segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

41- I HAVE A DREAM - EU TENHO UM SONHO

Como poderia ser bem diferente a vida dos brasileiros se nós povo e nossos governantes pensássemos e agíssemos mais no coletivo e não só em si. Como seria maravilhoso se os governantes, fizessem aquilo que deveriam fazer quando eleitos: Governar para o povo e não só para si e seus partidos. Teríamos uma melhor educação e  meios de transportes bons e eficientes com infraestrutura excelente para uma boa locomoção, com um leque de alternativa de opções: caminhando, pedalando, indo coletivamente em ônibus ou trem e até individualmente em seu carro, por que não, mas com moderação. Com infraestrutura que lhe permita se deslocar para onde e como quisesse e em segurança, com vias bem sinalizadas e com piso de qualidade e não com finas camadas de asfalto que só duram uma estação. Com parques e áreas verdes onde pudéssemos levar nossos filhos e ou netos para um passeio ao ar livre sem temor da violência, em locais limpos  com calçadas amplas(quando possível) mas se não tão amplas, pelo ao menos com pisos firmes de boa qualidade convidativos à caminhada, e ao deslocamento para o trabalho à pé. Onde, todos os modais de transporte tenham seus espaços nas vias, respeitando uns aos outros. Onde, quando você quisesse se deslocar com sua bike, pudesse fazê-lo em segurança e na certeza de ter espaço nas vias,  respeitar e ser respeitado pelos outros modais  na certeza de onde você for irá encontrar um local adequado para estacionar a sua bike em segurança.Onde, você teria sempre a certeza de quando uma nova obra fosse iniciada, os outros modais de locomoção teriam também seus espaços (e não só o carro).Onde o respeito pelo outro é empregado no dia a dia e não fica só no discurso. Onde a honestidade impera e você paga o seu ticket antes de adentrar a um transporte coletivo e ao entrar é só conservá-lo consigo, pois raramente alguém fiscalizará ou duvidará que você está ali sem já ter pago a sua passagem o que pode ser feito em vários pontos de ônibus e nas estações de embargue agilizando assim o processo e barateando o custo das empresas transportadoras.Onde, os rios ou canais existentes não fossem poluídos servindo também de via de acesso fluvial.Onde, graças a Deus tenho a oportunidade de ir todo ano conviver com um dos  braços de minha família e verificar e experimentar tudo que no Brasil ainda é sonho, mas aqui já é realidade há muito tempo.

Obrigado Senhor por me proporcionar essa condição.

Fotos e videos relativos ás diversas citações do meu sonho.

Pisos de qualidade convidativos à caminhada e pedalada
Pisos uniformes onde idosos podem caminhar tranquilamente.

   
Transporte coletivo de qualidade e pontual
Sinalizações para todos os modais.


Área verde abundante onde relaxar e divertir-se com familiares e amigos.
  
Obra nova onda todos os modais são lembrados.
A qualquer local que se vá, a bike tem onde esta estacionar


 




Ruas sinalizadas onde  os modais têm o seu espaço.
Ruas sem o carro, pedestres e ciclistas trafegam compartilhadamente 



  
Pontos de venda de ticket, o qual é válido para os modais existentes na cidade
   
O conforto a segurança e a qualidade do transporte é magnifica.
   
Rios navegáveis e despoluídos, com ciclovias em ambas as margens.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

