segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

45 - O papel das calçadas na dinâmica das cidades

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

44 - O Ponto de Partida da Mobilidade Urbana.

Somos pedestres por natureza (!)...

Embora , com o automóvel sendo utilizado cada vez mais como extensão do corpo humano e as cidades sendo freneticamente redesenhadas unicamente em função deste uso compulsivo, muitas são as pessoas que esqueceram desta prática essencial: a do caminhar.

O ponto de partida da mobilidade urbana é a calçada. É o primeiro espaço público que vivemos ao sair de nossas casas. Se for acessível, é a mais democrática das formas de se mover. É a primeira imagem que temos da cidade.

                              Olhando detidamente para as calçadas que temos hoje,



Para chegar à Pedro Leopoldo que Queremos, precisamos ter antes um olhar crítico para entender os erros que temos cometido e do porquê de nossas calçadas não expressarem a imagem dos valores humanos, os sentimentos de comunidade, o orgulho pelas suas raízes, a solidariedade, o sentimento de pertencimento e o desejo de viver o espaço urbano. Assim, a forma como é pensada, planejada e construída a calçada, determina a intensidade com que as pessoas vivem e amam “coletivamente” a cidade.

A Pedro Leopoldo que Queremos precisa provocar o prazer de viver nela, amá-la, não no sentido romântico, mas no sentido prático. E só conseguiremos isso estando fora de nossos carros, sendo pessoas e não motoristas.


Pela forma como realizamos a cidade hoje, tendo o carro como valor determinante para a decisão da mobilidade, vivemos os paradoxos de automóveis cada vez mais rápidos, mas parados em congestionamentos, com pessoas muito próximas, mas com cidadãos infinitamente distantes uns dos outros, solitários, inertes, tensos, sem viver a cidade e o coletivo, que é o motivo de nos aglomerarmos nas urbes.

 Não queremos mais andar a pé, as calçadas não nos animam. Queremos estacionar dentro das lojas, pois não gostamos de andar pela cidade. Queremos parques e praças, mas com grandes áreas de estacionamentos, pois não queremos viver a cidade, queremos só usá-la para nosso deslocamento, em nossos carros.

A Pedro Leopoldo que Queremos tem que partir da premissa de planejar a mobilidade urbana não só para que ela se movimente, mas também com o valor fundamental de humanizá-la. Unir a necessidade de deslocamento com o prazer de viver a cidade. E isso só se consegue levando as pessoas ao contato coletivo, de andar a pé, de bicicleta, de transporte coletivo (seja ele qual for).

Diriam que estou fora da realidade, pois precisamos de nossos automóveis. Mas eu responderia que este artigo é para a Pedro Leopoldo que Queremos como cidade coletiva, e não individual. A cidade individual é essa que vivemos hoje, isolados em nossos confortáveis automóveis. Nos é ofertado escolher entre ônibus caro e desconfortável; bicicleta em disputa perigosa do espaço com a moto e o automóvel; e andar a pé por calçadas mal pavimentadas, com degraus e buracos, ou simplesmente inexistentes, tendo como agravante a falta de iluminação.

As opções oferecidas nos empurram aos nossos confortáveis automóveis particulares, que, como donos da cidade, ocupam e destroem o piso das calçadas, estacionam sobre elas, não obedecem a faixa de circulação de pedestres. Vivemos então um círculo vicioso que de novo nos empurra para os automóveis, sem percebermos que dentro ele nos traz conforto e fora, ele provoca desconforto. Não vivemos no automóvel, vivemos na cidade, portanto, vivemos a maior parte do tempo em desconforto.

Imaginemos essa Pedro Leopoldo como ficará daqui a oito anos, com o dobro de automóveis existente hoje.

 A Pedro Leopoldo que Queremos, portanto, deve, obrigatoriamente, ter calçadas:

• Planejadas com acessibilidade, em respeito a todos os seus cidadãos, principalmente os que têm mais dificuldades físicas ou visuais, até porque temos uma expectativa de vida cada vez maior.
• Com árvores para amenizar o calor e faixa de ajardinamento para humanização e contenção de água das chuvas.
• Com espaços para bancos, para que nossos idosos possam descansar.
• Com iluminação para passeios e atividades físicas noturnas.



