domingo, 29 de março de 2015

- #84 - A História: Automóvel x Bicicleta.

O automóvel, em sua origem, era sinônimo de alta mobilidade, conseguia atingir distâncias maiores do que qualquer outro veículo particular e, como existiam poucos carros trafegando, não ocorriam congestionamentos. 

Ao longo dos anos 60, as cidades passaram a criar suas estruturas viárias em favor do tráfego motorizado,  principalmente do automóvel, tratando essas alterações como um desenvolvimento natural das cidades. Além disso, se supôs que quanto mais pessoas substituíssem as bicicletas e viagens a pé pelo carro, a segurança viária também aumentaria. 

Entretanto o que aconteceu foi justamente o oposto, enquanto o número de bicicletas circulantes diminuiu o número de acidentes fatais no trânsito aumentou.
Com o aumento do uso do automóvel o desenho das cidades passou a ser feito em função de sua utilização e não em favor das pessoas que lá residem .

Com isso, vem crescendo as discussões sobre a atual situação do trânsito nas grandes cidades e até mesmo em cidades de médio e pequeno porte, sendo que os principais focos de debates são os congestionamentos, a segurança viária e a grande quantidade de gases poluentes emitidos pelos veículos automotivos circulantes. 

Dentre as diversas soluções e abordagens normalmente debatidas, uma delas é o incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte alternativo ao automóvel, visto seu pequeno tamanho e completa ausência de emissão de gases nocivos ao meio ambiente.


Entretanto é importante ficar claro que a “Bicicleta não é a salvação para combater a degradação do planeta, nem a única solução para acabar com o caos do trânsito nas cidades, mas é sim uma grande aliada para ajudar a combater esses problemas.”

Apesar de ser um transporte compacto e ecologicamente correto, as bicicletas, muitas vezes, tem que disputar o espaço viário com os automóveis mesmo sendo a via o local apropriado para o tráfego de bicicletas, na ausência da ciclovia ou ciclofaixa. 

A baixa velocidade das bicicletas e a imprudência tanto por parte dos motoristas, quanto dos ciclistas, são alguns dos principais fatores de atrito entre as duas modalidades de transporte. Tendo isso em vista, a implantação de ciclovias e ciclofaixas pode reduzir substancialmente este conflito.



 Texto de : José Cláudio da Rosa Riccardi.
Reproduzido por : Paulo Pereira Netto

sexta-feira, 13 de março de 2015

#83 - Como seria bom para todos em Pedro Leopoldo se esse artigo já fizesse parte de nossa realidade.

Como seria bom para todos em Pedro Leopoldo se esse artigo já fizesse parte de nossa realidade.



Pedro Leopoldo/MG cria grupo de estudos para se tornar mais amigável às bicicletas e aos pedestres.



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Para fomentar a cultura da bicicleta e seu uso como meio de transporte, a prefeitura de Pedro Leopoldo  (MG) criou, por meio do decreto 2.015, o Grupo de Estudos a Projetos Cicloviários, formado por técnicos das secretarias de Planejamento, Transportes e Obras.
A meta do plano municipal é melhorar a infraestrutura cicloviária, implantar estacionamentos para bicicletas (paraciclos e bicicletários) e, futuramente, a bicicleta pública. De acordo com o secretário de Transportes,  as ciclovias serão parte do conceito chamado “Circula PL” – que já inclui o transporte coletivo e o transporte adaptado, por exemplo.
Segundo a prefeitura, o objetivo é chegar aos 20 km de ciclovias no curto prazo e 60 km no longo prazo, mesclando trechos de implantação própria do setor público com outros negociados como contrapartidas de novos empreendimentos privados. Apenas oito quilômetros foram construídos nos últimos anos – nas ruas Dr. Rivadávia e Agenor Teixeira Costa. (sem considerar que hoje estão completamente abandonadas e necessitando de uma reforma geral)
Está em estudo a implantação de ciclorrotas em vários pontos da cidade ainda neste ano. Há estudos de construção de ciclovias nas avenidas Romulo Joviano e Cel Juventino Dias.
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Paraciclos facilitam a adoção da bicicleta como meio de transporte. Na imagem, paraciclos no centro da cidade  Foto: Paulo Pereira

Intermodalidade

O trabalho do Grupo de Estudos a Projetos Cicloviários vai focar na conjunção da bicicleta com o projeto do ônibus para a região norte, que tem previsão de início de construção em julho desse ano. Estão previstas construções de bicicletários nos terminais e colocação de suportes nos ônibus para o transporte de bicicletas.
Resgate histórico
O grupo vai trabalhar também para realizar um resgate histórico do uso da bicicleta como mobilidade em Pedro Leopoldo, muito vista em especial nas antigas fábricas e seus enormes bicicletários, em sua fase operária ao longo do século XX. O deslocamento espacial das empresas e o aumento do trânsito nas ruas mudou esse cenário ao longo do tempo.
O grupo vai buscar referências em outras cidades do Brasil e do exterior para orientar a mudança de Pedro Leopoldo em direção a uma cidade mais amiga da bicicleta.