40- No Natal, o rei cruel cria trânsito

Era uma vez um rei muito mau, tão perverso que, na véspera de Natal, irritado com a alegria dos súditos, decidiu impor ao reino grandes congestionamentos. Como depois de muito pensar, nada lhe ocorria que pudesse atender sua expectativa de maldade, mandou chamar o ministro mais sádico.
O condestável propôs o plano malévolo: para paralisar a cidade, causar os maiores engarrafamentos de todos os tempos, temos que financiar a produção e a venda de automóveis, vender combustível barato e, principalmente, tirar das garagens os carros que ficam parados a semana toda.
E para isso, a maior de todas as maldades, vamos realizar um grande plano viário. Criar novas avenidas, alargar as existentes, construir pontes sobre os rios e túneis sob as montanhas, um grande rodoanel em volta da capital e um pequeno anel viário em volta de seu centro.
Ao anunciar as medidas, o rei pensava ouvir gritos desesperados e choro. Mas logo notou que suas propostas rendiam elogios. Os jornais do reino saudaram o déspota como visionário. Um grande jornal opinou: "Grande parte da responsabilidade dos congestionamentos no reino são decorrência da falta de obras de ampliação da infraestrutura viária na cidade", celebrando que agora a realidade seria alterada.
O rei reclamou ao auxiliar: "Eu lhe pedi uma maldade e você faz o que o povo quer? Tudo que ouço são elogios!"
O ministro respondeu rapidamente: "Nada mais equivocado. Eles não perdem por esperar. Em pouco tempo, o trânsito será insuportável".
Vieram as eleições e as obras viárias foram apresentadas como criações redentoras, o governo do rei foi aprovado. Antes do que previra o grande bruxo, porém, imensas paralisações começaram a acontecer nas cidades. Em um fim de semana, os caminhos todos que atravessavam o reino ficaram ocupados por carros parados, milhares de quilômetros a perder de vista: todos os veículos se colocaram em fila, uns atrás dos outros, estacionados por 24 horas, 48 horas, continuamente.
Feliz com a plena realização de seus desejos perversos, o rei mandou chamar o ministro e ao vê-lo, foi logo perguntando: "Como pudestes ter ideias tão perfeitas?"
Foi quando o consultor explicou: "Estudei engenharia de tráfego, li os melhores tratados publicados em outras nações e totalmente desconhecidos nesta vossa terra de reinóis ignorantes. Bastou-me fazer o contrário do que ensinavam. Naquelas obras sagazes, grandes estudiosos ensinam que quanto maior a oferta de vias, mais carros são atraídos. Aquelas nações distantes, como Estados Unidos, Inglaterra e França, diante de tais constatações, interromperam a construção de grandes obras viárias nas cidades. Ao contrário, a cada ano, fecham aos carros centenas de quilômetros de vias em cada grande cidade. O que lhe propus foi fazer o que eles evitam".
Antes de ir, o ministro vaticinou: "Quando se constrói uma via, 90% de seu espaço é ocupado no primeiro ano; em dois anos, o congestionamento supera em 20% tudo que foi adicionado".
O rei anotou a profecia matemática de seu sábio ministro. Aproveitou que os súditos ignoravam a ciência do trânsito para nos anos seguintes manter sua plataforma perversa: "Governar é construir estradas e criar grandes engarrafamentos".
Fonte : Jornal Folha de S.Paulo - Leão Serva

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

39 - Bicicleta o veículo do futuro já chegou.

O tão óbvio, não é compreendido pela sociedade: a infraestrutura viária, na maioria das cidades brasileiras, chega a ser repelente a ciclistas. Nestas mesmas cidades, geralmente inexistem departamentos específicos ou técnicos habilitados com a atribuição de planejamento de soluções para ciclistas, pedestres e cadeirantes. No trânsito, os condutores motorizados, disputando entre si pelo cada vez mais abundante e, ao mesmo tempo, mais escasso asfalto, são indiferentes ou mesmo hostis aos ciclistas. São raras as empresas privadas que oferecem bicicletários para seus clientes e funcionários, e, para consagrar essa realidade, os meios de comunicação, quando tratam de mobilidade urbana, falam sempre sobre carros e seus condutores.
Mesmo uma rápida inspeção sobre o cenário da mobilidade urbana nos faz constatar: o poder público não está a serviço dos cidadãos, mas da indústria automobilística, das petrolíferas, das empreiteiras de construção civil e do estilo de vida a elas associado, com ênfase no consumo, acumulação, competição, ostentação. E os cidadãos, de qualquer modo, não se mostram preocupados com isto, absortos que estão pelo imaginário social, historicamente construído, de que já cumprem com suas obrigações de votar e de pagar impostos e de que, portanto, seus direitos e desejos individuais devem ser atendidos com túneis e vias expressas o que dá nisto:

