sexta-feira, 7 de junho de 2013

12- Bicicleta é mais que ciclovias

Vivemos em uma sociedade que ainda precisa reconhecer os benefícios universais da bicicleta e implementar de maneira consistente medidas de valorização do uso da mesma.
O ciclista urbano, aquele que escolheu a bicicleta por opção, sabe que ela é instrumento fundamental para a readequação urbana. A bicicleta já é conhecida pelo seu potencial, mas quem busca promove-la ainda tem um longo caminho a percorrer na formatação do discurso.
Ciclovias, carrovias, ferrovias, vias de pedestres, corredores de ônibus,  pistas de skate. Qualquer um desses elementos só faz sentido quando se costura no tecido urbano.

Dentro dessa lógica, uma cidade saudável tem dois elementos principais o espaço de circulação e o de permanência, sendo que esses dois elementos se dividem entre públicos e privados. Ruas e calçadas são espaços públicos de circulação, um estacionamento de um supermercado é um espaço privado de circulação. Uma praça é local de permanência (ou visitação) pública, um centro de compras é um equivalente privado.

Tornar nossa cidade melhor é pensar além dos espaços segregados, é compartilhar harmoniosamente as ruas entre os diferentes modais de locomoção, é criar espaços agradáveis para permanência (praças, jardins, parques... etc.), é pensar nas necessidades humanas acima de todas as outras e não só em poder circular melhor com o carro.

Ruas em Erlangen - Alemanha, rua compartilhada onde o pedestre tem prioridade, as crianças podem brincar. Os carros trafegam lentamente e as bicicletas têm prioridade sobre os carros.

Espaço de circulação exclusivo para pedestres e bicicletas 

Transporte coletivo de boa qualidade.
Calçadão no centro, ciclistas só desmontados.
 

Locais de permanência de boa qualidade

Em P.L. local de entretenimento e permanência.


A mobilidade urbana sustentável, é o que define a figura ao lado,
mais transportes de propulsão humana e coletivo e menos transporte
motorizado individual.




O conceito é bastante simples ainda que possa parecer de difícil implementação. A realidade é que por meios dos incentivos certos, os primeiros passos podem ser dados.
Trazer pessoas para circular nas ruas é fundamental e para isso é preciso que o espaço de circulação humana seja seguro e agradável. Infra estrutura adequada implica em mais pessoas que optam por ir à pé, de bicicleta, patins, skate, etc. Serão essas pessoas que ao mesmo tempo irão requalificar o espaço e atacar o que hoje costuma ser um dos impedimentos para a circulação em meios de transporte ativos, o excesso de tráfego motorizado em nossa pequena e agradável cidade de Pedro Leopoldo.

Para incentivar pessoas a percorrerem distâncias curtas em meios de transporte ativos e não poluentes é necessário melhorar a infra estrutura de circulação. Ainda assim, sei que nem todos poderão resolver todas as suas necessidades fazendo uso só do transporte não poluente, mas que o façam somente quando não for possível outro meio de locomoção. Esta pessoa estará ajudando em muito a todos, ao meio ambiente e também a si mesmo. 

O caminho é longo, mas através de opções individuais inteligentes pelo meio de transporte mais adequado para cada percurso e pressão junto ao poder público para melhorias na infra estrutura de circulação humana e do transporte público estaremos no caminho certo para uma cidade melhor, mais humanizada,menos poluída e mais aconchegante.

Pedro Leopoldo tem uma grande vantagem sobre as grandes cidades. Nós moradores temos tudo que precisamos para nossas necessidades diárias à uma distancia perfeitamente caminhavel ou pedalavel. Principalmente para aquelas pessoas que moram na área central ou nos bairros mais próximos ao centro. Infelizmente também não possuímos um transporte coletivo decente ainda, o que às vezes incentiva a população a usar o transporte individual motorizado. Como já mostrei em postagem anterior a maior distancia percorrendo em linha reta de norte a sul na área central e plana de Pedro Leopoldo é de 2 km e a maior de leste a oeste é de 900 m.

São distancias perfeitamente caminhaveis  ou pedalaveis. Não se justifica então o uso excessivo do automóvel para deslocamentos de moradores na área central e bairros mais próximos a esta. Repensemos... e que tal utilizarmos mais transporte ativo não poluente ou coletivo para estes deslocamentos?
Pense e reflita sobre essa pergunta. Com uma estrutura melhor de passeio, de ciclofaixa e de transporte coletivo, você que usa seu automóvel 70% ou mais das vezes em suas viagens pela cidade, diminuiria o uso do mesmo?

Grato pela leitura e colaboração. Você está ajudando a construir a NOVA PEDRO LEOPOLDO – a cidade que lhe desejamos- a partir do momento em que se decidir a colaborar com medidas que provavelmente não serão de seu agrado pessoal mas serão benéficas ao meio ambiente, à humanização da cidade, ao bem estar da coletividade, a todos em fim.  

Obrigado Senhor por mais este material.
Amém.

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