segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

49 - O Atraso da Mobilidade Urbana em Pedro Leopoldo e também no Brasil.

Toda forma de mobilidade começa com o movimento do pedestre, seja o trajeto da casa para o automóvel, do escritório para o estacionamento, do carro para a loja. Mesmo o motorista, o aviador, o maquinista e o marinheiro têm um pouco de pedestre. A caminhada a pé está presente em todas as viagens, em percursos completos ou complementares aos deslocamentos por ônibus, automóvel, metrô, trem ou bicicleta.



A bicicleta permite a realização de viagens mais longas que o pedestre. Sendo um transporte barato, é acessível a toda população, oferecendo maior mobilidade as pessoas.
Apesar da importância da locomoção a pé ou de bicicleta, estes são meios de transporte ainda pouco considerados em muitas cidades (inclusive na nossa Pedro Leopoldo). Por este motivo, os pedestres se deparam com calçadas estreitas, com muitos obstáculos e sem conservação e os ciclistas com ciclovias abandonadas e interditadas.
Ciclovia abandonada e interditada setor norte da cidade de P.L. 


   Calçadas estreitas e bloqueadas, obrigando o pedestre a caminhar na rua.




Quanto aos ciclistas, não têm local próprio para circular,(apesar das muitas solicitações feitas, inclusive com uma petição com 2072 assinaturas pedindo a instituição da lei da bicicleta na cidade e infraestrutura cicloviária que se encontra com o legislativo e o executivo) precisando disputar com os veículos um espaço na via, em meio ao barulho, à tensão e à fumaça.
Via principal onde o ciclista não tem espaço para circular, a não ser entre os carros.




O planejamento urbano e de transportes, usualmente, prioriza a circulação de  transporte motorizado. Os projetos procuram otimizar a fluidez do tráfego dos veículos, principalmente automóveis, através do alargamento de ruas, construção de viadutos, rotatórias e estacionamentos suspensos ou subterrâneos. Os manuais de transportes, por sua vez, apresentam todas as ferramentas para o dimensionamento de pistas, raios de conversão e quase nada sobre calçadas e ciclovias. Há também toda uma regulamentação para a sinalização destinada ao tráfego de veículos e á colocação de seus acessórios. Em contraste, grande parte das cidades não apresenta infra-estrutura, nem regulamentos eficientes que garantam percursos confortáveis e seguros para ciclistas e pedestres, dificultando e desestimulando estas modalidades de locomoção.

A partir da publicação do relatório Buchanan (1968) e da ratificação da Agenda 21 em 1992, os países europeus despertaram e  modifica-se a visão da relação entre transporte e cidade.
O carro, como um dos principais responsáveis pela emissão de gás carbonico no mundo, passa a ser considerado o maior vilão da poluição do ar e da degradação urbana. A locomoção feita a pé ou de bicicleta, tão negligenciada nos projetos urbanos e de transportes nas últimas décadas, torna-se objeto de interesse e junto com o transporte público de passageiros são considerados prioridades, ganhando o título de transporte sustentável por serem mais equânimes, democráticos e menos poluentes. O planejamento da cidade passa a ser mais amigável para pedestres e bicicletas, valorizando também ônibus, bondes e metrô.
Contudo, para possibilitar e estimular a locomoção a pé ou de bicicleta é necessário prover as cidades de uma infra-estrutura compatível com as necessidades dos diferentes modais.Conforme  constatei em várias viagens à Alemanha. Fotos abaixo.
Ciclofaixas por toda á cidade

Ciclovias á margem de rios

Calçadas planas, sem buracos ou ressaltos, incentivando a caminhada


Países ricos investem em ciclovias, enquanto os pobres em automóveis, há algo muito estranho nessa lógica.- autor desconhecido -
Grato mais uma vez por esse trabalho, Senhor.

Bibliografia consultada: Monica Fiuza Gondim

Um comentário:

Unknown disse...

Pedro Leopoldo, naturalmente tinha tudo para sair na frente e ser uma referência nacional no uso da bicicleta, mas infelizmente os nossos governantes nada fizeram e a população se acomodou.