A bicicleta é um veículo muitíssimo eficiente em curtas e médias distâncias (até 6 ou 8 km), mas essa qualidade não pode ser plenamente usufruída pelas pessoas enquanto não houverem políticas públicas adequadas para ofertar crescentemente infraestrutura segura para seu deslocamento e estacionamento, para educar sistematicamente a sociedade sobre as vantagens da bicicleta e sobre os direitos legais dos ciclistas e para fiscalizar constantemente o cumprimento da legislação de trânsito, bem como enquanto os indivíduos não renunciarem aos privilégios não universalizáveis de usar um carro para tudo.
Mas os ciclistas não podem ficar esperando que os administradores públicos resolvam, de repente, iniciar o processo de mudança. Porque quem usa a bicicleta para o esporte, para o lazer, para a aventura, para ir ao trabalho, à escola, ao mercado e para executar outros afazeres cotidianos não verá sua situação melhorar automaticamente após as eleições. A democratização da mobilidade urbana requer nada menos que o exercício democrático: a população refletindo, debatendo e deliberando coletivamente sobre as políticas públicas que, sendo executadas, tornarão a cidade mais ou menos acessível a todos os cidadãos.
Conferência da Cidade, Plano Diretor Participativo, Audiências Públicas, Ação Civil Pública, requisições formais aos poderes executivo e legislativo e a Conselhos de Direitos são algumas ferramentas disponíveis de relação direta com o Estado. Passeios ciclísticos, campanhas educativas, solicitação de melhorias às empresas privadas e cartas para a imprensa também estão ao alcance de todos os indivíduos, os quais alcançarão resultados mais eficazes e duráveis tornando-se coletivos organizados ou unindo-se aos já existentes, como Associações de Moradores, ONGs ou mesmo grupos informais.
Por toda parte, por sua própria propulsão, apesar das dificuldades, milhões de pessoas contam com a autonomia de deslocamento e com a economia de renda possibilitada pela bicicleta e, adicionalmente, contribuem para a qualidade de vida urbana. E será somente pelos próprios meios que eles conquistarão paulatinamente políticas públicas adequadas para possibilitar que mais e mais pessoas possam se beneficiar do veículo a pedal: ciclistas são veículos para chegarmos a um futuro que vale a pena.

Fonte: Revista Bicicleta por André Geraldo Soares
Fotos acrescidas por mim.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

38 - REFLEXÃO (IV) - SEU ESTILO DE VIDA PODE MELHORAR O MUNDO

Artigo publicado no Blog Vá de Bike.
Seu estilo de vida pode melhorar o mundo. Ou pode fazer com que perfurem cada vez mais poços de petróleo para conseguir mantê-lo.
O petróleo tem muitos usos além dos combustíveis e lubrificantes. Plásticos, tintas, resinas e até tecidos sintéticos precisam dele para serem fabricados. Olhe ao seu redor e pense quantos produtos industrializados levam petróleo em sua composição. Não é uma substância importante demais para ser queimada em um instante fulgaz, só para nos levar de um ponto ao outro? Plásticos podem ser reutilizados e reciclados. Combustível destruído pela queima, não!
Não seja conivente com vazamentos de óleo, guerras por controle de áreas petrolíferas, morte de animais e de pessoas, problemas respiratórios em idosos e crianças, substituição de praças por ruas e avenidas, congestionamentos cada vez maiores e trânsito cada vez mais agressivo. Mude seu estilo de vida, pelo menos um pouquinho.
Sua cidade pode ser melhor, seu planeta pode ser melhor, sua vida pode ser melhor. Vá de bike!
Leve uma criança para pedalar nas ruas e plante um futuro melhor para todos nós.




Pensemos e reflitamos. A cada vez que for utilizar o seu carro, faça uma reflexão e pergunte para si mesmo? Não posso fazer esta viagem caminhando?, de bike? ou de transporte coletivo?

Não estou sendo muito egoísta usando o carro em todas as viagens que faço ao centro de minha cidade? Os Pedro Leopoldenses meus conterrâneos merecem isto de mim?


Obrigado Senhor! 








37 - REFLEXÃO (III) - A Conscientização ou a morte das cidades.

Chegamos numa bifurcação onde teremos que escolher uma das duas opções: A CONSCIENTIZAÇÃO OU A MORTE DAS CIDADES.
Os Americanos estão escolhendo a primeira opção, e nós quando faremos o mesmo?
Veja e leia artigo publicado na revista bicicletas.

Para salvar a cidade… bicicletas!




Não é novidade que a bicicleta promove incontáveis benefícios para as pessoas e para as cidades. E Nova York, a “Big Apple” americana, está apostando nela para se renovar e aderir de vez à cultura do transporte sustentável. 






A população passou a contar, em junho, com 6 mil “citi bikes”, distribuídas em 333 estações de Manhattan ao Brooklyn. A iniciativa não vai parar por aí, pois a meta é disponibilizar 10 mil bikes em 600 estações, o que pode tornar o projeto um dos maiores do mundo

Mas não basta ter bicicleta. Segurança e infraestrutura são incentivos fundamentais na tomada de decisão entre o carro ou a magrela. Em cinco anos, o governo local instalou mais de 400 km de ciclovias para que o tráfego ocorra.
Iniciativas para devolver o espaço urbano para as pessoas também foram feitas, como a proibição de carros na Times Square, as sinalizações priorizando o pedestre e as ciclovias na Columbus Square e na Delancey Street.
Devolver a cidade para as pessoas e, por que não, para o transporte não motorizado, muda a cultura e a relação das pessoas com a cidade para melhor.
Antes e depois: Columbus Circle foi totalmente repaginada para priorizar pedestres e transporte sustentável. 
Columbus Circle. Como consequência, mais segurança viária. 
Ciclovia em NYC: incentivo para deixar o carro na garagem. 
Na Times Square, os carros foram substituídos… por pessoas! 
Delancey Street: pedestre em primeiro lugar.

