sexta-feira, 29 de março de 2013

2- Você não tem que estar doente para melhorar.

Estamos  nos preparando para receber o novo que está a caminho de uma cidade outrora pacata, sorridente, participativa, amiga de todos que por aqui passavam, tanto é que em 1966 quando por aqui apeei, bebi da água e depois de algumas idas e vindas aqui estou até hoje, onde criei família, trabalhei em três lugares distintos, fiz  amigos de uma amizade verdadeira, sólida, e bastante consistente.
Bem, vamos esquecer um pouco a minha história de vida e retornar ao assunto de hoje que é de suma importância para o sucesso de nosso empreendimento.
Pedro Leopoldo e também a grande maioria das cidades brasileiras e mundial, possuem planejamento viário que contempla exclusivamente o automóvel e não a todos os modais de transporte que seus cidadãos optam por utilizar como alternativa.
Não sei se é do conhecimento de todos mas, diversas cidades estrangeiras e algumas do Brasil, já perceberam isto e já tomaram providencias para corrigir este problema que se chama mobilidade urbana, o qual se não for solucionado a tempo torna-se-a irreversível, caindo-se numa total imobilidade advindo o caos urbano.
Para evitarmos este caos, acredito que só um pacto salva.- título de um artigo que li na revista "Página 22" da FGV
Por exemplo como se resolve o deslocamento de diversos fluxos de gente e de veículos por um mesmo ponto?
Organiza-se um cruzamento, criam-se regras e sinalizações, instalam-se semáforos e faixas. E a partir daí cada um concorda-pelo menos em teoria- em esperar a sua vez antes de avançar. Isto chama-se um pacto. Onde regras foram estabelecidas e ensinadas a todos os envolvidos.
As grandes cidades, e também as médias chegaram a um ponto em que o simples ir e vir tem ficado a cada dia mais impraticável. Para piorar as pequenas tendem a seguir o mesmo modelo - infelizmente-.
O trânsito e a mobilidade já ocupam o topo das insatisfações do cidadão. Mas, assim como em um simples cruzamento, a solução não partirá apenas de um lado da via. Todos os envolvidos precisam participar de um acordo para que se chegue a um termo comum, em prol da (re)construção dos centros urbanos pelas pessoas e para as pessoas.
A questão envolve, além do cidadão- que antes de tudo é um pedestre-, o poder público, o mercado imobiliário, os planejadores urbanos, os órgãos de trânsito, os motoristas, os ciclistas e também as empresas. Qual é a responsabilidade de cada um desses atores e setores? E que tipo de contribuição podem oferecer? O que estão dispostos a empenhar em benefício de uma solução coletiva? O quanto sabem esperar a sua vez de avançar?
É impossível falar de mobilidade sem discutir o espaço urbano, e que a cidade é um simples complexo.
Convidaremos cada uma das partes a debater a questão sob diferentes olhares: econômico, cultural, ambiental e social. Mas este é apenas um início de conversa para um assunto que é contínuo e permanente que a meu ver deve estar sempre presente nos pensamentos de todos, pois dependemos muito de uma mobilidade sustentável para a realização de todas as tarefas cotidianas, e para vivermos bem.






Mais uma vez obrigado pela paciência em ler mais um artigo e assistir mais um vídeo. Todos em busca de UMA NOVA CIDADE.
Obrigado Pai por mais essa luz e poder me comunicar com os meus conterrâneos.

domingo, 24 de março de 2013

1- Por que decidi criar esse blog?

Porque amo essa cidade -Pedro Leopoldo- onde meus filhos nasceram, onde os vi crescer, estudar e se tornarem pessoas íntegras, educadas, estudiosas e bons profissionais.
Porque como todo pai, desejo o melhor para os seus filhos, netos, bisnetos... 
Porque vejo um problema que em um futuro bem próximo irá incomodar, atrapalhar, estressar e dificultar de sobremaneira a vida de todos que aqui moram.
Porque desejo alertar a todos os moradores dessa acolhedora cidade da necessidade de começarmos a pensar e agir sobre um assunto deveras importante para a população e o meio ambiente -MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL- evitando dessa forma, que a nossa pequena Pedro Leopoldo tenha uma vida agitada e conturbada, como a vida nas grandes cidades do nosso querido Brasil.
              Começarei como primeiro artigo, publicando uma fábula intitulada:
A fábula de Automópolis
Uma história curta e seus longos ensinamentos
por Raymundo Rodrigues Pereira