Concluindo: calçadas acessíveis e democráticas, arborizadas e prazerosas, iluminadas e seguras, com espaço de convívio e conforto, como fator de saúde, por proporcionar o caminhar. Com faixas de travessias, preferencialmente elevadas, para beneficiar o pedestre, completadas e compartilhadas com ciclovias, interligadas a outros modais de transporte coletivo acessível, confortável e rápido. Assim, viveremos e valorizaremos nossos bairros e seu comércio, pois teremos o prazer de ir a pé até ele tendo um convívio coletivo.
Calçadas, como todos sabem, são um instrumento de mobilidade urbana para estimular o caminhar, a forma mais simples, sustentável e sadia de transporte. E, como já escrevemos, são um dos principais indicadores da qualidade de vida em qualquer localidade.
Em nossa visão, as calçadas das ruas centrais, centros de bairros e aquelas próximas a áreas de grande circulação de pedestres deveriam ser mantidas diretamente pelo poder público para a garantia de um único padrão de qualidade, segurança e conforto.
A Pedro Leopoldo que Queremos é uma cidade para ser vivida e não para ser usada só como espaço para circulação.


Fontes:
  •  Adaptado do texto original de : Mário Cezar da Silveira  especialista em acessibilidade.
  • Movimento Inclua-se

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

43 - Bicicletas para a cidade que queremos.



As cidades brasileiras, à medida que crescem, vão se tornando lugares desagradáveis de se viver. Seguindo o atual modelo de desenvolvimento, as cidades perdem qualidade enquanto ganham quantidade. Tanto menos sossego, bem-estar e belezas quanto mais população, PIB e concreto. E, contraditoriamente, quanto maiores se tornam, menos espaço oferecem para seus moradores vivê-las.
Este tipo de cidade lesa a ética, zomba da lógica e engana a estética. Reagindo, em todos os setores sociais existem pessoas e instituições que buscam fazer as cidades valerem a pena. Mas, qual é esta cidade que queremos? Quem são os que desejam tal cidade? E por que a bicicleta pode ajudar a construí-la?
A cidade que queremos será pensada para as pessoas, e não para as máquinas. E, reforçamos: para todas as pessoas, e não apenas para quem está da metade para cima na pirâmide social. Mais do que isso, tal cidade contribuirá para a equidade social.
Nesta cidade, mesmo as crianças poderão ir e vir para lá e para cá sem medo, porque a infraestrutura viária e os agentes de trânsito visarão a segurança e conforto dos mais vulneráveis – ciclistas e pedestres –, e não o escoamento veloz e ininterrupto dos veículos motorizados particulares.
A cidade que queremos terá espaços públicos amplos, ao ar livre e cobertos, para a reunião e o convívio, o lazer e o ócio, a brincadeira e o trabalho comunitário. Ao invés de localizados somente nas áreas “nobres”, tais espaços serão bem distribuídos em todos os cantos onde mora gente. Ao invés de disputadas pela especulação imobiliária, as áreas públicas serão valorizadas, protegidas pela lei e cuidadas por todos os munícipes. Esta cidade, portanto, não concederá privilégios nem permitirá a segregação.
A cidade que queremos será integrada à natureza e suas árvores e seus córregos deixarão de ser considerados empecilhos do progresso. Será arborizada para quebrar as ilhas de calor e para atrair pássaros e piqueniques. Valorizados pelo que são e não pelo que delas se pode extrair, protegidas do saque e dos dejetos, serão permanentes paisagens urbanas.
Esta cidade será saudável para o corpo e para o espírito, pois as pessoas quererão caminhar e pedalar pelas suas ruas e preferirão vencer as maiores distâncias em veículos coletivos. Seu ar não empestará nossos pulmões e seus ruídos, amainados, deixarão de ser fonte de estresse.
E quem são os que desejam tal urbe? 
Quem quer realmente mudar a cidade tem que querer trabalhar por ela – construindo a democracia participativa. Quem tem repulsa pelos movimentos sociais e não tolera assembleias, ah!, este faz parte do problema, e não da solução. Porque somente a democracia poderá implantar valores comunitários e solidários, suplantando aqueles que incentivam a disputa, o acúmulo e ostentação de bens – e o uso dos mesmos para manter a dominação.
Os democratas autênticos (que não são encontrados em nenhum partido que tem democracia no nome) se preocupam, preliminarmente, com a formação cultural dos seus munícipes para que eles possam, de igual para igual, refletir, discutir e decidir com base na ciência e na história, e não no marketing e nos editoriais tendenciosos.
Pensamos que assim instrumentados, os munícipes sentir-se-ão estimulados a levar em consideração, nas suas escolhas individuais, o que é o melhor para a sociedade e para a natureza, e não apenas para si próprio.
E a bicicleta é, juntamente com a caminhada e sua integração com o transporte público, a melhor opção para o bem-estar individual, para a justiça social e para a harmonia ecológica. As cidades que permitem efetivamente o uso da bicicleta deixarão, inclusive, mais espaço para quem não pode usar outro meio de transporte além do carro, que deixará de ser uma ameaça constante no trânsito.
Sendo prática para seus usuários, econômica para os recursos públicos e limpa para a natureza, a bicicleta é, mais que uma promotora da qualidade de vida urbana, um símbolo da recuperação das cidades.
As cidades que estimularem o uso da bicicleta, sobretudo as pequenas e médias, estarão pulando a “etapa dos erros” cometidos pelas cidades que cresceram sob a batuta dos automovelcratas, evitando os prejuízos causados por esta opção.
A bicicleta, é, nesse sentido, mais do que um veículo de transporte, um veículo de transformação social. E as cidades que se derem conta disso, estarão contribuindo com a transformação civilizacional.
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Grato a ti Pai por enviar-me esse artigo maravilhoso, o qual vem de encontro a tudo que tenho sonhado, e lutado para mostrar ao povo de minha cidade, que ela, tem tudo para se transformar na cidade que queremos. depende apenas de nós cidadãos Pedro Leopoldenses.

