domingo, 24 de março de 2013

1- Por que decidi criar esse blog?

Porque amo essa cidade -Pedro Leopoldo- onde meus filhos nasceram, onde os vi crescer, estudar e se tornarem pessoas íntegras, educadas, estudiosas e bons profissionais.
Porque como todo pai, desejo o melhor para os seus filhos, netos, bisnetos... 
Porque vejo um problema que em um futuro bem próximo irá incomodar, atrapalhar, estressar e dificultar de sobremaneira a vida de todos que aqui moram.
Porque desejo alertar a todos os moradores dessa acolhedora cidade da necessidade de começarmos a pensar e agir sobre um assunto deveras importante para a população e o meio ambiente -MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL- evitando dessa forma, que a nossa pequena Pedro Leopoldo tenha uma vida agitada e conturbada, como a vida nas grandes cidades do nosso querido Brasil.
              Começarei como primeiro artigo, publicando uma fábula intitulada:
A fábula de Automópolis
Uma história curta e seus longos ensinamentos
por Raymundo Rodrigues Pereira

Era uma vez uma bela cidade que tinha um nome qualquer. Na época da invenção do automóvel, tão maravilhados ficaram seus habitantes com o prodigioso engenho, que passaram a chamá-la Automopólis. Um belo dia, um habitante da cidade, que antes usava o trem ou o bonde puxado a cavalo para ir até o trabalho, comprou um automóvel. A princípio lhe pareceu sobremodo honroso para seu status social e sobretudo vantajoso para a economia de seu tempo, ir de carro até o trabalho. E assim ele fez. Nos primeiros dias – por motivos que mais adiante se verão –, o tempo da viagem do referido cidadão realmente caiu: de quinze para dez minutos. O exemplo notável logo teve inúmeros seguidores. Alguns anos depois Automópolis não era mais exatamente a mesma. O aumento do número de carros nas ruas, principalmente nas horas de começo e fim de serviço, e nas horas de almoço, fez com que o tempo de ida ao trabalho e á escola do filho daquele primeiro cidadão voltasse aos quinze minutos da época de seu pai. Com a concentração do trânsito, os automóveis ainda descobriram ruas menos movimentadas, embora com isso aumentassem a distância da viagem. Mas os ônibus, presos a trajetos fixos, tornaram-se muito mais lentos. Mal servidos, seus passageiros habituais procuraram, o mais rápido que puderam, comprar automóveis. Os ônibus perderam mais passageiros, além de eficiência. Tiveram então de aumentar suas tarifas. Mais gente ficou menos estimulada a andar de ônibus. Ao mesmo tempo, como os automóveis pareciam a solução para cada um ir a seu serviço como e quando quisesse, o prefeito parou os projetos de trens subterrâneos, arrancou os bondes e seus trilhos da rua.
A esta altura, o centro de Automópolis estava barulhento e enfumaçado. Os que podiam, deixavam suas casas na zona central para morar em áreas mais amenas. O miolo urbano cada vez mais ficou sendo o confinamento de minorias étnicas pobres, agora vivendo ao lado de (às vezes sob) verdadeiros labirintos de concreto – viadutos, túneis e pontes – construídos para facilitarem o escoamento dos veículos. O raio de extensão da cidade, que na época dos bondes puxados a cavalo era de 3 a 5 km e na do trem 8, esticou para 40 km. A essa altura, o filho do filho viajava 80 km por dia de casa ao escritório, mais de duas horas, ida e volta. Pior ainda: os ocupantes de ônibus chegavam a perder até quatro horas diárias nas conduções. Com o aumento da poluição e do ruído, as condições de vida em Automópolis foram se tornando precárias. Durante certos períodos de poluição mais intensa, as pessoas eram obrigadas a usar máscaras contra gases. Um dia até o silêncio tomou-se mercadoria: um cidadão mais esperto organizou salas à prova de som e começou a cobrar entradas para vender silêncio às pessoas saudosas dos bons tempos. Nos guetos do centro, as minorias se revoltavam, ameaçando destruir a ordem social. A situação foi piorando em todos os níveis. Até que, no ar, a quantidade de gás carbônico e de poluentes tornou-se tanta, e no chão as áreas verdes tão poucas, que as plantas não conseguiam mais fabricar o oxigênio necessário à população. Todos, menos o sobrevivente que narrou esta verdadeira história, morreram quando a grande nuvem de gás carbônico acumulada nas camadas superiores da atmosfera paralisou o sistema de aquecimento da Terra e nela se fez a nova e terrífica Idade Glacial.


Obrigado por ler e assistir.  Até a próxima postagem.
Que Deus continue a me dar sabedoria, coragem e ânimo para conscientizar as pessoas de bem dessa cidade e todos juntos evitarmos o que aconteceu com a ex-pacata cidade de Automopolis. Amém.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito Legal essa história,e muito bacana o seu objetivo de criar esse Blog parabéns vô!

ppnettoblogspot.com.br disse...

Obrigado meu garotão. É de pequeno que se começa a ter opiniões.