segunda-feira, 29 de setembro de 2014

# 75 - CONSCIENTIZAÇÃO E DIÁLOGO, NÃO PERCAMOS TEMPO!!!



Há alguns anos vemos crescer em Pedro Leopoldo movimentos por melhoria do transporte público, por melhores condições para os transportes não motorizados, como as bicicletas e os deslocamentos a pé e por uma mudança radical no modelo predominante de mobilidade na cidade.

Os  congestionamentos que ainda são pequenos mas que com o passar dos meses só aumentam (150 novos veículos em circulação cada mês), os acidentes e mortes no trânsito , mostram que a situação é mesmo preocupante.

Pedro Leopoldo com uma área central plana e de modestas dimensões (2km²), é um cenário ideal para a locomoção de pedestres e ciclistas também, e não só para o carro. Temos que superar a visão e o pensamento  de muitos que veem e pensam que a bicicleta é somente um instrumento de lazer, um brinquedo.

Pedro Leopoldo sempre teve a cultura da bicicleta como meio de transporte, mais até do que como lazer. Muito usada por estudantes para seus deslocamentos até os estabelecimentos de ensino, muito usada também por trabalhadores da extinta fábrica de tecidos, da cimenteira  Camargo Correa, hoje Intercement, por funcionários da Precon, da Incopre, e de muitas outras empresas.

Para aumentar  os deslocamentos de pedestres e ciclistas, com consequente diminuição no deslocamento do transporte individual motorizado, há necessidade de uma transformação cultural e estrutural profunda. E não se consegue tais mudanças sem conflitos. E isto nos faz pensar; "é o que as administrações que passaram e a atual não querem enfrentar".

Afinal o espaço da rua é finito, e para implementar passeios, implantar ciclovias e ciclofaixas é necessário se tirar espaço de circulação ou de estacionamento de carros, o que deixa muita gente de prestígio e influência na cidade, insatisfeita.

Para começar as mudanças e termos menos insatisfação popular, é necessário  ouvir as pessoas em um debate produtivo orientado por técnicos especializados, para um maior proveito das  sugestões apresentadas.


Obrigado Pai, por mais esse.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

#74- A BICICLETA E A FAMÍLIA.

Com tantos incentivos para viver de maneira individualista e virtual, as famílias têm sofrido com a carência de interação e a falta de diálogo. Nesse contexto, uma atividade ao ar livre, como andar de bicicleta, pode ser um bom pretexto para um programa saudável com os familiares



Um dos fatores que mais influencia em nossa felicidade e bem-estar, segundos estudos e pesquisas diversas, é o convívio com a família. A Associação Americana do Coração, por exemplo, comprovou que idosos têm uma recuperação bem mais rápida após um derrame se estiverem acompanhados por parentes. A Universidade de Oregon, EUA, também evidenciou que bebês que têm pais com dificuldades de relacionamento sofrem mais com distúrbios de sono.
De fato, a família é - ou deveria ser - a organização mais valiosa e importante para nós. É essencial cultivar o relacionamento com nossos entes queridos, aprofundar os laços que nos ligam e despender o tempo necessário para aproveitar bons momentos com qualidade ao lado das pessoas que nos estruturam.
Mas como ter um bom convívio familiar, em um mundo que incentiva o individualismo e até o distanciamento entre as pessoas? A virtualidade das relações toma conta inclusive da família; as tecnologias que permitem aproximar quem está longe, também afastam quem está perto. Para driblar um pouco essa negligência que adotamos em nossa postura sociável dentro da própria família, muitos buscam realizar programas ou tarefas em conjunto, como o ato de andar de bicicleta. Pedalar é uma atividade física prazerosa, que já traz muitos benefícios para pessoas de todas as idades: quanto mais representa quando utilizada para reunir os familiares?
Saliente-se que apenas executar qualquer tarefa em conjunto não é a solução: é preciso que ela permita um bom diálogo, momentos de compartilhamento de experiências e sentimentos, admiração e respeito mútuo, bom-humor, afeto e disponibilidade. A bicicleta possibilita esses momentos em uma atmosfera de lazer, o que também é importante para que os familiares percebam que podem se divertir juntos, e que não devem ser companhia apenas nos momentos difíceis.
Em um mundo agitado, divertir-se com uma criança - e como uma criança - tem o efeito de deixar o dia mais leve, tirar a tensão e experimentar uma liberdade criativa e espontânea que a maioria vai perdendo conforme envelhece. Para as crianças, a brincadeira é uma maneira de descobrir o mundo, desenvolver-se nos níveis sociais, físicos e psíquicos. Brincando, ela aprende a se comportar diante de outras pessoas, descobre talentos e vocações, desenvolve sua espontaneidade, entende que às vezes precisa tolerar e compreender o outro, tudo isso de maneira prazerosa.