Artigo publicado na  Revista Bicicleta por André Geraldo Soares




segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

42 - Plano de Mobilidade Urbana para a pequena cidade de Pedro Velho.

A equipe da empresa, Engenharia e Transporte  apresentou no dia 11 do mês passado, a versão semifinal do Plano de Mobilidade Urbana de Pedro Velho - MG.
A solenidade aconteceu no auditório da Câmara Municipal em evento que teve a presença dos representantes do legislativo, do executivo, e ainda a presença  da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito, da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Socioeconômico e Turismo e vários convidados representantes da sociedade pedro velhence.

O projeto prevê mudanças radicais na questão da mobilidade e no trânsito da cidade, como a inversão de mão de algumas vias, com estacionamento em apenas um lado das vias e com a retirada total de estacionamento em outras. A construção de terminais de integração e a construção de 13 quilômetros de ciclovias em  trechos de ruas, e avenidas perimetrais. Implantação de 11 quilômetros de calçadas padronizadas e, 2 quilômetros de vias para pedestres com calçadões, além de resolver os problemas nos cruzamentos com situações mais críticas.
Para evitar os congestionamentos, a empresa também reduziu com esse plano a quantidade de semáforos na cidade e a velocidade nas vias em toda cidade, fazendo com que o número de acidentes diminua drasticamente, além de proporcionar um melhor compartilhamento de vias para bicicletas e automóveis.

O prefeito Tavian, após conhecer a versão do projeto, adiantou que Pedro Velho passará a ter um novo "desenho" com a implantação do plano. “Esse projeto dará uma mobilidade maior aos nossos pedestres que passarão a ter calçadas padronizadas para caminhar e, ciclovias para dar mais segurança aos ciclistas. O plano também vai melhorar o transporte coletivo e também a circulação de veículos, além de implementar a criação de vários parques com área verde e parques infantis, visando o bem estar da população e preservando o meio ambiente. Cabe agora à prefeitura verificar se há alguma divergência local com relação a proposta e se há alguma outra sugestão para melhorar ainda mais o plano. Certamente esse projeto fará de Pedro Velho, UMA NOVA CIDADE" - disse o prefeito.
No cochilo dos fiscais conseguimos fotografar uma das maquetes do PLAMUR
Pelo que entendemos observando a maquete, da direita para a esquerda temos: a calçada (faixa com bloquetes), a ciclovia (faixa azul) a qual está protegida pela faixa  de estacionamento de motos, autos, bikes e jardins, da pista de rodagem normal (faixa vermelha) e mais à esquerda a calçada com piso modificado. Pelo visto essa maquete é da rua principal, pois vemos ao lado o prédio da Itapuã que fica nessa via.
vista  seccionada da rua principal mostrada na maquete acima
Na avaliação do secretário  da Semtran, o projeto ficou dentro do esperado. “Era isso que nós queríamos. O Plamur contempla todas as áreas, todos os sistemas modais o que dará uma nova dinâmica no trânsito da cidade. Há a preocupação com o pedestre, com o ciclista, com o transporte público, com o trânsito normal e com o meio ambiente. É um projeto bastante amplo que vai ajudar muito a prefeitura nas decisões que precisam ser tomadas com relação a mobilidade urbana na cidade”, disse o secretário.

Para o consultor, da Engenharia e Transporte, depois da implantação do Plamur, Pedro Velho estará entre as cidades com uma das melhores mobilidades urbanas do país. “Conseguimos fechar o plano e validar os itens que já constavam na versão preliminar do projeto. E a preocupação maior sempre foi com as pessoas, que devem estar em primeiro lugar nessa questão da mobilidade que envolve os pedestres, os ciclistas, os usuários do transporte urbano e finalmente os veículos”, explicou o consultor.