E por que não fazermos o mesmo aqui em nossa cidade? Pelo ao menos como experiência aos Sábados pela manhã no trecho da Comendador Antonio Alves compreendido(veja esquema abaixo) entre a Herbster e a São Sebastião. Saíamos do discurso e vamos à ação. Não tenhamos medo de mudar e experimentar, só assim saberemos o que é melhor para as pessoas da cidade de  Pedro Leopoldo.

Grato mais uma vez pela leitura. Deixe seu comentário sobre a proposta acima. Você estará contribuindo para mudarmos nossa cidade com objetivo de torná-la mais humanizada.
Grato a ti também Pai por me orientar em mais uma postagem.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

36 - REFLEXÃO (II) - Pais e filhos juntos no pedal

Pais que pedalam com seus filhos ajudam a construir um mundo melhor

Artigo publicado na Revista da bicicleta em 13/08/13
Pais que pedalam com seus filhos ajudam a construir um mundo melhor


Além de compartilhar os inúmeros benefícios que a bike traz para o corpo e para a mente, quem aproveita o tempo livre para andar de bicicleta ao lado de seus filhos (ou pais) também pode contar com toda a segurança, apoio e carinho. Pais e filhos que andam de bicicleta juntos, aproveitam lado a lado as lições de vida que a bicicleta proporciona, sem falar que também colaboram para um planeta menos poluído.
Antonio Carlos Nogueira Filho, pai de Maria Beatriz (16), Maria Anttonia (13) e Maria Isabel (11) conta que sempre incentivou suas filhas a pedalarem. “A bicicleta é uma forma de nos aproximarmos e fugirmos da rotina. É o momento que encontramos para nos curtir, ficar juntos e dividir nossas histórias, nossas rotinas, ter momentos únicos. Compartilhar a vida como pai e filhas”, conta o líder da família, que promove passeios ciclísticos nos finais de semana e trilhas nas férias, além de sempre incentivar as crianças a não usarem veículos motorizados.

 Os pais que pedalam ao lado de seus filhos também percebem que a bike agrega experiências que nem sempre conseguem ser passadas dentro de casa. “A bicicleta leva minhas filhas ao ambiente externo, fazendo com que tenham contato com outras pessoas e diferentes realidades. Elas sabem trocar pneu, conseguem sair sozinhas”, orgulha-se. “A principal lição que o pedal nos traz, sempre, é que precisamos cada vez mais uns dos outros”, completa Nogueira.
O paizão também conta que organizar sua equipe de ciclistas nem sempre é tarefa fácil, mas que a preparação para os passeios costuma ser bem animadora: eles acordam cedo, almoçam juntos e encaram os desafios lado a lado.

Além disso, Antonio diz que a bicicleta ajuda até mesmo quando há desentendimentos em casa. “Nossa família é muito parceira e muito unida. Mas, com certeza, um pedal é uma boa desculpa pra fazer as pazes. É mais fácil ficar bem e fazer as pazes num pedal, numa trilha, vendo o por do sol, do que chamando num canto pra conversar”, finaliza Nogueira.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

35 - REFLEXÃO ( I ) - A Aceitação da Bicicleta como Meio de Transporte.

Atualmente, uma das questões que mais preocupam especialistas e governos é o tráfego e o aumento da motorização da população urbana. Suas consequências para a sociedade, a saúde humana e o meio ambiente ocorrem não só em níveis locais,mas também regionais e globais.
Enquanto construirmos cidades para mover carros em vez de pessoas, haverá desigualdade e dificuldade de acesso. Com milhões de cidadãos desperdiçando várias horas por dia no transporte público deficiente é impossível para as cidades desenvolvidas realizar o seu potencial econômico, até que consigamos  construir cidades para que todos os cidadãos possam andar de bicicleta, caminhar ou andar de ônibus com facilidade.

Entretanto, o que vemos no Brasil é o constante incentivo do governo federal, estadual e municipal à implementação da indústria automobilística no país, bem como das instituições financeiras, que cada vez mais facilitam a aquisição de um veículo motorizado, com a concessão de crédito a taxas de juros cada vez menores, para as classes populares.

