domingo, 19 de abril de 2015

#86 - SÓ UM PACTO SALVA.





Caros leitores, muitos países já despertaram para o imenso problema da mobilidade urbana sustentável que estamos enfrentando e já estão agindo no sentido de solucioná-lo. E nós brasileiros, e mais particularmente Pedro Leopoldenses o que estamos fazendo?

Vejo  ações da comunidade na tentativa de alertar e solicitar de ambos os poderes, alguma ação já que o aumento de veículos motorizados em circulação na cidade, está na média de 140 veículos por mês, e o crescimento do setor norte da região metropolitana de Belo Horizonte e a verticalização em nossa cidade está em ritmo acelerado, o que só incrementará mais ainda esse aumento de veículos em circulação, trazendo com isto o caos para a nossa cidade e seus consequentes problemas, já do conhecimento de todos.

Para evitarmos este caos, acredito que só um pacto salva. Onde regras são estabelecidas e ensinadas a todos os envolvidos.
As grandes cidades, e  as médias chegaram a um ponto em que o simples ir e vir tem ficado a cada dia mais impraticável. Para piorar as pequenas tendem a seguir o mesmo modelo - infelizmente-.

O trânsito e a mobilidade já ocupam o topo das insatisfações do cidadão em nossa pequena Pedro Leopoldo.  Todos os envolvidos precisam participar de um acordo para que se chegue a um termo comum, em prol da (re)construção dos centros urbanos pelas pessoas e para as pessoas.

A questão envolve, além do cidadão- que antes de tudo é um pedestre-, o poder público, o mercado imobiliário, os planejadores urbanos, os órgãos de trânsito, os motoristas, os ciclistas e também as empresas.
Qual é a responsabilidade de cada um desses atores e setores? E que tipo de contribuição podem oferecer? O que estão dispostos a empenhar em benefício de uma solução coletiva?  
Aqui listo alguns princípios considerados necessários para o pacto entre os diversos atores:
  • Que a cidade ofereça possibilidades aos pedestres para que transitem com segurança.
  • Priorizar o uso da bicicleta e criar rotas e vias mais seguras para as bicicletas.
  • Planejar o uso misto do solo, não construir áreas exclusivamente residenciais ou comerciais.
  • Otimizar a densidade e a capacidade do transporte público.
  • Estimular o desenvolvimento dos bairros para reduzir o trajeto casa/trabalho, casa/comercio, casa/escola, etc para diminuir a utilização do carro.
  • Empresas: estimular o uso das bicicletas por seus funcionários, dando-lhes estruturas para o estacionamento das bicicletas e vestuários para higiene pessoal antes de ir trabalhar.
  • Poder legislativo e executivo criar e aprovar leis que beneficiem a utilização da bicicleta e estrutura para a mesma. 
  • Fazer constar do currículo escolar estudo da mobilidade urbana e suas práticas.
  • Instituir o aprendizado da bicicleta e suas leis em escolas da rede municipal.
Como visto, muitas ações podem ser planejadas, e executadas que servirão de apoio e sustentação a qualquer Projeto de Mobilidade Urbana Sustentável que se venha adotar. O caminho é longo e lento, mas o crescimento populacional e veicular nem tanto. Já passamos da hora de tomadas de ação.

Paulo Pereira Netto 






terça-feira, 7 de abril de 2015

#85 - PLANO MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL PARA PEDRO LEOPOLDO


“SONHOS NOS INSPIRAM A PENSAR DE UMA FORMA DIFERENTE, E AÍ É QUE SURGEM AS GRANDES IDEIAS”

Mesmo que as pessoas considerem utópicos exemplos de outros países, nós temos de considerá-los. Se você não tiver um sonho, uma meta, você não chega a lugar algum. É preciso ter uma direção. Este é o ponto vital: mostrar que existem possibilidades, mostrando que as coisas podem mudar e que existem inúmeras formas de fazer essas mudanças.

