segunda-feira, 23 de novembro de 2015

# 94 - A bicicleta já não é o veículo alternativo, e sim, o carro.

foto arquivo pessoal; Paulo P. Netto
A escolha das pessoas pela bicicleta é uma ação plena de sabedoria.
Quando se pensa em mobilidade por bicicleta, afeta-se substancialmente pessoas,
tanto as que pedalam quanto as que ainda não. Sabe, é um caso daqueles que Vandré
tão bem decantou: “...quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”, e como bem ensina
Zé Lobo em suas palestras Brasil adentro e afora, quem ainda não se deu conta de que
a bicicleta já não é o veículo alternativo, e sim, o carro, esta pessoa ainda se encontra
no século XX.
Ainda que se trate de um veículo, a priori, individual, a vida em bicicleta é a experiência de sociabilidade e coletividade do século XXI, a qual se coloca integralmente contrária ao egoísmo universalista do automóvel.

De todos os veículos que se elevaram à categoria de meios de transporte, a bicicleta é a que está mais perto da dimensão do pedestre, seja pela posição de pedalar, seja pela velocidade empregada e pelo volume de espaço ocupado.
A combinação perfeita vai muito mais além dos benefícios individuais aos ciclistas (melhor saúde, aumento da estima, bem-estar em alta, diminuição da ociosidade, integração social, economia). Alcança proporções globais quando se tem em mente a “pegada de carbono” (que é a medida do impacto das atividades humanas sobre as emissões de gases do efeito estufa).

Falando-se em sustentabilidade, não se pode esquecer que a chave para ela, é a humanização do desenvolvimento humano. Uma invenção tão fantástica quanto a bicicleta promove uma das mais democráticas formas de humanizar o fazer humano.

Temos visto e lido por diferentes e credenciadas fontes e canais que cidades que estão zoneando e
restringindo seu centro urbano para veículos a propulsão humana e pedestres estão ganhando em
qualidade de vida acumulada, em benefícios à saúde dos usuários a pequeno e médio prazo, conseguindo
aumentar a consumação nos espaços comerciais promovida pela alta rotatividade de clientes.

O modelo vigente de consumo baseado no automóvel, no individualismo exacerbado e na acumulação de direitos de uns sobre os dos demais, garante a insustentabilidade do próprio modelo, seu colapso e a imobilidade posta nas cidades de qualquer tamanho. Já a escolha pela bicicleta garante, de imediato, a crescente onda de bem-estar que possibilita as transformações sociais almejadas e tão bem-vindas.

Que segredo era este, tão bem guardado em nossas infâncias, que soube esperar o momento mais oportuno para emergir no presente enquanto resposta mais do que suficiente para as atuais e futuras problemáticas socioculturais, socioeconômicas e socioambientais?

Que artefato, objeto, ferramenta, veículo, enfim, poderia ser mais promissor para a mobilidade?
Se a sua resposta, ao fim, assim como a minha, for a bicicleta, fechamos esta leitura de acordo e com um sorriso consciente de quem pedala!


artigo modificado do original de:Therbio Felipe M. Ceza

terça-feira, 3 de novembro de 2015

#93 - Maioria das pessoas preferem a bike para ir trabalhar.

Pesquisa feita em Belo Horizonte e outras cinco capitais mostra que sonho das pessoas é morar a 20 minutos a pé ou de bike do trabalho

Morar a 20 minutos a pé ou de bicicleta do trabalho e de um parque. Esse é um sonho de muitas pessoas que vivem nas principais capitais do país, de acordo com uma pesquisa sobre mobilidade urbana que foi apresentada em São Paulo.
Das mil pessoas que responderam ao questionário, 82% disseram preferir viver em uma cidade compacta, onde o uso do carro seria praticamente desnecessário.
As entrevistas foram realizadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Salvador.
Os resultados ainda indicam que o comércio de rua está em alta na preferência popular. Na cidade ideal, 55% das pessoas optariam por fazer compras em lojas e mercearias dentro do bairro.
“Para as pessoas, os shoppings e grandes centros comerciais estão mais atrelados ao lazer”, explica José Mello, Superintendente de Pesquisa e Inovação da Liberty Seguros, empresa que está repetindo pelo segundo ano a enquete.

Já, moradores de Pedro Leopoldo, têm estas condições que 82% das pessoas disseram preferir, (morar a 20 minutos a pé ou de bicicleta do trabalho e demais locais) mas infelizmente, não conseguem enxergar isto e  aderir à caminhada e à bicicleta para fazer tais deslocamentos.
Que pena, não é mesmo? Pois estão perdendo a oportunidade de terem uma vida mais saudável, com menos poluição sonora e do ar, menos estresse no deslocamento pela cidade, com ganho na saúde quando se caminha ou se pedala.

Porém não culpo somente aos moradores, mas também às  administrações municipais que não planejaram  a infraestrutura para o pedestre, para os ciclistas e para o transporte coletivo e preferiram seguir o modelo rodoviarista individual, o qual como estamos sentindo hoje, está falido, só trazendo coisas ruins para todos.

VISÃO DE FUTURO

Tivemos alguns anos atrás na cidade, administrações municipais que num lampejo de inteligência tiveram uma visão de futuro e foram construídas  2 ciclovias e uma pista de caminhada compartilhada com a bicicleta em nosso município.
Hoje, infelizmente, só esta última se encontra em bom estado de conservação, ao passo que as duas primeiras estão entregues ao abandono total e assim não estão sendo utilizadas para a finalidade para que foram construídas.

O PRIMEIRO PASSO À MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE

Parece que este lampejo, também está fazendo parte da atual administração, que finalmente em meados de 2015, implantaram o primeiro passo no sentido de dar preferência ao pedestre e melhorar a acessibilidade no município, com a implementação de faixas elevadas. Esperamos que outros passos sejam dados em prol da mobilidade ativa e da acessibilidade, pois o modelo rodoviarista individual, já não mais atende às cidades sustentáveis.



Texto de: Eduardo Geraque da Folha de S.Paulo e  Paulo Pereira Netto.