E que tipo de contribuição podem oferecer? O que estão dispostos a empenhar em benefício de uma solução coletiva?  
Aqui listo alguns princípios considerados necessários para o pacto entre os diversos atores:
  • Que a cidade ofereça possibilidades aos pedestres para que transitem com segurança.
  • Priorizar o uso da bicicleta e criar rotas e vias mais seguras para as bicicletas.
  • Planejar o uso misto do solo, não construir áreas exclusivamente residenciais ou comerciais.
  • Otimizar a densidade e a capacidade do transporte público.
  • Estimular o desenvolvimento dos bairros para reduzir o trajeto casa/trabalho, casa/comercio, casa/escola, etc para diminuir a utilização do carro.
  • Empresas: estimular o uso das bicicletas por seus funcionários, dando-lhes estruturas para o estacionamento das bicicletas e vestuários para higiene pessoal antes de ir trabalhar.
  • Poder legislativo e executivo criar e aprovar leis que beneficiem a utilização da bicicleta e estrutura para a mesma. 
  • Fazer constar do currículo escolar estudo da mobilidade urbana e suas práticas.
  • Instituir o aprendizado da bicicleta e suas leis em escolas da rede municipal.
Como visto, muitas ações podem ser planejadas, e executadas que servirão de apoio e sustentação a qualquer Projeto de Mobilidade Urbana Sustentável que se venha adotar. O caminho é longo e lento, mas o crescimento populacional e veicular nem tanto. Já passamos da hora de tomadas de ação.

Paulo Pereira Netto 






terça-feira, 7 de abril de 2015

#85 - PLANO MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL PARA PEDRO LEOPOLDO


“SONHOS NOS INSPIRAM A PENSAR DE UMA FORMA DIFERENTE, E AÍ É QUE SURGEM AS GRANDES IDEIAS”

Mesmo que as pessoas considerem utópicos exemplos de outros países, nós temos de considerá-los. Se você não tiver um sonho, uma meta, você não chega a lugar algum. É preciso ter uma direção. Este é o ponto vital: mostrar que existem possibilidades, mostrando que as coisas podem mudar e que existem inúmeras formas de fazer essas mudanças.

Todas as cidades que hoje são exemplos passaram por esse processo; nós vamos passar também.
O ser humano é conservador por natureza. As pessoas tendem a ser refratárias diante de propostas de mudanças – “não, não vai dar certo, não é bem assim...”. essa reação é mais ou menos a mesma em qualquer lugar. A primeira resposta que as pessoas costumam dar a uma nova proposta é “mas aqui é diferente”. Só que não é. Os problemas são comuns, nós vivenciamos as mesmas coisas, as mesmas dificuldades. Com realidades um pouco diferentes, claro, mas que são particularidades de cada lugar que podem ser adaptadas. É esse o paradigma que nós tentamos quebrar, o pensamento fechado e a resistência às mudanças e à inovação. Para empreender as melhorias de que nossa cidade precisa e torná-la lugar mais agradável para as pessoas, é preciso mostrar que essas mudanças, mais do que necessárias, serão benéficas.
São mudanças que precisam iniciar no cidadão, é a nossa mudança de hábito, transformando Pedro Leopoldo em uma cidade mais humana, menos uma cidade de automóveis e mais uma cidade de pessoas.
O SONHO: UMA NOVA CIDADE , UMA CIDADE MELHOR.
Pedro Leopoldo se encontra ante um desafio inédito.(o de se tornar uma cidade melhor ). A resposta a esse desafio, terá implicações para o desenvolvimento, para a equidade, para o meio ambiente e para a qualidade de vida da cidade.
Há um consenso de que o trânsito das cidades brasileiras está mais complicado a cada dia, e Pedro Leopoldo não foge à esta regra, (não é mesmo?)

Transito em PL
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Você já parou para pensar em como sua escolha e atitudes influenciam na dinâmica da cidade em que você vive?

O que cada um de nós está fazendo para mudar essa realidade?

Eu, particularmente, depois que me aposentei em meados de 2011, passei a usar mais a bicicleta em meus afazeres diários e muito menos o carro, utilizando-o só em ocasiões nas quais ele é indispensável.

Também passei a incentivar muita gente a fazer o mesmo. Estou desde o final de 2011, tentando conscientizar a população de PL dos bens que a bicicleta traz ao seu usuário, à cidade e ao meio ambiente. Tanto que em 2012, criei uma fanpage no FB e esse blog no Google com essa finalidade.


O que as cidades com visão de futuro estão fazendo para melhorar a situação atual de caos em todos os centros urbanos, provocado pelo aumento exagerado do número e uso do carro?

Sabemos que os veículos motorizados são responsáveis por mais de 50% das emissões de CO2 na atmosfera.

Se sonhamos com uma cidade para as pessoas, sustentável e com boa mobilidade, temos  que fazer o que todos que tiveram sucesso estão fazendo: priorizar as ações visando o transporte público e os não motorizados (caminhar, pedalar, patinete,skate, patins).