A poluição sonora e do ar, por emissão de gases e ruídos, compromete a qualidade de vida das pessoas que se deslocam no meio urbano. O tráfego intenso de veículos motorizados, além do prejuízo dos congestionamentos, pode causar males físicos e psicológicos em motoristas e passageiros, sem contar o número de acidentes que vitimam milhares de pessoas todos os dias.

De acordo com dados do Denatran, a frota de veículos em Pedro Leopoldo, para o mês de julho do ano de 2013, era de 26.202 veículos, o que seria o equivalente a um auto veículo a cada 2,3 habitantes .

De acordo com os princípios que norteiam a mobilidade urbana Sustentável as cidades devem estimular, em ordem de prioridade, a seguinte sequência de circulação: pedestres, propulsão humana(bicicleta, patins, patinete, skate), transportes coletivos, caronas e, por último, o uso de veículos particulares. 

O uso da bicicleta, além de aumentar o contato com o meio que nos rodeia, com a paisagem observada, assume outra dimensão, proporcionando, inclusive, maior integração social. Andar de bicicleta pode também ser um estimulo a atingir objetivos, a superar obstáculos. Um percurso mais longo, uma trilha ou uma ladeira, trajetos muito esburacados, tudo isso nos incentiva a reconhecer e ultrapassar limites. (A bicicleta ajudando no psicológico do usuário).

Para chegar a  compreensão e aceitação da bicicleta como meio de transporte, é preciso que a sociedade passe por uma revisão profunda de valores. Com a bicicleta, talvez aprendamos a fazer tudo que já fazemos, com mais calma e com mais solidariedade com o espaço que o outro ocupa. 

Permitir-se entrar em contato com outras pessoas, promove a riqueza dos vínculos sociais, dos quais nós, seres humanos, dependemos profundamente.

O Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta tem por objetivo estimular os governos Municipais, Estaduais e do Distrito Federal a desenvolver e aperfeiçoar ações que favoreçam  o uso mais seguro da bicicleta como meio de transporte, pela construção de ciclovias e ciclofaixas, e da inclusão do conceito de vias cicláveis, que consistem em vias de tráfego compartilhado adaptadas ao uso seguro da bicicleta.



 A inclusão da bicicleta como modalidade de transporte regular no conceito de Mobilidade Urbana Sustentável, além de representar redução de custos para o cidadão, torna a cidade mais próxima do conceito de Cidade Sustentável.

Portanto uma cidade sustentável deve ser organizada de modo a proporcionar a todos os seus cidadãos satisfação de suas necessidades, visando a busca de seu bem estar, sem prejudicar o meio natural e sem colocar em risco a vida de outras pessoas.

Infelizmente, os investimentos na infraestrutura de trânsito e transporte nas cidades ainda privilegiam os veículos motorizados, e são empregados na construção de mais ruas, avenidas, estacionamentos etc, com destruição de parques, praças, áreas verdes, para que o desenho das cidades passe a ser em função da melhor utilização dos veículos motorizados e não em favor das pessoas que lá vivem.

Temos que estimular o diálogo, quanto ao uso de alternativas para a melhoria da mobilidade urbana sustentável de nossa cidade onde a prioridade deverá ser para as pessoas e como já dito anteriormente, para o transporte público e  para os não poluentes.

Grato a todos mais uma vez pela paciência em ler os  posts.
Gratíssimo a ti Pai, por mais uma ideia.
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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