RECONHECIMENTO DA PRIORIDADE AO PEDESTRE


Acontece agora na Prefeitura Municipal, a licitação para Contratação de Empresa para executar obra de Requalificação de Calçadas, com passagens elevadas em pavimentação intertravada, em vários logradouros do município de Pedro Leopoldo.


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Uma necessidade premente e constante na lei federal 12.587 de janeiro de 2012

domingo, 1 de março de 2015

# 82 Bicicleta e a Cidade






Pedro Leopoldo apesar de ter apenas 91 anos, já se tornou uma cidade importante da região metropolitana de Belo Horizonte, mas em pleno século XXI,  estamos perdendo a oportunidade de inovar ou ao menos procurar medidas para romper com o  tradicional sistema de mobilidade urbana, condicionado pela priorização do carro.                                            
Somos uma cidade ainda em fase inicial, repleta de oportunidades, muitos espaços ainda disponíveis, rica em recursos, mas que, no entanto, os agentes produtores do espaço, parecem não perceber que estão adotando um planejamento territorial urbano de baixo desenvolvimento econômico e humano que acaba por resultar em problemas já enfrentados pelas grandes metrópoles, principalmente no que tange à organização espacial da cidade e ao seu sistema de mobilidade.
Para uma mobilidade urbana mais eficiente no contexto da cidade, ao contrário do que muitos gestores públicos acreditam, a bicicleta pode oferecer um conjunto de potenciais que vão muito além da mera redução na emissão de poluentes ou benefícios para saúde do usuário.
O investimento e planejamento de uma cidade voltada para inclusão da bicicleta como um modal urbano e intermunicipal, pode trazer significativas mudanças no próprio modo das cidades crescerem, que até então é segregador, especulador, concentrador de serviços na área central e que expulsa a população de baixa renda para as periferias, criando uma dependência de um transporte coletivo que em geral não atende plenamente aos usuários.
A via pública deve servir para o escoamento dos elementos urbanos como um todo, incluindo o pedestre, os portadores de necessidades especiais e as bicicletas. Entretanto, o que se tem visto é um planejamento da via notavelmente voltado para o carro, em detrimento de um espaço para atender as bicicletas, os coletivos e até mesmo os pedestres.
Isso mostra o segmentado acesso e o direito à cidade, que deixa de ser democrático.
Nesse sentido, o desafio é fazer com que os gestores urbanos e os políticos entendam que investir no incremento de infraestruturas para o uso da bicicleta, bem como incentivar o seu uso não significa apenas atender um pedido de uma minoria que sai às ruas clamando por mais bicicleta e menos carro, mas sim oferecer mais oportunidades e espaço para as bicicletas, visando benefícios que configuram um conjunto de avanços sob os aspectos sociais, econômicos e ambientais.
O meio urbano e a sociedade como um todo poderão ganhar, pois a partir do momento em que o carro não for o modal principal em uma cidade, essa terá uma forma particular de crescer, necessitará de menos recursos financeiros, menos espaço físico, as pessoas poderão interagir e acessar a cidade com melhor fluidez e agilidade, além de ter a oportunidade de se isentar de sérios problemas já tradicionais nas grandes cidades, e que o poder público e a sociedade civil já conhecem, mas que raramente apostam em romper ou inovar.
Uma luz parece ter surgido com a entrada em vigor da Lei 12.587, de 3 de janeiro de 2012, que estabelece a Política Nacional de Mobilidade Urbana, pois obriga os municípios com mais de 20 mil habitantes a elaborarem um plano de mobilidade integrado ao Plano Diretor Municipal. E o mais importante, esse plano deve priorizar o transporte coletivo e incentivar o uso de meios de transporte alternativo como a bicicleta, em detrimento do uso do veículo automotor.
Segundo o Artigo 23, inciso I e III, os entes federativos estarão livres para taxar a circulação de automóveis em determinadas áreas da cidade, fato que deveremos considerar uma importante alternativa, uma vez que utilizar o espaço público urbano com um automóvel individualmente por várias horas tem o seu preço.


artigo modificado do original da
Revista Bicicleta por Fernando César Manosso