Cidadãos de Pedro Velho, dizem estar ansiosos para conhecer o plano em sua totalidade, mas terão de esperar até que as ações finais sejam concluídas e aí então o prefeito divulgará o tão esperado e sonhado Plamur (plano de mobilidade urbana).

Enquanto não tomam conhecimento de todo o projeto, as opiniões e especulações em torno do mesmo estão movimentando mais ainda a cidade  e as mais variadas  opiniões são emitidas a cada dia pelos cidadãos, como as listadas abaixo:

"Ouvimos dizer que a nossa rua principal irá mudar de cara totalmente, ficando muito mais bonita, mais colorida com flores, gramas, e pequenos jardins onde o solo absorverá  muito mais a água da chuva, ajudando  a evitar ruas alagadas como hoje é frequente" - citação de um dos jornais local.

"Também ouvi dizer que nessa mesma avenida central, haverá uma faixa de estacionamento só de um lado da via, mas não só para os automóveis mas também para as motos e as bicicletas e que este estacionamento dará proteção às bicicletas que circularão na ciclofaixa ao lado da faixa de estacionamento. Quer dizer então que não será uma ciclofaixa e sim uma ciclovia? Sei não, mas seja o que for, irá proteger os ciclistas dos maus motoristas e motociclistas." - conversa de dois vereadores.

"Menino, parece que o trem é bom mesmo, pois até o prefeito  está gamadinho com o projeto. Dizem que ele está contratando uma firma para implantar a faixa de estacionamento da rua principal com piso diferente da faixa de circulação dos veículos, ficando assim a nossa rua principal uma beleza de ser vista e onde as pessoas terão mais prazer em transitar e caminhar porque o trânsito estará mais lento e irá fluir mais, devido a existência de só um semáforo nessa via".- citação de leoninos e rotarianos.

"Sem falar é claro na grande obra  que nós cidadãos pedro velhences sugerimos durante a fase de pesquisa e opinião popular para a confecção do plano, ou seja: já é certo que uma boa parte da nossa rua principal será destinada aos pedestres e ciclistas e assim o povão poderá caminhar e papear tranquilamente nesse mundão de calçada que eles chamam de calçadão sô, bacana não é? " - citação de pessoas que participaram das pesquisas de opiniões e sugestões ao Plamur.

"Bem, é melhor  por enquanto  não divulgarmos mais detalhes do projeto ainda não, pois se o prefeito souber que nós povão sabemos tanto do projeto,  poderá ficar zangado por estarmos divulgando  antes dele, :) É claro que não queremos perder a oportunidade de termos áreas verdes e parques infantis iguais aos da maquete abaixo. Por isto sejamos prudentes e bico calado".- convidados que estiveram presentes ao evento na Câmara.

Em outro cochilo dos fiscais, conseguimos fotografar mais uma maquete.
"Aí pessoal que pena que ainda não podemos dizer mais além do que já dissemos do Plamur né? ...Mas em uma outra oportunidade  vocês saberão direitinho tudo que compõe este ótimo Plamur." - jornalistas da cidade.
FAÇA  
"Faça parte da mudança, saiba como transformar a pequena cidade de Pedro Velho novamente em uma Cidade voltada mais para as Pessoas. Experimente novas formas de se deslocar por perto de casa e do trabalho e para o trabalho, e para suas tarefas diárias e não somente usando o automóvel" - prefeito Tavian em discurso após a apresentação do Plamur.

                      

 “Temos que entender e aceitar, que uma rua é um espaço público de circulação. Não compete a nós do  Poder Público oferecer estacionamento, é nosso dever proporcionar trafegabilidade para todos. Pedestres e ciclistas sempre foram considerados "invisíveis socialmente". Porém, com a demanda aumentando, com a frota de motorizados aumentando, não resta alternativa a não ser incentivar caminhadas, pedaladas e a utilização do transporte coletivo. Não há e nunca haverá espaço suficiente para que todos se utilizem do automóvel. Não deu certo em nenhum lugar no mundo. Essa é uma realidade que as pessoas não querem entender e o governo e as revendedoras de automóveis não informam aos compradores. O carro tem que ser utilizado de forma consciente, não pode ser utilizado para ir até a padaria ou ao banco na  esquina. Está chegando a hora de sairmos da tal zona de conforto (??) e sentir como a cidade realmente é. A cidade vista da perspectiva de um pedestre ou ciclista é muito mais atraente, podem ter certeza”.- chefe do executivo de Pedro Velho.


 Grato a todos pela leitura e a ti Senhor, por mais uma luz.