Todas as cidades que hoje são exemplos passaram por esse processo; nós vamos passar também.
O ser humano é conservador por natureza. As pessoas tendem a ser refratárias diante de propostas de mudanças – “não, não vai dar certo, não é bem assim...”. essa reação é mais ou menos a mesma em qualquer lugar. A primeira resposta que as pessoas costumam dar a uma nova proposta é “mas aqui é diferente”. Só que não é. Os problemas são comuns, nós vivenciamos as mesmas coisas, as mesmas dificuldades. Com realidades um pouco diferentes, claro, mas que são particularidades de cada lugar que podem ser adaptadas. É esse o paradigma que nós tentamos quebrar, o pensamento fechado e a resistência às mudanças e à inovação. Para empreender as melhorias de que nossa cidade precisa e torná-la lugar mais agradável para as pessoas, é preciso mostrar que essas mudanças, mais do que necessárias, serão benéficas.
São mudanças que precisam iniciar no cidadão, é a nossa mudança de hábito, transformando Pedro Leopoldo em uma cidade mais humana, menos uma cidade de automóveis e mais uma cidade de pessoas.
O SONHO: UMA NOVA CIDADE , UMA CIDADE MELHOR.
Pedro Leopoldo se encontra ante um desafio inédito.(o de se tornar uma cidade melhor ). A resposta a esse desafio, terá implicações para o desenvolvimento, para a equidade, para o meio ambiente e para a qualidade de vida da cidade.
Há um consenso de que o trânsito das cidades brasileiras está mais complicado a cada dia, e Pedro Leopoldo não foge à esta regra, (não é mesmo?)

Transito em PL
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Você já parou para pensar em como sua escolha e atitudes influenciam na dinâmica da cidade em que você vive?

O que cada um de nós está fazendo para mudar essa realidade?

Eu, particularmente, depois que me aposentei em meados de 2011, passei a usar mais a bicicleta em meus afazeres diários e muito menos o carro, utilizando-o só em ocasiões nas quais ele é indispensável.

Também passei a incentivar muita gente a fazer o mesmo. Estou desde o final de 2011, tentando conscientizar a população de PL dos bens que a bicicleta traz ao seu usuário, à cidade e ao meio ambiente. Tanto que em 2012, criei uma fanpage no FB e esse blog no Google com essa finalidade.


O que as cidades com visão de futuro estão fazendo para melhorar a situação atual de caos em todos os centros urbanos, provocado pelo aumento exagerado do número e uso do carro?

Sabemos que os veículos motorizados são responsáveis por mais de 50% das emissões de CO2 na atmosfera.

Se sonhamos com uma cidade para as pessoas, sustentável e com boa mobilidade, temos  que fazer o que todos que tiveram sucesso estão fazendo: priorizar as ações visando o transporte público e os não motorizados (caminhar, pedalar, patinete,skate, patins).

Aliás isso é o que está na lei de mobilidade urbana 12.587 homologada em janeiro de 2012











Plano MUS
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Em obediência à referida lei acredito que temos que redesenhar a cidade,  pois ela como a maioria das cidades brasileiras foram criadas e cresceram sem um  planejamento.
Esse redesenho começando pela área central indo posteriormente até aos bairros.

Baseado em experiência  de cidades estrangeiras que enfrentaram o mesmo problema e hoje possuem uma boa mobilidade e também em ações realizadas por cidades brasileiras que já começaram a luta na obtenção desta boa mobilidade, acredito, que a principal ação tenha que partir de nós... habitantes da cidade, dando a nossa parcela de contribuição, com uma mudança de hábito em nossos deslocamentos diários.

Paralelo a isso,  a  administração  municipal deverá prover a cidade de ações que venham priorizar o que determina a lei de mobilidade urbana sustentável 12.587, a qual levou 17 anos tramitando no Congresso Nacional antes de ser finalmente aprovada.

Ações para uma MUS



O excesso de veículos motorizados gera além de incômodos para as pessoas, devido a restrição de espaços às mesmas,  poluição do ar, sonora e visual bem degradantes.