Aliás isso é o que está na lei de mobilidade urbana 12.587 homologada em janeiro de 2012











Plano MUS
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Em obediência à referida lei acredito que temos que redesenhar a cidade,  pois ela como a maioria das cidades brasileiras foram criadas e cresceram sem um  planejamento.
Esse redesenho começando pela área central indo posteriormente até aos bairros.

Baseado em experiência  de cidades estrangeiras que enfrentaram o mesmo problema e hoje possuem uma boa mobilidade e também em ações realizadas por cidades brasileiras que já começaram a luta na obtenção desta boa mobilidade, acredito, que a principal ação tenha que partir de nós... habitantes da cidade, dando a nossa parcela de contribuição, com uma mudança de hábito em nossos deslocamentos diários.

Paralelo a isso,  a  administração  municipal deverá prover a cidade de ações que venham priorizar o que determina a lei de mobilidade urbana sustentável 12.587, a qual levou 17 anos tramitando no Congresso Nacional antes de ser finalmente aprovada.

Ações para uma MUS



O excesso de veículos motorizados gera além de incômodos para as pessoas, devido a restrição de espaços às mesmas,  poluição do ar, sonora e visual bem degradantes.


Então que ações tomar para desestimular o uso excessivo, indiscriminado do transporte motorizado individual na cidade? Eu disse desestimular o que é diferente de proibir.

Ação primeira :



Restrição e encarecimento de vagas para estacionamento no hipercentro.
1- Reduzindo o numero de vagas de estacionamento de automóveis  e consequente elevação do custo das remanecentes. Com a redução destas vagas abre espaços para outros tipos de modais, a pé e de  bicicleta.
Com um número de vagas bem restrito as pessoas só irão ao hipercentro utilizando  o automóvel em casos realmente de necessidade.
Restringindo número de vagas transformaremos o que se vê hoje no que se terá amanhã.

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Criação de PLs (parking lots - estacionamentos)

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2- Criação de  PLs ( estacionamentos) em locais estratégicos nas entradas da cidade e dos bairros ao hipercentro.
E1 ou PL1 >  Recebendo os veículos vindos de Dr. Lund e do bairro Sto Antonio.
E2 ou PL2 >  Recebendo os veículos vindos da entrada principal da cidade trevo junto á rua N.Sra. das Graças.
E3 ou PL3 > Recebendo os veículos vindos também da entrada principal da cidade, da região norte e do bairro S.Geraldo.
E4 ou PL4 > Recebendo os veículos vindos do bairro S.Geraldo, da Vila Magalhães e de Sto Antonio da Barra.

Ação segunda: Melhoria do transporte coletivo.
Melhoria do transporte coletivo É um outro desestimulador ao uso indiscriminado do automóvel.

Na área central minis-ônibus confortáveis que transitam somente no hipercentro  com uma alta frequência nos horários de pico e fora dos horários de  pico com uma frequência mais baixa.
Um veículo elegante, com ar - condicionado, te busca na porta de cada PL (Parking Lot - Estacionamento). Os assentos reclinam para seu conforto. Você puxa a cortina para evitar o brilho do sol. Quando está perto do seu destino, você avisa o motorista para te deixar no ponto mais próximo do mesmo.

COMO FUNCIONARÃO OS PLs. (Bolsões de Estacionamentos)
Os PLs se situarão próximos a cada entrada da cidade e também próximos às entradas dos bairros ao hipercentro, os quais serão dotados de espaço e estruturas para estacionamento de veículos motorizados. Além disso em cada um deles  haverá uma estação  para aluguel de bicicletas e um bicicletário para  os condutores que moram nos bairros e queiram deixar suas próprias bicicletas estacionadas nestes PLs assim o façam, utilizando-as quando necessário ao invés de alugar uma outra.

Os minis-ônibus passarão a cada 15 minutos por estes PLs em horários de pico e a cada 30 minutos em horários fora do pico. As passagens de ônibus serão adquiridas em locais previamente divulgados e nos próprios PLs. O motorista não recebe dinheiro, somente os tickets de passagem.

Ação Terceira: Estimular o transporte não motorizado, a caminhada.

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 calçadas c/ obstáculos e pisos irregulares
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1 - Melhorar as condições das calçadas para que o pedestre possa transitar por elas em segurança e criar calçadões em locais estratégicos na  Comendador Antonio Alves e também em outras vias.




2 - Implantar infraestrutura cicloviária para que o ciclista possa pedalar em segurança.

Ação quarta: Integração do uso do solo e transporte.
                 
Com base no desenho, que prioriza o pedestre e os ciclistas,  especialistas redesenham o fluxo dos motorizados de acordo com estudos e levantamentos efetuados.
                            
Com esta e outras ações, a administração da cidade que abraçar a ideia e esse sonho, estará dando um passo importante para uma considerável melhoria na mobilidade urbana do setor central e em anos seguintes poderá partir para os demais bairros da cidade.
Fica aqui o meu  sonho, como uma sugestão,  para  o problema de mobilidade urbana na região central de nossa cidade.


Obrigado por me inspirar na criação deste plano Senhor.