34 - Para reflexão: Sob o império do automóvel, súdito do deus Circulação

Em São Paulo,(aqui em Pedro Leopoldo) e em todas as cidades brasileiras, sobrados cedem lugar a edifícios. Em cada novo apartamento, dois novos carros. Uma conta rápida e temos o caos, constata Benedito Lima de Toledo, professor titular da Faculdade de arquitetura e Urbanismo da USP e autor, entre outros, desse artigo:
“O urbanismo é a arte de satisfazer as funções vitais do homem assegurando uma comunicação satisfatória entre essas funções e os próprios homens". Devemos a definição a Bernard Oudin, de seu livro Plaidoyer pour la Ville(1972).
O mesmo autor observa que não há necessariamente relação entre largura das vias e largura de visão. É um tributo pago ao deus Circulação.
Entre nós prevaleceu o conceito de que grandes administradores são homens que abrem grandes avenidas, ou alargam as existentes com sacrifício das calçadas reservadas aos pedestres.
São homens tidos como de visão pela simplória iniciativa de tamponar rios, privando a cidade desse valioso patrimônio paisagístico.
Locais que “contam o passado ao presente” e marcos arquitetônicos são apresentados como testemunhas do atraso. Um estacionamento certamente representará maior rentabilidade, afinal o carro é súdito do deus Circulação.
Algumas empresas chegam a exigir que seus funcionários graduados utilizem carros dos últimos modelos. Manobristas de alguns restaurantes evitam estacionar à porta carros mais antigos ou mal conservados de seus clientes.
Não é possível assistir a um noticiário de televisão que não seja interrompido, quatro ou cinco vezes, para apresentação dos últimos modelos de carros potentes vistos circulando em velocidade por estradas vazias, deixando para trás folhas secas esvoaçantes de plátanos. 
Que tal mostrar o mesmo veículo em um desses congestionamentos quilométricos de fim de tarde? Seria, então, possível constatar que toda essa potência a ser utilizada no transporte individual é impotente no trânsito.
O fenômeno gera frustração, estresse e comportamento agressivo, na premissa de que o cidadão que se sentou no carro deixou a educação em casa.
A música no trânsito foi utilizada por Gershwin em seu Um Americano em Paris, com o som claro de buzinas. Muito diversas são as buzinadas dos neuróticos que imaginam poder, com esse expediente, empurrar o trânsito auxiliados pelo som de um enxame de motoqueiros.
As perspectivas nesse quadro são preocupantes. O número de carros que ingressa no trânsito não encontra correspondência nos que são retirados de circulação. Os carros velhos passam a ser utilizados como veículos de carga pelos pedreiros, encanadores, pintores e seus familiares aos domingos.
A especulação imobiliária é outro grande agente desse desequilíbrio. Ruas ocupadas por residências unifamiliares vêem seus sobrados ceder lugar a edifícios. Como cada novo apartamento contará com dois carros, é só fazer a conta para verificar por que as ruas ficam sufocadas com edifícios regurgitando veículos.
Em ruas onde há comércio, somente a “seus clientes” é permitido estacionar entre as faixas demarcadas no solo. Os pedestres que se danem pelas sarjetas, disputando lugar com os motoqueiros (e ciclistas no caso particular de Pedro Leopoldo).
Como se vê, urge a retomada da cidade por seus legítimos donos: os cidadãos. O grau de civilização de um povo pode ser medido pela liberdade com que as pessoas podem desenvolver suas potencialidades, por tudo que as cidades lhes têm a oferecer. A urbs é o local de convívio, do encontro em lugares públicos onde as crianças podem se beneficiar da boa insolação que não contam em seus apartamentos.
Keneth Frampton lembra que a palavra edifício nos remete ao verbo edificar, que não significa apenas construir, mas, igualmente, educar, estabelecer, fortificar, instruir. Da mesma forma, podemos acrescentar, a palavra urbanidade carrega muito mais riqueza do que aparenta.
As relações dos veículos motorizados com as cidades referidas como históricas (por acaso há alguma cidade fora da história?) podem ser catastróficas, a exemplo do que vem ocorrendo com aquelas conhecidas como do “ciclo do ouro”.
São cidades erigidas a partir de riachos onde se bateava ouro, e que foram se expandindo. Não conheceram traçado regulador em sua origem e se desenvolveram escalando morros. As ladeiras são traço marcante em sua estrutura. O visitante perceberia melhor o assentamento urbano, as serras, os riachos, se circulasse como os garimpeiros do século 18, a saber, a pé ou no lombo da mula. É outro ritmo, outra escala. O ruído das ferraduras das mulas no piso empedrado, ou o ruído solitário da água da fonte na noite silenciosa são insubstituíveis.
Mas, ao circular de carro com seu ar condicionado ligado, privado de todo contato com o ambiente pela blindagem dos vidros ou pela luz filtrada dos bloqueadores solares, tudo se reduz à preocupação com as manobras em ladeiras sinuosas, fato que está na origem de danos a monumentos como chafarizes e pontes.
Em algumas das antigas aldeias de Portugal, proíbe-se a entrada de veículos. Monsaraz e Óbidos são bons exemplos. Há estacionamento fora dos muros à disposição dos visitantes. Desfruta-se de uma tranqüilidade ao se transitar pelas ruas e vielas e ao se sentar ao fim da tarde para um copo de vinho a acompanhar um prato de borrego.


Grato aos que mais uma vez dedicaram uma parte do seu tempo para a leitura de mais um artigo.
Grato a ti Senhor também por mais esta oportunidade que me destes de trazer esse artigo à apreciação dos leitores para uma reflexão. 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

33 - A Bicicleta e as Cidades

Como Inserir a bicicleta na política de mobilidade urbana?


A bicicleta é um meio de transporte viável, capaz de interagir eficientemente com todas as outras formas de mobilidade urbana, além de proporcionar a melhoria do meio ambiente e ajudar a promover a inclusão social.

