terça-feira, 19 de julho de 2016

#105 - A resistência vai de bicicleta

Sou seguidor da máxima que diz que quem não é visto, não é lembrado. 
Assim são os ciclistas. Passaram a circular, gritar no meio das ruas pelo mundo e
nas redes sociais, por deslocamentos mais seguros. Até pouco tempo, 
não eram vistos pelo poder público, pelos motoristas, pela cidade, e por isso,
não ganhavam qualquer infraestrutura. Mas ao serem vistos, começaram a ser lembrados.
E, assim, as mudanças começaram a acontecer. Entrei no time dos que resistem
e comecei a ser ciclista cicloativista urbano. E acho que só insistindo na rua
vou melhorar- junto com a Cidade. 

                                          

Foto aquivo pessoal : Paulo P. Netto

"Por que redesenhar nossas cidades?  Nossas cidades são abafadas, lotadas, sem verde, barulhentas e pouco “amigáveis”. Porque hoje, as pessoas estão sofrendo por causa disso. Sofrem de stress, doenças respiratórias, insônia, medo da violência, falta de descanso, além de terem pouco, ou não terem contato com a natureza. Sem considerar os casos de cidadãos que realmente são vítimas da violência e da agressividade do nosso modelo urbano atual. E não falo somente de casos de agressão física ou morte, mas da violência cotidiana a que estamos submetidos, violência psicológica. Você vai atravessar a rua na faixa de pedestres e vem alguém acelerando o carro em cima de você. Falta de cuidado com idosos e crianças na rua. Falta de educação e respeito. É uma falta de tudo… E com a intensificação do processo de urbanização das nossas cidades, somente é possível encontrar soluções através da reestruturação, ou seja, precisamos redesenhar nossas cidades, para trazer uma nova realidade para os cidadãos, uma realidade mais humana e saudável" - Carolina Carvalho do redesenhando as cidades
Mas como é possível redesenhar uma cidade? Como é possível pegar uma cidade como Pedro Leopoldo, Belo Horizonte ou Rio de Janeiro, por exemplo, e reestruturá-la? O processo precisa começar através de campanhas de educação e conscientização dos habitantes, quando o comprometimento com a sustentabilidade já está abraçado pelas autoridades. As pessoas precisam estar comprometidas com este processo, e somente estarão quando compreenderem as razões das mudanças e quando estiverem empoderadas e munidas de informação. É como uma reação em cadeia que só precisa ser iniciada. Essa é a meta deste blog, iniciar um processo de conscientização e mudança.

Para que esta mudança seja iniciada, a participação social precisa deixar se ser somente palavras bonitas escritas em artigos, relatórios, discursos políticos, etc. Ela está no cerne do desenvolvimento de uma cidade sustentável e voltada para pessoas. Infelizmente, no Brasil, a participação social ainda é incipiente. Os cidadãos também não sabem quais são seus direitos de participação nas decisões, e muitos não demonstram interesse, portanto, a postura corrente é a de espectador. Além da participação social, é necessária uma integração setorial nas cidades, de forma a maximizar potencialidades e sinergias. Esta integração se dá pela disseminação de informação e também pela governança.

.Paulo Pereira Netto