"Brincar de bicicleta" também é uma oportunidade educativa. Os adultos podem aproveitar uma volta de bike para ensinar os direitos e deveres no trânsito, conhecer e aprender sobre os lugares visitados e até mesmo sobre pequenos ajustes na magrela. O vovô e a vovó também podem participar. Ele pode contribuir com sua experiência na hora de fazer um pequeno ajuste, e ela pode contar algumas histórias. A bicicleta permite que pessoas de várias faixas etárias possam interagir, vivenciar e compartilhar alegria, prazer e descontração. Além disso, o exercício físico e a interação social são muito importantes para os idosos.

Fonte:  Anderson Ricardo Schörner , a quem agradeço pela consultoria.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

# 73 - POR MAIS AMOR ÀS CIDADES.



Quando falamos da necessidade de implantar espaços seguros para a bicicleta e colocar o pedestre como referência no planejamento, fazemos uma declaração de amor à cidade. A bicicleta é um vetor de ocupação do espaço que trará as pessoas às ruas, facilitará às novas gerações a descoberta da história da cidade, da geografia, dos rios e da vida urbana como um todo.
Deixar o carro para as verdadeiras necessidades é crucial. Precisamos entender isso e garantir as prioridades já estabelecidas pela lei da mobilidade urbana: prioridade do não motorizado sobre o motorizado; do coletivo sobre o individual.
Pensando isso em termos de nossa cidade de Pedro Leopoldo, inserir as bicicletas nas vias lentas é o caminho natural para criar uma rede de acesso à cidade, integrando aos poucos a bicicleta com o próprio transporte coletivo, com bicicletários nos terminais, com as futuras bicicletas compartilhadas e com as redes cicloviárias dos bairros. Precisamos urgentemente tornar a bicicleta uma opção segura para a população de Pedro Leopoldo. Criar essas estruturas irá induzir o uso de um modal que favorece a autonomia, a saúde e a ocupação cidadã do espaço público; melhora o trânsito e o ar que respiramos; dessa forma, deve ser entendido como política transversal de mobilidade, saúde, segurança e meio ambiente.

O mais importante disso tudo talvez seja a discussão que se coloca sobre a mortandade no trânsito no Brasil. Precisamos reafirmar a discussão sobre morte zero no trânsito e, para que isso não seja apenas uma utopia, precisamos de políticas públicas que acalmem o trânsito nas cidades. A Via Calma é exemplo de ação que fortalece essa discussão. Isso não é apenas sobre bicicletas, é sobre uma nova forma de nos relacionarmos com a cidade.


"Devolver as cidades aos seus habitantes é um desafio global que trás obrigatoriamente ao debate a readequação dos espaços urbanos e a reavaliação da matriz viária. A conhecida bicicleta recupera seu espaço, sequestrado pela cultura automobilística adicionando elementos simples e fundamentais para a percepção da urbes e efetivo aumento da qualidade de vida pessoal e comunitária, além de eficiente meio de locomoção."- Antonio Filho - IDBIKE.

Grato Senhor por mais esse. 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

# 72 - A CIDADE QUE QUEREMOS


Faça parte da mudança, saiba como tornar a cidade de Pedro Leopoldo mais amiga das pessoas.
Experimente novas formas  de se deslocar de casa para o trabalho ou outros afazeres. Opte pela bicicleta, mas se não der, caminhe, vá de patins, de skate, patinete ou de lotação. Deixe o transporte individual para situações realmente necessárias, pois há quem use o carro para ir a lugares próximos sem pensar em outras opções, congestionando o trânsito. Isso é educação em transporte: saber qual é o meio mais eficiente para cada viagem. E ao dirigir, respeite os ciclistas, os pedestres e todos aqueles que optam por outra alternativa.

Será que chegaremos a ter esse respeito e educação?
Acredito que sim, pois hoje vemos nas ruas de cidades brasileiras, coisas imagináveis há 10 anos atrás, tanto em infraestrutura como em comportamento. Há bicicletas compartilhadas em muitas cidades brasileiras por exemplo, como também ciclofaixas e ciclovias sendo implantadas e projetos de leis criadas para atender à mobilidade sustentável.

Como será a nossa cidade de Pedro Leopoldo no futuro?
Se mantido o padrão atual de mobilidade urbana, em 5 anos ou em até menos, tudo vai parar pois não conseguiremos circular bens e pessoas e assim a qualidade de vida será muito ruim. Porém acredito em um segundo cenário, com uma nova mobilidade, melhor qualidade de vida e com circulação eficaz.
Devemos sonhar e lutar para desfrutarmos de uma cidade onde todos possam deslocar-se facilmente e estar em ruas com segurança. E isso é possível.

Técnicos e políticos que perceberem que precisamos de uma  cidade mais humana, que conhecem a fundo o assunto e o levarem a sério, serão os que se destacarão no futuro.

E qual o maior desafio?
É mostrar que as cidades estão em crise de mobilidade. É convencer as pessoas que é preciso repensar urgente o uso do automóvel. Desejamos uma cidade e, permitimos que outra se implantasse. Esse foi o grande erro que cometemos e que hoje temos que corrigir, pois senão os nossos filhos e netos não terão a oportunidade de desfrutar de uma vida melhor.

Obrigado Senhor por mais esse.