A mudança dos padrões de deslocamento dos habitantes através do uso de meios de transporte não motorizados é crucial para a construção de centros urbanos com padrões de qualidade de vida mais elevados.

Um plano cicloviário é essencial para fundamentar uma política pró-bicicleta e compreende um processo de planejamento, implantação e gestão de um sistema cicloviário.
Ele permite a criação de uma infraestrutura eficiente e de alta qualidade para a população das cidades, que ofereça conforto e segurança para ciclistas e pedestres, além de estimular, por meio de investimentos públicos e ações concretas, uma mudança cultural relativa ao modo de apropriação e uso do espaço urbano, tornando-o mais humano e sustentável.

Um sistema eficiente de mobilidade é fundamental para a vitalidade econômica dos centros urbanos, pois tem impactos positivos nas finanças e gastos públicos, no meio ambiente, na saúde e no bem estar das pessoas.
Além disso, a bicicleta contribui para a revitalização dos centros degradados.

Recentemente, planejadores urbanos perceberam que a bicicleta permite o deslocamento porta a porta com uma eficiência superior à do automóvel e, por isso, passaram a lhe dar maior prioridade em seus projetos viários.

Os motivos que levam uma cidade a implementar um planejamento cicloviário são diversos, mas as consequências são as mesmas: maior facilidade de locomoção, redução dos níveis de poluição sonora e atmosférica, melhoria da saúde pública e diminuição do  custo e tempo dos deslocamentos urbanos.

Pedro Leopoldo, com a sua topografia central privilegiada e com a cultura da bicicleta já implantada há anos, não pode deixar de ficar atenta a essa oportunidade que temos de evitar a transformação da cidade em um caos permanente e indisoluvel.
Arquivo: Geraldo leão


Grato por mais esse, Pai.
Fonte de consulta: Instituto de Energia e Meio Ambiente.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

32- Nós Somos a Mobilidade

Você já pensou em como suas escolhas e atitudes influenciam na dinâmica da cidade em que você vive?
Há um consenso de que o trânsito nas cidades brasileiras está mais complicado a cada dia. O assunto aparece em todas as rodas de conversa. Mas o que cada um de nós está fazendo para mudar essa realidade?
A mobilidade urbana, o modo e a velocidade com que nos deslocamos, determina uma parcela significativa de nossas vidas. No caso específico de nossa cidade, Pedro Leopoldo, na hora de sair de casa de manhã para o trabalho, na hora do almoço ou ao fim do expediente, são os momentos de maior concentração de veículos em nossas ruas as quais não estão suportando mais a quantidade em circulação e em breve com o contínuo aumento do número de veículos, (média de 140 por mês),  não teremos mais condições seguras e tranqüilas de transitar na cidade. Todos os dias da semana serão iguais aos sábados pela manhã ( e você já notou como fica nossa cidade aos sábados pela manhã?)
Rua Comendador Antonio Alves aos sábados pela manhã.

Assim direta ou indiretamente considerando o meio de deslocamento, a distância e o tempo que vamos levar em nossos deslocamentos teremos que pensar, refletir e escolher o melhor meio de transporte que devemos utilizar naquele momento, a fim de podermos contribuir com a dinâmica da cidade em que vivemos. E os resultados poderão ser vistos nas ruas das cidades, todos os dias.

 Sendo assim, por que não fazer uma escolha diferente da que hoje a grande maioria faz , utilizando exclusivamente o carro. Conforme pesquisas realizadas por mim e alguns colaboradores com 3 segmentos da comunidade, ( na rede social – facebook- em um estabelecimento escolar- e com a população em geral nas ruas-, em todos elas obtivemos um resultado bem próximo, nos mostrando que temos uma grande demanda pelo uso da bicicleta como meio de transporte, a qual está reprimida pelo excesso de carros em circulação, o que afugenta 68% das pessoas que utilizariam mais a bicicleta nos seus deslocamentos cotidiano pelo centro da cidade.



Andar a pé e usar a bicicleta podem ser ótimas opções para driblar o estresse. Optando por uma dessas alternativas, além de melhorar sua saúde e a dos outros, diminuindo a fumaça e o barulho, você conhece melhor sua cidade. Quem caminha sabe que, mesmo repetindo o trajeto, há sempre um detalhe novo que não havia sido percebido antes.