Era uma vez uma bela cidade que tinha um nome qualquer. Na época da invenção do automóvel, tão maravilhados ficaram seus habitantes com o prodigioso engenho, que passaram a chamá-la Automopólis. Um belo dia, um habitante da cidade, que antes usava o trem ou o bonde puxado a cavalo para ir até o trabalho, comprou um automóvel. A princípio lhe pareceu sobremodo honroso para seu status social e sobretudo vantajoso para a economia de seu tempo, ir de carro até o trabalho. E assim ele fez. Nos primeiros dias – por motivos que mais adiante se verão –, o tempo da viagem do referido cidadão realmente caiu: de quinze para dez minutos. O exemplo notável logo teve inúmeros seguidores. Alguns anos depois Automópolis não era mais exatamente a mesma. O aumento do número de carros nas ruas, principalmente nas horas de começo e fim de serviço, e nas horas de almoço, fez com que o tempo de ida ao trabalho e á escola do filho daquele primeiro cidadão voltasse aos quinze minutos da época de seu pai. Com a concentração do trânsito, os automóveis ainda descobriram ruas menos movimentadas, embora com isso aumentassem a distância da viagem. Mas os ônibus, presos a trajetos fixos, tornaram-se muito mais lentos. Mal servidos, seus passageiros habituais procuraram, o mais rápido que puderam, comprar automóveis. Os ônibus perderam mais passageiros, além de eficiência. Tiveram então de aumentar suas tarifas. Mais gente ficou menos estimulada a andar de ônibus. Ao mesmo tempo, como os automóveis pareciam a solução para cada um ir a seu serviço como e quando quisesse, o prefeito parou os projetos de trens subterrâneos, arrancou os bondes e seus trilhos da rua.
A esta altura, o centro de Automópolis estava barulhento e enfumaçado. Os que podiam, deixavam suas casas na zona central para morar em áreas mais amenas. O miolo urbano cada vez mais ficou sendo o confinamento de minorias étnicas pobres, agora vivendo ao lado de (às vezes sob) verdadeiros labirintos de concreto – viadutos, túneis e pontes – construídos para facilitarem o escoamento dos veículos. O raio de extensão da cidade, que na época dos bondes puxados a cavalo era de 3 a 5 km e na do trem 8, esticou para 40 km. A essa altura, o filho do filho viajava 80 km por dia de casa ao escritório, mais de duas horas, ida e volta. Pior ainda: os ocupantes de ônibus chegavam a perder até quatro horas diárias nas conduções. Com o aumento da poluição e do ruído, as condições de vida em Automópolis foram se tornando precárias. Durante certos períodos de poluição mais intensa, as pessoas eram obrigadas a usar máscaras contra gases. Um dia até o silêncio tomou-se mercadoria: um cidadão mais esperto organizou salas à prova de som e começou a cobrar entradas para vender silêncio às pessoas saudosas dos bons tempos. Nos guetos do centro, as minorias se revoltavam, ameaçando destruir a ordem social. A situação foi piorando em todos os níveis. Até que, no ar, a quantidade de gás carbônico e de poluentes tornou-se tanta, e no chão as áreas verdes tão poucas, que as plantas não conseguiam mais fabricar o oxigênio necessário à população. Todos, menos o sobrevivente que narrou esta verdadeira história, morreram quando a grande nuvem de gás carbônico acumulada nas camadas superiores da atmosfera paralisou o sistema de aquecimento da Terra e nela se fez a nova e terrífica Idade Glacial.


Obrigado por ler e assistir.  Até a próxima postagem.
Que Deus continue a me dar sabedoria, coragem e ânimo para conscientizar as pessoas de bem dessa cidade e todos juntos evitarmos o que aconteceu com a ex-pacata cidade de Automopolis. Amém.