Então que ações tomar para desestimular o uso excessivo, indiscriminado do transporte motorizado individual na cidade? Eu disse desestimular o que é diferente de proibir.

Ação primeira :



Restrição e encarecimento de vagas para estacionamento no hipercentro.
1- Reduzindo o numero de vagas de estacionamento de automóveis  e consequente elevação do custo das remanecentes. Com a redução destas vagas abre espaços para outros tipos de modais, a pé e de  bicicleta.
Com um número de vagas bem restrito as pessoas só irão ao hipercentro utilizando  o automóvel em casos realmente de necessidade.
Restringindo número de vagas transformaremos o que se vê hoje no que se terá amanhã.

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Adicionar legenda

Criação de PLs (parking lots - estacionamentos)

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2- Criação de  PLs ( estacionamentos) em locais estratégicos nas entradas da cidade e dos bairros ao hipercentro.
E1 ou PL1 >  Recebendo os veículos vindos de Dr. Lund e do bairro Sto Antonio.
E2 ou PL2 >  Recebendo os veículos vindos da entrada principal da cidade trevo junto á rua N.Sra. das Graças.
E3 ou PL3 > Recebendo os veículos vindos também da entrada principal da cidade, da região norte e do bairro S.Geraldo.
E4 ou PL4 > Recebendo os veículos vindos do bairro S.Geraldo, da Vila Magalhães e de Sto Antonio da Barra.

Ação segunda: Melhoria do transporte coletivo.
Melhoria do transporte coletivo É um outro desestimulador ao uso indiscriminado do automóvel.

Na área central minis-ônibus confortáveis que transitam somente no hipercentro  com uma alta frequência nos horários de pico e fora dos horários de  pico com uma frequência mais baixa.
Um veículo elegante, com ar - condicionado, te busca na porta de cada PL (Parking Lot - Estacionamento). Os assentos reclinam para seu conforto. Você puxa a cortina para evitar o brilho do sol. Quando está perto do seu destino, você avisa o motorista para te deixar no ponto mais próximo do mesmo.

COMO FUNCIONARÃO OS PLs. (Bolsões de Estacionamentos)
Os PLs se situarão próximos a cada entrada da cidade e também próximos às entradas dos bairros ao hipercentro, os quais serão dotados de espaço e estruturas para estacionamento de veículos motorizados. Além disso em cada um deles  haverá uma estação  para aluguel de bicicletas e um bicicletário para  os condutores que moram nos bairros e queiram deixar suas próprias bicicletas estacionadas nestes PLs assim o façam, utilizando-as quando necessário ao invés de alugar uma outra.

Os minis-ônibus passarão a cada 15 minutos por estes PLs em horários de pico e a cada 30 minutos em horários fora do pico. As passagens de ônibus serão adquiridas em locais previamente divulgados e nos próprios PLs. O motorista não recebe dinheiro, somente os tickets de passagem.

Ação Terceira: Estimular o transporte não motorizado, a caminhada.

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 calçadas c/ obstáculos e pisos irregulares
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1 - Melhorar as condições das calçadas para que o pedestre possa transitar por elas em segurança e criar calçadões em locais estratégicos na  Comendador Antonio Alves e também em outras vias.




2 - Implantar infraestrutura cicloviária para que o ciclista possa pedalar em segurança.

Ação quarta: Integração do uso do solo e transporte.
                 
Com base no desenho, que prioriza o pedestre e os ciclistas,  especialistas redesenham o fluxo dos motorizados de acordo com estudos e levantamentos efetuados.
                            
Com esta e outras ações, a administração da cidade que abraçar a ideia e esse sonho, estará dando um passo importante para uma considerável melhoria na mobilidade urbana do setor central e em anos seguintes poderá partir para os demais bairros da cidade.
Fica aqui o meu  sonho, como uma sugestão,  para  o problema de mobilidade urbana na região central de nossa cidade.


Obrigado por me inspirar na criação deste plano Senhor.