O transporte coletivo também é uma opção válida: um ônibus ocupa o espaço equivalente a três carros e leva pelo menos dez vezes mais pessoas. Além disso, utilizar o transporte público contribui significativamente para a redução de congestionamentos e da emissão de gases poluentes. Outra alternativa são as caronas. Você já reparou, quando espera o sinal abrir para atravessar uma rua, em quantos carros passam com apenas uma pessoa dentro? E se metade deles fosse ou desse uma carona para o vizinho ou colega de trabalho?

Uma cidade é o reflexo de sua população. São pequenas atitudes individuais que, se somadas e compartilhadas, podem resultar em mudanças grandes. A mobilidade urbana é uma questão de planejamento urbano e políticas de governo, mas também de consciência e escolha pessoal de cada um de nós.

Aqui vai um recado para a atual administração pública de nossa cidade. A primeira de muitas sugestões que darei para que tenhamos mais pessoas utilizando a bicicleta e menos o carro e também  educar a todos para uma convivência harmoniosa no trânsito e o respeito das leis de trânsito e de um modal pelo outro: - seguir o exemplo que muitas cidades brasileiras estão seguindo ou seja; implementar ciclofaixas temporárias em  grande trecho (a ser definido) nos finais de semana e feriados nacionais, onde as pessoas passariam a utilizá-las para fazer suas pequenas compras, passeio, visitar amigos, etc... e assim aos poucos irem se acostumando a pedalar em convivência com os carros em  faixas exclusivas  para as bicicletas.
Ciclofaixa temporária todos os domingos e feriados, uma solução para a educação prática do trânsito.
 Mais uma vez, obrigado a todos e em especial a ti Pai por mais uma postagem.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

31 - A Reconquista do Espaço Público para as Pessoas.

A visão tradicional da cidade 
Os problemas enfrentados diariamente pelas pessoas ao se locomoverem nas cidades,é fruto de uma visão errônea de que a cidade pode se expandir continuamente, e desconsideram-se os custos de implantação da infraestrutura necessária para dar suporte ao atual padrão de mobilidade, centrado no automóvel, cujos efeitos negativos são distribuídos por toda a sociedade, inclusive entre aqueles que não possuem carro.
Atualmente, podemos identificar vertentes opostas nos modelos de planejamento urbano.
Algumas delas promovem um estilo de vida cada vez mais individualizado, ao priorizarem o uso dos transportes particulares restringindo, gradualmente o convívio social.



Outras vertentes se baseiam no incentivo aos meios não motorizados de transporte, na construção de passeios públicos, na incorporação da bicicleta e na garantia de acessibilidade às oportunidades que a cidade oferece. Esse último conjunto de medidas, que já é uma realidade em várias cidades do mundo, melhora enormemente as condições de convívio urbano e traz benefícios diretos para a qualidade do meio ambiente local e global.

Calçadão na cidade promove o convívio social e a melhoria do meio ambiente.


Parque público onde encontra-se amigos, um sol,um bate papo,uma leitura e um namoro.
Um parquinho onde entreter os pequeninos com segurança.

Uma cidade voltada para as pessoas é aquela onde a qualidade de vida está em primeiro lugar,onde faz-se a reconquista do espaço urbano tomado pelo transporte individual e as pessoas são respeitadas e têm várias opções de lazer, de locomoção e convivência social. 

Pouco a pouco, os impactos ambientais, econômicos e sociais causados pelo atual modelo de transporte têm forçado algumas cidades a rever suas prioridades, de modo que diversas cidades passaram a adotar medidas de moderação de trânsito (traffic calming), no intuito de tornar as vias urbanas compatíveis com diferentes modos de transporte e de possibilitar a utilização do espaço público não só como local de circulação mas de convivência urbana.


Pouco a pouco também, diversas cidades  mundo afora, estão reconquistando seus espaços públicos com a implementação de melhores calçadas e ciclovias e reduzindo as áreas ocupadas por estacionamentos, a fim de que estes voltem a ser habitáveis ou possam acolher atividades públicas.




Nos locais onde têm sido implementado esses projetos, observa-se que as pessoas tendem a responder positivamente e até com entusiasmo à oportunidade de caminhar, andar de bicicleta e participar da vida pública no espaço coletivo.

Um dos objetivos primordiais do planejamento urbano, e mais especificamente do planejamento de transportes, deve ser a busca pela qualidade de vida nas cidades, para que os habitantes realmente vivam os espaços urbanos, e não apenas passem por eles.
Pena que o Brasil em sua maioria, não perceba isto e as cidades ainda estejam só voltadas para o beneficiamento ao automóvel, não se pensando em meios alternativos de locomoção e convivência social.

Grato a todos e a ti Pai por mais uma postagem.

Bibliografia consultada: Instituto de Energia e Meio Ambiente.